A chegada ao castelo..

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[Pov Lady Dimitrescu]

Estava sentada em meu escritório assinando alguns papéis e lendo outros. Negócios relacionados a adega. Estendo o braço para tomar mais uma um gole de vinho quando resolvo ir até a janela do escritório ver como estava o tempo.

" Não pode haver outra tempestade daquelas amanhã, caso contrário terei que adiar meus compromissos fora."

A noite estava caindo e eu parei pra admirar. Levei a mão até a janela, queria deixar um pouco de ar circular, mesmo estando muito frio e quando abri, meus sentidos travaram, a taça que segurava foi ao chão.

" Esse cheiro.. impossível!!!! N-nao pode ser real.. é mais uma ilusão da minha cabeça.."- fechei a janela mais que depressa, recostei na mesa atrás de mim incrédula e aquela sensação me varreu como uma tsunami.
Senti minhas pupilas dilatarem quando meu cérebro processou a informação. Lágrimas ameaçaram brotar, não entendia o porquê do meu corpo ainda reagir assim depois de tantos anos. Depois do acontecido..
Senti me faltarem os sentidos. Procurei a cadeira do escritório para me sentar novamente.

"- E se fosse... NEM PENSE EM COGITAR ESSA HIPÓTESE!! Foi apenas mais uma peça que a sua mente pregou em você! RECONPONHA-SE!!"- apertei o estofado do braço da cadeira com força, tanta força que cheguei a quebrá-lo sem perceber.

"- Droga!"- estava realmente abalada e irritada.

Vou até a porta para chamar uma das servas e avisto duas saindo de um cômodo.
Estava sem uma dama de companhia e não tinha quem limpasse os cacos da taça.

"- AS DUAS, AQUI, JÁ!"- as chamei e vieram a passos largos.

"- Limpem isso e me tragam outra taça!"- estava a flor da pele.

Voltei a me sentar. Peguei os papéis e continuei a assinar tentando me desvencilhar daquela insanidade.

O telefone toca.

"- Alcina. "- era Heisenberg.

"- Diga logo o que quer, estou muito ocupada hoje."- disse irritada enquanto folheava alguns documentos da adega.

"- Lembra que a dois dias conversamos sobre o que meu Lycan farejou?"

Meu coração acelerou..

"- Hum.."- disfarcei fingindo desinteresse.

"- Então, a dona do cheiro que o deixou agitado daquela forma está se aproximando. Mandei alguns Lycans e um Vârcolac ao encontro dela para tentar intercepá-la. Parece estar acompanhada de outras cinco pessoas, três estavam na casa com ela aquele dia. Estão se movimentando em sentido ao seu castelo. Fique atenta. E NÃO MATE A FORASTEIRA, SEI QUE JÁ CONSEGUE SENTIR O CHEIRO DELA PELA DISTÂNCIA QUE ELES ESTÃO DO CASTELO!!!"- falou sério.

"- Ficarei atenta."- desliguei o telefone em estado de choque.

"- Então foi esse o cheiro que fez o Lycan ficar naquele estado.. agora faz total sentido. O cheiro é muito semelhante.. muito mesmo, talvez... O mesmo!"

De repente a porta se abre com força.

"- Minha Lady, desculpe lhe incomodar, mas a senhora precisa ver isso!!"- falou a serva ofegante. Parecia ter corrido muito pra chegar aqui.

A acompanhei apreensiva.

Chegando na entrada do castelo ela abre a porta e novamente meu cérebro trava.
Ela dá três passos a frente e me chama para para continuar o caminho.
A sigo e no meio da neve próximo ao portão, ela aponta na direção do portão principal.

O que eu vejo me faz estremecer.

Era ela.. a mulher que Heisenberg havia falado, a dona do cheio.. daquele cheiro...

Sou invadida novamente por aquela sensação.

" Já fazem 50 anos que .... PARE COM ISSO AGORA!! ISSO É IMPOSSÍVEL!! "

Hesito em continuar, mas sigo andando em sua direção. Ela parece desacordada. Me aproximo mais e vejo ela tentando se levantar com dificuldade. Vejo sangue, muito sangue..

"- Ela está ferida."- meus sentidos gritam pra correr e ajudá-la. "NÃO É ELA, PARE JÁ COM ISSO!!"- penso comigo mesma. Vejo que o ferimento é nas costelas. A ouço murmurar.

"- O que são aquelas coisas???"

"- Lycans. Tsc tsc tsc.. vai desejar ter continuado na floresta, forasteira.." - ri com sarcasmo para esconder  minha desorientação.

[Pov leitor]

Levanto minha cabeça ainda tonta e vejo a figura de uma mulher assustadoramente alta.
Não consigo ver seu rosto, apenas os olhos dourados brilhando embaixo de um grande chapéu preto. Com as mãos na cintura, ela ria baixo.

" Seria prudente tentar correr?"- analiso a situação. Estou  ferida e sem forças.

" Ela me alcançaria fácil!"- então me tendo.

"- Quem é você? Onde estou???"- tento me levantar e sinto o ferimento, me ajoelho novamente.
Ela me pega pelo braço me fazendo gemer de dor.

"- Logo mais saberá."- me colocou de pé. "- Consegue andar?"

Me olhava de baixo pra cima.

"- Acho que não. Perdi muito sangue, sigo perdendo na verdade."- falei ofegante pela dor e a falta do mesmo. Me sentia enjoada e tonta, a qualquer momento desmaiaria novamente.

"- Vamos, eu te levo."- disse me pegando nos braços. Com o tranco perco novamente a consciência e ela me leva para o lado de dentro das paredes de pedra..

Forasteira..Onde histórias criam vida. Descubra agora