8 - O Escuro Que Cada Um Constre 🌛

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" Com o medo você se entorpece Com o medo de nenhum problema você se esquece"

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" Com o medo você se entorpece
Com o medo de nenhum problema você se esquece".

Enquanto Marce remoia seu passado, bem longe do castelo dos Reis, Elizabeth e John voltavam a Anjo, depois de uma longa viagem para a terceira ou quarta lua de mel que haviam passado, nem mesmo ele sabia dizer a conta exata, pois todo momento com sua amada era único, tanto que não era novidade se esquecerem do trabalho.

Os dois eram advogados com uma carreira em ascensão, bons em seu ofício, o casal havia ganhado nada mais nada menos do que três meses para lua de mel do chefe quando anunciaram que se casariam, que claro foram muito bem aproveitados em três grandes viagens demoradas para conhecer pontos turísticos ao redor do mundo.

Só que esses três meses já haviam se ido a vinte e quatro horas atrás, e na primeira viagem a negócios que tiveram aos Montes Belos, mais precisamente em uma estação de esqui, conseguiram a tamanha façanha de deixar o cliente esperando por meia hora, mas que culpa ele tinha se seu mundo ao lado de Elizabeth trabalhava em um horário diferente do que funcionava o do mundo real?  Sorte que os clientes não reclamaram de nada.

Jonh suspirou imerso em pensamentos, quando sua mulher gritou.

— PARA O CARRO JONH, AGORA — no princípio ele não entendeu, tanto que continuou o percurso, no entanto sua mulher se jogou no volante do carro o fazendo ter uma parada abrupta.

— Qual o problema Elizabeth ? — ele perguntou raivoso, mas a mulher já havia se livrado do cinto, aberto a porta, e começado a correr preocupada para o lado oposto ao que o carro estava indo.

Preocupado com o que poderia estar acontecendo, Jonh foi atrás, e foi aí que entendeu o desespero da mulher, primeiro com o som audível de criança chorando, que o fez estacar assim que se virava para fechar a porta do carro para ir atrás da mulher.

A princípio ele pensou estar alucinando, afinal era uma estrada deserta por onde passavam, só tinha fileiras e fileiras de plantação ou mata fechada.

Mas não era alucinação alguma, ao aproximar-se de sua esposa, ele viu o quê sua distração havia deixado passar, o pequeno bebê de cabelos vermelhos que estava na beira da estrada, totalmente desprovido de proteção em todo o frio que fazia naquela noite de eclipse.

Sua raiva foi tanta ao ver o pequeno ser desprovido de proteção, que enquanto sua mulher se abaixava para o pegar, ele fez juras e mais juras destruir quem tinha feito tamanha monstruosidade, e quando Elizabeth finalmente se levantou com o bebê nos braços, ele se aproximou para observar melhor.

— E uma menina — Elizabeth falou emocionada.

A bebê de cabelos vermelhos estava com um macacão azul, e pequenos brincos em formato de flor de cor avermelhada, enquanto os olhos da pequena não paravam mediante os novos rostos, tamanha era sua curiosidade que já nem chorava mais.

— Quanta crueldade querida — ele falou enquanto os dedos da mão que havia se aproximado para a tocar, acabaram recebendo atenção de uma de suas pequenas mãozinhas, que logo foi deixada de lado, para dar atenção ao colar que estava em seu pescoço com medalhão que vinha a palavra Reis bem visível em pedras vermelhas.

— Reis — Jonh falou o observando, mas não fazia sentido ela ser dos Reis, eles tinham condição de criar um bebê.

— Talvez seja só ilustrativo — respondeu Elizabeth, enquanto ele tentava pegar o objeto das pequenas mãos para ter certeza, e quando teve êxito a pequena voltou a chorar instantaneamente.

— Ei calma, calma — dizia Elizabeth enquanto a balançava nos braços, e Jonh procurava algo pelo medalhão, e por fim não encontrava nada.

— Nada.

— Mas e o nome ?

— Como disse, pode não significar muito.

— E o quê faremos agora ?

— Podemos procurar a família, e se não a encontrarmos ... — ele começou a falar sem jeito, e Elizabeth completou esperançosa.

— Vamos encontrar — Elizabeth falou decidida, mas de forma automática ela segurou o bebê mais forte nos braços, afinal se a família dela realmente tivesse culpa do que estava acontecendo, não mereciam ter uma criança tão inocente de volta.

— E claro — John disse animado.

Mas no fim não nada foi encontrado a respeito da família da misteriosa criança, mesmo um mês depois das buscas, e devido ao carinho que passaram a nutrir pela menina, acabaram a adotando, dando a ela uma nova vida com o nome de Catarina Santos Reis.

Vendo que tudo tomava o rumo necessário para a sua profecia se realizar, o fantasma das profecias em seus diversos tons de azul saiu saltitando para saber se lá onde costumavam viver, sua forma pequena facilmente era confundida com o de uma criança, mas havia nele muito mais poder que qualquer criança bruxa chegaria a ter, ou mesmo adultos, suas proezas naquela noite em afastar a jovem do perigo só seriam descobertas anos mais tarde, quando Catarina finalmente encontrasse uma foto borrada de seus verdadeiros pais dentro do colar, ou tivesse sonhos perturbadores com seus últimos momentos como eles, mas isso era história para bem mais tarde.

Quanto a Catarina, ela continuou vivendo a sua vida, sem sequer se dar conta de suas origens, tudo por conta do que seus pais fizeram naquela noite para a proteger de Marce e seus seguidores obscuros.

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