Antecipação...

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[ Pov Lady Dimitrescu]

Estava em meu escritório olhando o descongelar da vida lá fora enquanto tomava uma taça de vinho, dando alguns minutinhos de descanso para minha mente que estava atolada em vários problemas relacionados a adega quando o telefone tocou.

"- Alcina. Mãe Miranda mandou avisar que retornará uma semana antes do previsto. Ela conseguiu os insumos para dar andamento nas pesquisas. Então prepare a menina."

Era Heisenberg.
Uma semana antes??
Mas ainda não temos nada concreto!! Não tenho todas as respostas que preciso!
Aaaargh! Tenho que me apressar!!!

"- Ela estará pronta."- respondi.

DROGA! E se der errado??
E se ela não aguentar???
E se a doença dela resultar em alguma mutação 'errada'. Não que a minha e a dos outros lords sejam 'certas', mas ainda temos todas as nossas capacidades mentais intactas, menos Moreau.. enfim...
Se ela não for mais ela depois da infecção???

Um calafrio me correu o corpo.
Fiz planos a envolvendo.
Ela não era Ághata, mas estava... Gostando de certa forma de S/N, mesmo vendo parte de uma, na outra. Sua companhia era maravilhosamente agradável.
Não poderia passar por tudo aquilo de novo..
Ághata era completamente compatível com o cadou.. já S/N..

Levei a mão à testa e apertei os olhos suspirando.
Não poderia bater de frente com Mãe Miranda, da última vez que ousei, isso quase custou a vida de minhas filhas! Ela pode ser absurdamente sádica quando contrariada.

"- Espero que tudo dê certo."

[ Pov leitor ]

Uma semana depois de toda aquela confusão com as filhas da condessa eu já me sentia bem, os ferimentos estavam muito melhores que antes e eu já estava me habituando a nova realidade e rotina como dama de companhia.

A Lady estava estranha a semana toda, mal não havia comido e mal tocara em seu prato. Notei que parecia dispersa e ansiosa com algo.

Estava parada de pé ao lado das outras servas, havia acabado de servi-la.

"- Mamãe, acha que já podemos sair do castelo? O tempo já está bom e a temperatura já voltou a subir."- disse Bela com um olhar pidão.

"- É verdade mãe, já podemos até sentir o cheiro dos cervos e coelhos lá fora. Se eles já estão andando por aí, acho que nós também já podemos."- completou Daniela.

"- Sim sim, claro. Podem sair após o almoço."- falou sem olhar para as três levantando-se e indo em direção a porta. A acompanhei.
Elas estavam empolgadas e planejando mil coisas para fazer fora dos portões do castelo. Deixamos o cômodo ao som das risadas das três.

Andamos pelos corredores em direção ao seu escritório sem dizer uma palavra. Ela estava séria e parecia preocupada. Adentramos o escritório, não aguentei vê-la daquele jeito e perguntei o motivo de toda aquela preocupação.

"- Minha Lady, me desculpe a intromissão, mas o que te aflinge? Parece preocupada e ansiosa."- a olhei com receio de estar entrando onde não deveria.

Ela se sentou em sua cadeira atrás da grande mesa e me olhou.

"- Querida, sente-se."- me sentei sem desviar os olhos. "- Se lembra que eu disse que Ághata havia passado pelo processo de infecção com o mofo?"- fiz que sim com a cabeça. "- Ela havia sido o ser humano mais compatível com o mofo até hoje. Quando eu coletei seu sangue foi para tentar estuda-lo, para que caso você viesse a ser exposta a ele, eu já soubesse antecipadamente como suas células reagiriam."

"- E.... Como reagiram?"- tive medo da resposta.

"- Inicialmente, elas abraçaram o mofo, como as células de Ágatha fizeram, mas no dia seguinte.... Percebi que elas mutaram.."- seu olhar era de preocupação.

"- Como assim mutaram???"- meus olhos começaram a se encher de lágrimas pelo medo da resposta.

"- Elas mutaram como as minhas, mas para saber o que de fato aconteceria com seu corpo, seria necessário ver na prática."

"- Mi-minha Lady, não sei se quero passar por esse processo."

Vi que sua expressão mudou.

"- Nem eu quero que passe. Vou pensar em algo."-e olhou como se arrependesse de ter dito aquilo.

Pensar em algo??
Como assim???
Havia a possibilidade disso acontecer??

Entrei em choque.
Não quero me tornar uma daquelas coisas que vi na floresta.
Nem comer gente..
Eu estava totalmente ferrada. O clássico, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

"- Ei? Pequena? Não se preocupe. Vai ficar tudo bem! "- ela disse pegando em meu queixo, me fazendo olhar em seus olhos.

Queria acreditar nas palavras dela, mas a hipótese de virar uma daquelas coisas me deixava completamente desnorteada.

"- Minha Lady, não quero me tornar uma aberração sem consciência."- meus olhos já estavam transbordando.

"- Fique calma querida."- pegou em minha mão para que eu desse a volta na mesa e me puxou para seu colo. "- Creio que com essa mutação em suas células, Mãe Miranda desista da idéia. Você não é Ághata. Não é o receptáculo perfeito que ela tanto busca."

Mãe Miranda???
Quem diabos era essa mulher??
Seria a responsável por propagar esse mofo? Pela fala de minha Lady, parecia ser.
Vou sondá-la mais sobre ela em outra ocasião.
Sinto que agora ela não me falaria nada por já ter 'falado de mais'.

"- Não vou deixar que nada te aconteça, pelo meu próprio bem."- disse tirando uma das luvas e limpando as lágrimas do meu rosto.

Ficamos bem próximas.
Como ela cheira bem.. Esse cheiro me dá um nó no cérebro.
Esqueço tudo que estava pensando no mesmo momento que o sinto.
Seus olhos pareciam duas pérolas douradas encarando os meus.
Aquela proximidade toda me fazia aquecer.

Ela então me puxa pra mais perto e envolve suas mãos em minha cintura, e eu não protesto.
Seus lábios carmesim pareciam gritar pelos meus.
Envolvi meus braços em volta de seu pescoço.
Meu coração estava acelerado e minha respiração, descompassada.
Ela se aproximou lentamente selando seus lábios aos meus.

O beijo foi terno, com gostinho de lar.

Mais imagens começaram a brotar em minha mente. Imagens e sensações de momentos íntimos. o beijo foi se intensificando e meu corpo começou a se aquecer novamente.
Num súbito ela me ergue e me coloca sentada na mesa.
Sentia meu centro pedir por ela.
Suas mãos corriam meu corpo sem pudor algum. Aquelas mãos frias faziam minha pele arrepiar.

Ela interrompeu o beijo e levou a boca ao meu pescoço. Podia sentir suas presas roçarem minha pele enquanto uma de suas mãos subia por minha coxa erguendo meu vestido.
Era uma mistura de medo e excitação.
Medo por estar tão perto de um possível predador que me mataria com extrema facilidade e excitação por ser.. ela...

Era como dançar com o diabo..

Sua mão chegou em minha calcinha que foi cedida com muita facilidade me fazendo soltar um gritinho com o susto. O próximo a dar perda total foi o meu vestido. Ela agarrou o tecido rasgando-o como se fosse papel revelando meu corpo. Reiniciamos um beijo quente e faminto. Ela brincava com meus sentidos. Sua mão deslizou pelo meu pescoço, busto, barriga até chegar em meu centro enquanto sua boca brincava com meus mamilos.
Gemi com o ato. Ela sabia bem o que estava fazendo.
Sua boca começou a descer acompanhando o caminho feito por sua mão..

Chegando lá ela me torturou o quanto pôde.
Beijava e mordiscava minhas coxas me fazendo retorcer.

"- Não me torture assim minha Lady."- gemi mordendo os dedos.

Ela sorriu maliciosamente e me abocanhou.
Sua boca era quente e macia.
Agarrei em seus cabelos desesperada por mais.
Seus movimentos começaram lentos e foram se intensificando a cada resposta que meu corpo lhe dava.
Sentia que ia explodir de prazer a qualquer momento.. até que o clímax chegou.

"- OH, ALCINA!"- gritei seu nome enquanto me debatia consumida pelo intenso prazer.
Meu corpo foi relaxando aos poucos.
Ela passou a língua em seus lábios e limpou o canto da boca subindo para me beijar novamente.

Senti meu gosto em sua boca. Ela interrompeu o beijo e disse com o rosto no meu enquanto acariciava meus cabelos.

"- Você foi um achado, minha pequena jóia."

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