(Alguns dias depois)
Pov Emma
Desde que abandonei Regina só nos vimos em algumas raras ocasiões no Granny’s e nos comportarmos como duas perfeitas estranhas. Não nos cumprimentamos, muito menos fizemos menção de conversar.
Parece que tudo que tínhamos para falar uma para outra foi dito nos vinte anos de relacionamento e nenhuma palavra, gesto ou atitude, mudará o fato de que nossa relação chegou ao fim e precisamos aceitar essa cruel e triste realidade.
Fiquei poucos dias no loft de Mary e foi o suficiente, principalmente depois que flagrei David andando nu na cozinha de madrugada.
No mesmo dia, decidi que precisava ter um lugar só para mim, já que meu antigo lar não me pertencia mais. Então, tomei a decisão de fazer uma pequena reforma no casarão onde eu, Mary e vovó moramos até que me casei com Regina.
Depois da morte de nossa avó, Mary resolveu, em comum acordo comigo, trancar o imóvel, porque não fazia mais sentido continuar morando naquela casa que só trazia boas e, ao mesmo tempo, dolorosas lembranças. Sem falar que a construção é muito grande para apenas uma pessoa, todavia acho que é justamente disso que preciso no momento, ter meu próprio espaço, onde eu possa desfrutar de momentos solitários e ordenar meus pensamentos.
— Oi, mãe! — a saudação do meu filho me traz de volta ao momento atual.
É impressionante o quanto Henry mudou nos últimos anos: está mais alto do que eu, seu cabelo castanho também adquiriu volume e sua voz agora é quase tão rouca quanto a de Regina.
— Oi, garoto! O que faz aqui? —
questiono, pois Henry não costuma mais me visitar no trabalho, muito menos tão cedo assim, já que, desde que começou a estudar à tarde, dorme praticamente até a hora de ir para o colégio e raramente desperta antes das dez.
— Não posso mais te visitar no trabalho? — devolve a pergunta, sorrindo. — Sempre fazia isso quando era mais novo. — ainda acrescenta.
Levanto e vou até onde ele está, embaraçando seu cabelo, enquanto meu filho sorri, tentando afastar minha mão de sua cabeça.
— Na realidade, eu queria conversar sobre o que aconteceu entre você e mamãe e dizer que estou do seu lado. — afirma ficando sério.
Suspiro profundamente.
— Henry, nesta história você e Lilly não tem lado, ambos são nossos filhos e devem apoiar e entender a decisão que tomamos, porque foi para o bem de todos. — falo, um pouco chateada.
— Mas foi ela que destruiu o casamento de vocês, quando te traiu com a outra lá. — contesta, igualmente chateado. — Todo mundo na escola está comentando sobre isso e já briguei com alguns colegas, defendendo você e mamãe, mas não consigo entender e perdoar o que ela fez.
Fico triste, imaginando o que ele e Lilly devem estar ouvindo ao meu respeito e, principalmente, sobre Regina dos outros estudantes. Sei muito bem o quanto as pessoas são maldosas, independente da idade.
Ajoelho-me na frente da cadeira onde ele sentou:
— Henry, meu amor, eu não quero que você julgue e condene sua mãe por uma situação que aconteceu por culpa de nós duas, até porque também não tenho sido a esposa perfeita para sua mãe nos últimos anos. Você sabe o quanto Regina ama você e sua irmã, aliás, os dois são as pessoas que ela mais ama no mundo, sempre foi uma mãe exemplar e vocês precisam muito dela. — paro de falar um momento — Esse é um dos erros que cometi no nosso relacionamento, sempre deixei Regina ser a mãe superprotetora e severa, enquanto meu papel na criação dos dois era bem mais confortável — admito — Sempre foi mais fácil para mim ser a mãe legal que brincava e levava vocês para fazerem os programas divertidos, porque nunca tive pulso suficiente para ser rígida e participar mais ativamente da formação dos dois. — pontuo, reconhecendo que grande parte do caráter e da educação que meus filhos possuem hoje é resultado da criação que minha esposa deu a ambos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cenas de Um Casamento [SwanQueen]
Fanfiction[CONCLUÍDA] Emma Swan tem um casamento aparentemente sólido com Regina Mills. Elas se conheceram ainda na adolescência, quando se apaixonaram e começaram a namorar. Tiveram dois filhos e parecem compartilhar uma vida feliz, até que, numa quarta-fei...