Se você perguntasse a Harry se ele tinha ido "caminhar" as seis da manha só por não conseguiu engolir a ansiedade de ver Louis, ele negaria.
Se você o perguntasse se ele andou sem nenhum um lugar em mente para ir por duas horas, esperando que o tempo passasse mais rápido e ele pudesse ir finalmente para a maldita cafeteria reclamar com Louis daquele livro horrível que ele teve que ler, para ver o sorriso de Louis e suas adoráveis ruguinhas, para sentar e finalmente admirar Louis por mais algumas horas, bem, ele negaria.
As horas finalmente passaram e Harry já havia feito seu pedido, tomou o cuidado de pedir um café para Louis também, as nove em ponto Louis entrou no local sorrindo assim que seus olhos encontraram o corpo alto e desajeitado de Harry, sentando na cadeira em frente a ele ainda sem dizer uma palavra, apenas sentando lá sorrindo e sendo adorável como sempre.
Segundos de silencio se passaram até Louis se pronunciar baixinho.
-Devo começar?
-Por favor.
-Ok. Eu gostei dele. Foi divertido e estupido. Foi um passa tempo. Não é Tolstoy, mas também não é televisão. E me deixou feliz. E você?
Louis deu a palavra a Harry depois de falar suavemente o que achou do livro, Harry estava com uma cara séria. Se você os olhasse de longe sem ouvir a conversa acharia que eles estavam discutindo os valores da bolsa ou algo realmente mais sério.
Harry pegou o livro com cuidado em cima da mesa e o analisou suavemente em suas mãos antes de começar a falar pausadamente sobre ele.
-Obrigada. Este é o pior livro escrito em inglês.
-Oh, então há livros piores escritos em outros idiomas?
-É provável que não. A menos que esse livro seja traduzido para outros idiomas.
Louis gargalhou e jogou sua cabeça para trás apoiando no encosto do banco confortavel, levantou suas mãos como sinal de "hey cara, eu me rendo".
-Nós não precisamos fazer isso.
-Não, por favor, vamos. Preciso saber como você lê essas hmm... acho que as chama de sentenças...fecha o livro e não se sente ofendido ou triste.
-Milhões de pessoas gostam disso.
-Então milhões de pessoas gostarem disso significa que é bom?
-Não. Significa que milhares de pessoas gostam disso. Esses livros deixam as pessoas felizes. Não temos que pensar só em ciência politica ou ler Chaucer.. o que alias, eu odeio.
Harry estava ofendido. Realmente ofendido.
-Não é pra gostar!
-Pra que ler então? Você ama a faculdade, não é? A ideia de faculdade não é compreender diferentes pontos de vista?
-É também sobre desenvolver gosto. Bom gosto.
-Isso é presunção. Você é presunçoso.
-Não, eu não sou!
Harry se sentia desesperado para provar seu ponto a Louis e deixar claro que ele não estava sendo esnobe ou presunçoso. Ele tentava falar, porém tudo o que ele conseguia ate agora era acenar violentamente com as mãos e abrir a boca para falar algo e ser interrompido pelas palavras apressadas e barulhentas de Louis.
-Sim, você é. Acha que é legal odiar as coisas, e não é. É tedioso. Fale sobre o que gosta e fique quieto sobre o que você não gosta, é simples.
-Sei o que pode parecer, mas acredite em mim, isso é importante. Esse país vai de mal a pior e isso em grande parte tem haver, eu acho... com pessoas gostarem de coisas muito, muito ruins.
Louis estava indignado e honestamente? Harry se perguntava como alguém tão pequeno (ou compacto, como Louis preferia ser chamado) podia soar tão barulhento em uma discursão sobre um livro realmente estupido. ( de acordo com Harry, é claro.)
-É o que você acha! Por que é você quem decide o que é bom ou ruim? Quer se cercar só de pessoas que leram os mesmos livros que você?
-Acho que temos que dar exemplos mais específicos...
Louis estava se irritando com aquilo, Harry estava claramente escondendo algum sentimento ou algo parecido atrás de uma argumentação sem cabimento fundada em um simples livro, então ele simplesmente cortou Harry puxando o livro bruscamente de suas mãos quando ele estava folheando-o em busca de uma sentença para provar a Louis seu precioso argumento. Louis se inclinou na mesa e direcionou a Harry um olhar determinado. Esse não era Harry, esse era apenas mais um cara se escondendo atrás de uma mascara de distração e falsa concentração em algo, Louis estava definitivamente cansado desse tipo.
-Onde você está, Harry?
-O que quer dizer?
-Eu quero dizer que você está em algum lugar, mas não é aqui.
-Eu estou aqui! É claro que eu estou aqui.
-Então por que estamos gastando o nosso tempo tendo uma discursão estupida sobre um livro?
Harry estava prestes a responder quando viu Louis direcionar o olhar para algo atrás dele, algo não, alguém. Peter, de quem Harry estava covardemente se escondendo e quem direcionou a ele um olhar desapontado durante todo o caminho até a mesa deles.
-Olá Peter.
-Zibby.
Peter não falou com Harry, ele simplesmente passou direto olhando uma vez para trás direcionando aquele olhar a Harry novamente.
Harry correu atrás do professor, Peter estava tendo um momento difícil com a aposentadoria e não tinha um amigo para ajuda-lo com aquilo, ele não queria parar de lecionar ainda, amava o que fazia e se sentia inútil por saber que iria parar para que alguém mais novo entrasse em seu lugar. Harry sabia disso, assim como também sabia que havia estragado tudo escondendo de Peter que estava ali.
Ele se escondeu por que estava com medo, no fundo ele ainda estava se sentindo errado com tudo aquilo, Louis tem 19 anos, pelo amor de deus! É fácil falar que o romance não tem idade, que você não deve se prender a isso e que não é assim tão importante, mas é diferente quando você esta vivendo isso e é a pessoa mais velha na possível relação.
Harry estava se sentindo errado sobre isso e estava com medo de que Peter apontasse seu erro na cara dele, no fundo ele sabia que Peter jamais faria isso, mas ele estava com medo de ser julgado por alguém que admira. É disso que tudo se baseia no final, no seu medo de não ser aceito, ser julgado e condenado como ele tem sido. Não por pessoas em si só, mas por ele mesmo.
-Peter.
Peter não parou de andar.
-Peter!
-O que diabos está fazendo aqui, Harry?
-Eu não sei.
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Age Appropriate
FanfictionCom 35 anos, Harry Styles volta à universidade para participar da comemoração da aposentadoria de um de seus antigos professores. Lá ele percebe que pouca coisa mudou desde sua saída e conhece Louis, um encantador aluno do segundo ano com quem acaba...