~ Flashback ~
[Arredores da Casa Swan Mills – Anos atrás]
— Emma, você acha que é seguro tirar as rodinhas agora?! — Regina questionou ao ver a esposa ajoelhando-se ao lado da bicicleta de Henry para retirar o acessório de segurança, enquanto mantinha Lilly nos braços. Atenta, a garotinha assistia a cena em silêncio com o olhar focado no irmão.
— Você prefere que a gente espere até que ele mesmo seja capaz de tirá-las sozinho? — retrucou com certa impaciência, já com a primeira rodinha retirada na mão. — Além do mais, eu vou ficar segurando a bicicleta até que ele tenha segurança e equilíbrio suficientes. — retirou a outra.
— Mamãe, eu já sou grande... E só garotas andam com rodinhas na bicicleta — Henry se meteu na conversa, preocupado que o cuidado exagerado de Regina influenciasse Emma, e fizesse a mãe loira desistir de ensiná-lo a andar sem as rodinhas — Os outros garotos já estão zombando de mim. — bufou contrariado.
— Rapazinho, entenda que você nunca será grande o suficiente para mim. E, a propósito, quem são esses garotos que estão zombando de você? Dê-me os nomes que vou reclamar com os pais deles pessoalmente. — garantiu, severa, enquanto o filho revirava os olhos.
— É por isso que eles me chamam de "filhinho-da-mamãe"! — resmungou com irritação.
— Hei, não era para ser "filhinho-das-mamães", não?! — Emma protestou, indignada.
— Eles dizem que você parece mais com uma irmã mais velha, mãe! — brincou, subindo na bike.
— Ah, é? Pois, quando eles forem mais velhos e estiverem infringindo as leis, bebendo e fazendo bagunça pelas ruas, vão ver do que a irmã mais velha é capaz! — resmungou, chateada com sua falta de credibilidade perante as crianças da cidade.
Regina e Henry se divertiram com a revolta da loira, ao mesmo tempo que Lilly pediu para ser colocada na garupa da bicicleta, embora sua vontade não tenha sido atendida por nenhuma das mães.
O garoto começou a pedalar e Emma segurou a cela para lhe dar apoio. Regina colocou a filha no chão e ambas acompanharam, com um sorriso nos lábios, os outros dois membros da família seguindo pela Mifflin Street.
Num dado momento, Emma soltou a cela e o filho seguiu sozinho, sem notar a expressão de pânico que tomou conta do semblante de sua outra mãe, logo substituída por um ar orgulhoso quando Regina observou que seu pequeno príncipe manobrava a bicicleta de um jeito confiante e corajoso.
Henry fez todo o percurso da rua sozinho e ao se cansar, retornou para perto das mães e da irmãzinha. Ele ficou dando voltas ao redor delas enquanto os quatro formavam o perfeito quadro de uma família feliz.
~ Fim do Flashback ~
Pov Regina
Desperto aos poucos do que provavelmente foi um pesadelo. Quando consigo abrir as pálpebras, logo vislumbro Emma encarando-me com ar preocupado e percebo que estou nos braços dela, em nossa cama. Pelo visto, a revelação do nosso filho não foi apenas um sonho ruim, mesmo assim tento me agarrar a um último fio de esperança.
— Emma, por favor, diga-me que não seremos avós!? — praticamente imploro, desejando ouvir uma resposta que me tranquilize.
— Você tem que ser forte, amor! Henry já é um rapaz, ainda jovem, porém mais crescido do que imaginávamos, e agora ele nos dará um neto. Temos que aceitar a dinâmica da vida. — diz num tom gentil e apaziguador.
Porém, isso não me serve de conforto.
— A dinâmica da vida é ele se formar, voltar a morar conosco e só pensar em casamento aos 35 anos e ser pai aos 40. — retruco, sentindo seus dedos afagar meus cabelos.
— Regina, meu amor, você tem que deixar de ser tão controladora e dar um voto de confiança ao nosso filho. Lembre-se que quando nos casamos e o adotamos, nós tínhamos só um pouco mais do que a idade que ele tem agora. — pontua, séria.
— Mas eu estava formada e você já era assistente do Xerife. — argumento no mesmo tom. — E a adoção dele ocorreu por um motivo de força maior. Lembra como ficamos sensibilizadas ao ler no jornal a história do garotinho de dez meses que sobreviveu ao acidente de carro que matou os pais dele? Como choramos quando soubemos que ele estava sozinho no mundo? — recordo com os olhos marejados, pois sempre me emociono ao lembrar desses detalhes sobre o início da vida de Henry.
— Justamente por isso: nós não planejamos adotá-lo, da mesma forma como ele não planejou ter esse filho agora. — explica, olhando-me com doçura — E mesmo com toda nossa inexperiência, você não pode negar que fomos, e ainda somos, boas mães. Henry é um rapaz inteligente, corajoso, gentil... Se você não tivesse desmaiado, teria se orgulhado muito dele. Henry foi muito convicto quando disse que vai assumir as responsabilidades com Grace e o bebê, além de garantir que não vai desistir da faculdade.
— Ele não vai deixar de ir para a faculdade? — pergunto, esperançosa.
— Não... Ele vai se casar com Grace e irá para a universidade. Portanto, eles só vão morar juntos depois que Henry tiver se formado. Nosso filho já conversou com Jefferson que, a princípio, ficou tão chocado quanto nós duas, mas também precisou entender a situação, porque não há nada mais que possamos fazer.
Fico orgulhosa do filho que temos, porém não posso deixar passar a oportunidade de provocá-la:
— É, agora realmente só nos resta aceitar essa realidade. Entretanto, você poderia ter enfatizado melhor a importância do uso do preservativo quando teve aquela conversa sobre sexo com ele. — provoco, irônica.
Ela arqueia as sobrancelhas, olhando-me com expressão espantada.
— Você tá falando sério? Já não era suficiente eu ter uma conversa desconfortável com um garoto de 11 anos e você ainda queria que eu mostrasse a ele como colocar uma camisinha? — questiona, levemente irritada. — Achei que falar sobre a necessidade de usá-la durante o ato já fosse o bastante. Além do mais, por que a senhora não falou sobre isso com ele? — protesta ainda indignada.
— Porque você sempre foi a mãe mais despojada, a mais moderna... — replico com zombaria.— Devia ter usado uma banana para demonstrar como colocar o preservativo.
Ela gira o corpo, ficando sobre mim e me prende contra o colchão:
— Ah, tá! Então, como a mãe moderna que sou, eu deveria ter usado um dos nossos dildos, assim ele ficaria traumatizado e provavelmente jamais iria querer fazer sexo na vida. — retruca, brincalhona.
Ficamos rolando na cama, feito duas adolescentes apaixonadas e, apesar da surpresa que Henry nos preparou, eu não poderia estar mais feliz, porque minha família está novamente completa.
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Cenas de Um Casamento [SwanQueen]
Fanfiction[CONCLUÍDA] Emma Swan tem um casamento aparentemente sólido com Regina Mills. Elas se conheceram ainda na adolescência, quando se apaixonaram e começaram a namorar. Tiveram dois filhos e parecem compartilhar uma vida feliz, até que, numa quarta-fei...