Age Appropriate

Ohio.

No caminho pra Ohio Harry olhava a paisagem ao seu redor na estrada, claro que ele podia ter pego um avião mas não é como se ele se sentisse totalmente confortável com isso, toda a ideia de viajar horas num lugar cheio de pessoas desconhecidas sem poder sair ou algo assim deixa ele enjoado, e além do mais se ele fosse de avião perderia toda essa vista de casas solitárias em meio a grama verdinha e bem tratada, um céu limpo sem nenhum prédio, lagos com alguma pequena casa branca em volta.
Depois de passar tanto tempo cercado de prédios altos, pessoas mal educadas e barulho extremo da cidade ele apreciava muito essas pequenas coisas que faziam ele sentir como se tivesse de volta aos seus melhores dias.
Uma viagem de horas pareceu uma de minutos, ele estava tão animado e já havia chego ao campus saltitando pelo lugar, dizendo "oi" pra pessoas aleatórias que encontrava e finalmente se jogando na grama sem se importar se achavam ele estranho ou não, ele só queria reviver os bons tempos.
Harry ficou um tempo ali pensando deitado pensando em absolutamente nada, se dando o prazer de esvaziar a mente por um momento, apenas relaxar e observar nuvens, Harry ficou ali um bom tempo antes de ir até a casa do Professor no campus.
Se assustou quando chegou lá e não encontrou Professor Peter e sim um casal simpático. Quem eram eles?

-Oi, eu sou o Dan e esta é Jay, minha esposa.
-Ele avisou que estaríamos aqui, não é? Jay disse.

Oh não, ele não avisou.

-Sim, ele avisou, avisou sim.
-Ele está cuidando de nós enquanto estamos aqui.
Jay se virou e gritou em direção às escadas.

-Peter, Harry está aqui!

Harry ficou confuso por ela saber quem ele era, ele nem a conhecia e ela sabia quem ele era, ele nem imaginava que existisse alguém no mundo chamado Jay e nem que um dia conheceria esse alguém, Harry quase não ouviu Dan falando com ele.

-É bom estar de volta?
-Sim, sim. É ótimo e estranho também, subi a colina e pensei ter visto um ex-namorado ou algo assim.

Harry riu, por que bem, era pra ser engraçado. Foi engraçado na mente dele mas não foi tão engraçado assim falado em voz alta e ele quis se Jogar da janelinha da casa de um andar. Seria menos vergonhoso.
O casal sorriu cordialmente pra ele e procurou cortar o clica constrangedor.

-Lou gosta tanto daqui que fica triste quando vai para casa nos feriados.
-Lou?
-Desculpe, Louis. Nosso filho, ele estuda aqui no segundo ano.
-Ele faz parte do grupo de improviso, viemos para ver uma apresentação dele.
-Como foi?
-Hilária!
-É, indecente mas definitivamente hilária.
-Gostaria de ter visto -Harry sorriu - De onde conhecem Peter?
-Ele era meu orientador no campus, ele nos fez cantar musicas sindicais em volta da fogueira.
-Oh meu Deus ele nos fez cantar isso também!

Então Peter apareceu cantando.

-stand up for you brothers... Harry! Deixe-me olhar pra você, nada mal.

Peter abraçou Harry e ele sentia falta daquilo, sentia falta de cantar em volta da fogueira com Peter e alguns alunos, ele sentia falta até mesmo de seu cheiro de cigarro que Peter emanava.

Peter tinha um jeito jovem de ver a vida mesmo tendo uns bons 60 anos agora. Ele era apenas jovem, não tem muito como explicar.

-Então, quem está com fome?
-Eu estou faminto, por favor me alimente!

Harry falou mais alto que devia e se arrependeu por parecer um adolescente de 16 anos faminto e barulhento que mal consegue se controlar, contenha-se Harry, você tem 35 anos.

A sala foi coberta por risadas e Harry se sentiu aliviado por um instante.

-Estou faminto também Harry, vamos comer. Temos reserva! Eu vou no carro com Harry e você seguem a gente até o lugar.
-Tudo bem, Louis mandou mensagem e está nos esperando no restaurante.

No caminho Peter puxou uma conversa com Harry, e pra falar a verdade Harry estava bem preocupado com o professor, o fato é que ele não parecia tão animado por estar se aposentando, ele fazia brincadeiras com isso mas no fundo sabia que não era o que ele queria.

-37 anos acredita? Nova-iorquino passa 37 anos numa cidade onde o prédio mais alto tem 9 andares.
-Como se sente a respeito de tudo isso?
-Aposentadoria? Não sei, mais um ano de reunião de professores e eu me jogaria do prédio de 9 andares. Como vai "o jogo de admissões"?

Peter falou sorrindo como um adolescente implicante, não importa o tempo que passasse ele nunca cresceria de verdade.
Harry e ele tinham isso em comum.

-"Como vai o jogo de admissões amigo" blá blá blá

Harry o imitou fazendo caretas e deixando a voz aguda. Sua expressão mudou drasticamente quando viu uma antiga professora na rua e teve vontade de correr até ela, ela parecia incrível é sempre foi a paixonite dele, não o culpe ela era linda e boa leitora, isso é uma combinação perigosa pra ele.

-Aquela é a professora Fairfield?
-Yep.
-Uau, ela está incrível! Como ela é? Ela é legal?
-Ela não é exatamente agradável.
-Eu amava as classes dela de literatura inglesa! Ela é a melhor professora que eu tive.

Harry sentiu Peter olhando pra ele pelo canto do olho e corou.

-Ela era tipo, a segunda melhor professora que eu tinha.

Então começou a assobiar, era uma mania. Assobiar quando está constrangido. Peter riu, Harry nunca mudaria.

-Você é inacreditável.

O caminho seguiu em risadas e em histórias de como Harry era um bom mentiroso um tempo atrás e logo eles chegaram ao restaurante onde Harry viu Louis pela primeira vez, e meu Deus Louis era lindo ele tinha cabelos levemente avermelhados uma simples barba mal feita e os olhos mais azuis e cristalinos que Harry encontrou, sua pele parecia seda de um tom incrível Harry queria tocá-lo, ele nunca foi esse tipo de cara que se policiou sobre sentimentos ou desejos, ele apenas sentia e pronto.
Louis estava acenando para eles se juntarem a ele na mesa e Harry não pode acreditar no quão adorável aqueles olhos por baixo de uma franja eram, seus cabelos longos pareciam macios, Eu já mencionei quanto Harry queria tocá-lo?

-Harry, este é Louis nosso filho.
-Hey!