6 - De um passado Sombrio parte 3 🌛

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Durante os três dias que se passaram, Louise não conseguiu se encontrar com aquele homem tão misterioso, mas foram dias em que consequentemente ouviu o som de fofoca ao seu lado aumentarem em níveis irritantes, e tinha certeza que era sobre si, po...

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Durante os três dias que se passaram, Louise não conseguiu se encontrar com aquele homem tão misterioso, mas foram dias em que consequentemente ouviu o som de fofoca ao seu lado aumentarem em níveis irritantes, e tinha certeza que era sobre si, porque todas as vezes que se aproximava, os demais trabalhadores do castelo lhe davam uma olhada de relance e se calavam automaticamente, mas sobre o que poderia ser Louise não fazia ideia, pois sempre quieta em seu mundo, a jovem evitava ocupar seu tempo com coisas tão sem sentido, ainda mais depois que seus pais resolveram se afastar para aproveitar o resto da velhice, o que só a deixou com ainda mais trabalho, que no fim foi suficiente para ignorar todo o falatório e se concentrar  no mais importante, já que precisava do seu trabalho para cuidar dos seus pais e eles seriam sempre em primeiro lugar, depois quem sabe, daria espaço ao seu coração para desvendar aquele misterioso homem que surgiu em sua vida, os outros que continuassem se remoendo onde estavam.

Mas não demorou para entender do que falavam, e foi exatamente na noite do baile.

...

Louise havia vestido sua melhor roupa, um vestido preto que ia até os pés,  colocado seu único salto alto de cor prata, e prendido seu cabelo em um coque elegante que viu seus patrões fazerem uma vez, já que seu cabelo era muito rebelde para ir solto, maquiagem não tinha, então ao se olhar no pequeno espelho do banheiro, deu apenas alguns beliscões em suas bochechas para conseguir alguma cor, e por fim gostando do que viu saiu em direção ao castelo, ela estava incerta se deveria ir, afinal suas roupas eram ultrapassadas, e mesmo se não fossem, certamente não seria bem vista no baile.

Mas ao ter esses pensamentos, Louise simplesmente balançou a cabeça, pois segundo o que seus pais haviam lhe dito, ao colocar as obrigações acima para cuidar deles, a jovem pouco tinha vivido, então de vez em quando não seria ruim deixar os seus temores de lado, já que concordava com o que eles tinha dito.

Mas as surpresas começaram assim que entrou pelos fundos receosa de entrar pela frente, e oculta pelas sombras de uma árvore que ficava no jardim perto da piscina, ela havia decidido parar para observar melhor o território, e qualquer coisa se a situação fosse muito ruim daria meia volta, foi quando o viu.

O jovem misterioso andava perto da piscina, e estava com uma cara de poucos amigos, o seguindo estava alguém que ela não conhecia, ainda estavam longe de sua posição atual, mas ao ver que andavam cada vez mais perto de encontrá-la, a jovem temerosa se escondeu atrás da árvore no exato momento que o ouviu dizer.

— Eles estão loucos Lucien, marcar para que eu me case com um bebê — ele falou irritado.

— Se acalme Silas, está precipitando tudo, é claro que vão esperar a garota crescer — pausa — é Beatriz o nome dela — ele tentou falar calmamente, mas logo foi cortado.

— Mas você não está entendendo.

— Você que não está entendendo Silas, você é um Reis, sua família é assim — pausa — ou vai me dizer que é por causa da garota que trabalha aqui — Louise gelou — que idiotice — ele falou cínico.

— Eu só vou dizer uma vez Lucien —Silas falou bravo — me deixe em paz.

Louise ouviu silêncio por algum tempo, e quando se arriscou a dar uma olhada, viu Silas olhando justamente para onde estava.

— Você veio — ele falou surpreso.

— É parece que sim — ela falou sem graça.

— Estava aí há muito tempo?

— Depende da sua definição de tempo, senhor Reis — ela falou ácida e Silas cerrou os punhos.

— Droga, eu não queria que essa noite começasse assim.

— E seria como ? Acaso ainda estaríamos na parte do roteiro de vamos iludir mais um pouco a funcionária aqui ? — ela falou com escárnio.

— Não menti em nada do que disse, só não falei quem era porque não queria perder sua companhia — o coração de Louise falhou uma batida.

—  Isso não faz sentido algum — ela falou pronta para ir embora, mas Silas lhe segurou pelo braço.

— O que não faz sentido e essa família, se acham intocáveis, e querem que a linhagem de merda continue pura por mil gerações, ou sei lá quanto tempo isso acontece, mas eu não quero isso — ele falou em um tom amargo — quero viver a minha própria vida, conhecer pessoas, amar porque eu quis, e não porque ditaram para mim, porque nessa família eles são terríveis, capazes de tudo para controlar as pessoas — toda aquela amargura parece ressoar pelo corpo de Louise, que em um impulso se virou e o beijou.

...

Foi uma surpresa para Silas, mas logo que o sentimento partiu, foi substituído por outro que ele suspeitava sentir a algum tempo, desejo.

Depois daquela noite, voltaram a se encontrar novamente todos os dias, até que um ano depois, novamente na noite do aniversário de Silas, finalmente se entregaram de vez naquela paixão em uma noite como nenhuma outra Louise havia passado, e também a única, por quê a família Reis não construiu a fama de temida sobre bases frágeis.

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