Is that yours?

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Louis não exatamente aprontou algo então Harry fez uma breve nota mental para lembrar que Louis tinha essa cara travessa permanente de quem está prestes a aprontar algo a todo momento então ele deveria ficar atento para quando ele fosse realmente agir.
Louis o levou para o refeitório e bem, Harry não estava exatamente confortável ali. Essa era a única parte da faculdade que ele não tinha boas lembranças, nem pergunte o motivo, você só precisa saber que envolve uma garota revoltada e uma quantidade enorme de uma gororoba nojenta e altamente pegajosa servida na cantina.
Ele estaria se sentindo menos desconfortável se não tivesse se perdido de Louis quando uma multidão de alunos apressados entrou no lugar.
Harry varria o lugar com os olhos procurando por Louis enquanto servia a gororoba estranha em sua bandeira mas o que achou foi Niall centrado e sozinho em uma mesa escrevendo freneticamente em um caderno.
Aquilo era meio deprimente para ser honesto. Mesas lotadas sem nenhum espaço de sobra, mal se conseguia passar entre elas todos se espremendo procurando por um mísero espaço para que pudessem sentar juntos e ter um almoço divertido com alguns amigos e Niall ali, com uma mesa de seis lugares vazia, ninguém ao seu redor e ninguém ao seu lado escrevendo o que parecia ser a mais nova obra referencia da literatura moderna. Existia certa beleza nisso, apenas olhos mais atentos conseguem ver.

-Hey Niall.

Niall olhou para cima e para os lados. Alguém estava realmente falando com ele? Ele se esforçou um pouco pra lembrar que aquele cara estranho parado ali era Harry.

-Oi Harry. Conseguiu um emprego aqui?
-Bem que eu queria. Ei, eu acho que perdi minha amiga. Se importa se eu...?

Niall rolou os olhos enquanto HARRY ventava e acredite nem ele mesmo sabe por que o fez.

-Claro.
-No que está trabalhando?
-É um... Romance.
-Bom para você!
-Acho que sim.
-Está feliz com ele?
-Na verdade, não.

Um silêncio constrangedor de segundos se instalou. Harry se perguntava até que ponto Niall era honesto, ele não o conhecia muito bem, mal sabia a sua idade mas sabia que Niall não escondia nada e falava aquilo que julgava ser necessário, e era dono de um julgamento 100% repleto de acertos e ética. Um gênio complicado, excêntrico e solitário como todos os gênios que você possa ou queira comparar.
Você jamais vai conseguir encontrar uma palavra melhor para defini-lo além de gênio e todos as ramificações que ela contém.

-Como vai? Está melhor?
-Não. Só quero que tudo isso acabe o mais rápido possível.

Era perturbadora a forma como o sorriso falso e irônico não abandonou o rosto de Niall a cada palavra pronunciada. Harry não conseguia fazer nada além de encarar o mistério obscuro escondido em olhos azuis fortes que deveriam ter algum tipo de brilho há muito tempo apagado.

-Por que gosta tanto daqui?
-É o único momento que pode fazer isso. Sentar por aí e ler o dia todo, ter boas conversas sobre ideias. As pessoas lá fora não fazem isso Niall. Pense nisso, vice pode dizer a todos aqui "eu sou um poeta" e ninguém vai te dar um soco na cara. Isso já é alguma coisa.

Ali estava, um vislumbre de sorriso verdadeiro nos lábios finos de Niall. E então o vislumbre de sorriso se foi, tão rápido quanto o tempo que esteve por ali.

-Sim. Eu entendo isso. Só não consigo esquecer o fato de que estou agressivamente infeliz aqui.

-Harry! Harry! Hey! Venha aqui.

Harry engoliu em seco, não queria deixar Niall sozinho mas 1-Ele sentia que Niall queria ficar sozinho depois disso. 2-Ele não sabia o que diabos falar para ajudar se ficasse, então Louis o chamando de uma mesa distante para que se juntasse a ele foi o que ele precisava naquele momento. Mas ele não sairia dali para deixar Niall completamente sem nada e sozinho mais uma vez. Foi pensando nisso que Harry arrancou a caneta da mão de Niall e escreveu no canto da capa do caderno rabiscado com palavras pesadas repletas de um sofrimento tão antigo para alguém com tão pouco tempo de vida.

-É o meu número. Se quiser conversar.

Quando o almoço acabou Louis pediu que Harry fosse até o dormitório dele pra esperar por alguns minutos até que as aulas acabassem.
Na hora pareceu uma boa ideia mas agora ele estava por quase uma hora andando pelo minúsculo quarto que Louis dividia com Stan sem absolutamente nada para fazer além de andar e procurar por algo interessante sem deixar claro que havia procurado, entende? Aquilo foi uma péssima ideia é ele estava entediado.
Algo chamou atenção na mesinha de cabeceira ao lado da cama um clique na porta foi ouvido e ele pegou o objeto nas mãos mãos com uma cara de descrença.
Louis entrou e Harry não sabia a diferença entre surpreso e chocado.

-Por favor Louis, me diga que isso é de Stan.

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