Wanted | Yoonmin

04. Meio

Notas Iniciais: Oioi, wanted tá de volta!! esse capítulo tem menção a uma tentativa de suícidio durante a conversa dos yoonmin. é bem breve e implícita, mas deixo avisado porque sei o quanto pode ser incômodo às vezes receber essas coisas sem aviso, so... enfim, boa leitura!

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19 de julho, um ano atrás

— Aigoo. — O tom zombeteiro de Jimin ecoou pelo local isolado e silencioso. Ele estava em pé ao lado de um Yoongi ofegante, que tinha se deitado no banco de pedra assim que o avistou, e deu tapinhas carinhosos nas pernas do rapaz mais velho, antes de continuar com a implicância: — Você já quer desistir, ahjussi? Devo lembrá-lo que foi ideia sua, escalarmos essa montanha?

— Jiminie, vem aqui — chamou o Min, sem abrir os olhos ou erguer o tronco, incentivando a aproximação do mais novo com acenos de mão.

— O que é? — Jimin o olhou desconfiado, mas fez o que o músico estava pedindo. Quando o seu rosto estava próximo o suficiente, Yoongi o agarrou pelas bochechas e o puxou até que seus lábios se encontrassem em um selinho estalado, dizendo ao se afastar:

— Fica quietinho, tá bom?

O Park o encarou, surpreso com a afeição repentina. Os olhos gatunos do mais velho brilhavam, fios do cabelo escuro grudavam-se à sua testa suada e as bochechas estavam coradas por conta do esforço que tinham feito durante toda a tarde, todavia, o detetive poderia jurar, por tudo o que acreditava, que nunca tinha visto uma pessoa tão linda quanto o músico estava naquele momento. Aquela sensação quente e engraçada, que embrulhava seu estômago e disparava o coração, emergiu novamente, como vinha fazendo nos últimos meses, ao vislumbrar a visão do rapaz à sua frente.

— Além do mais — Yoongi começou, depois de soltar o rosto do mais novo e se sentar no banco —, nós já chegamos ao lugar que eu queria te mostrar.

Jimin olhou em volta. O local onde estavam era um ponto de descanso, um dos mais sem graça e escondidos da trilha, cercado por um amontoado de árvores tão unidas que não seria muito difícil para alguém com más intenções se esconder, durante à noite ou em um dia nublado, entre suas sombras. Aquele foi o primeiro pensamento do Park, porque ele tinha estudado e treinado por anos para estar pronto para qualquer tipo de situação, contudo, reparou que o espaço remoto não importava ao seu hyung. O músico estava interessado no que estava à frente.

Havia um pavilhão mediano de madeira, como todos os outros nos pontos de observação e descanso ao percorrer da montanha, e esse seguia até uma pequena muralha de pedras, que o separava do nada que era o precipício mais adiante. Aproximando-se, Jimin reparou que, dali, conseguiam ver o distrito mais abaixo, minúsculo e indefeso como uma construção em maquete, e também o jardim de flores amarelas e violetas que havia no sopé da montanha Hamjisan, bem no início das diversas trilhas que seguiam até o topo.

Como estavam em um local centralizado, o sol alto das quatro da tarde não os atingia, uma vez que o restante do gigante natural criava sombras sobre aquele espaço, mas seus raios alcançavam o mundo lá embaixo, iluminando os picos dos prédios e transformando-os em estrelas, assim como traziam vida para os corredores magníficos de flores. Era lindo.

— Meus pais gostavam de levar o Gukie e eu para fazermos trilhas quando éramos crianças. — A voz próxima de Yoongi fez o Park reparar que o músico estava ao seu lado, curvado sobre a muralha de pedras. — O Gukie sempre foi sem juízo, então a coisa favorita dele era chegar lá no pico, onde dá para ver quase a cidade toda. Ele fazia apostas com meus pais para ver quem ia desistir primeiro, quem seria o que mais reclamaria durante o caminho...

— E deixa eu adivinhar — Jimin o interrompeu, mordendo o lábio inferior para segurar uma risada. — Você sempre foi essa pessoa?

— Ya! Claro que não! — protestou o Min, mas o rubor em seu pescoço o entregou. Esfregando a nuca em um gesto embaraçado, ele desconversou: — Enfim, nós sempre pegávamos essa trilha e esse sempre foi meu ponto favorito dela. Tem uma vista maravilhosa e não é tão alto quanto o pico. Estar tão acima do mundo daquele jeito me assusta, mas, quando estou lá embaixo, me sinto preso. Aqui é a altura perfeita, bem no meio.