Solução...

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[Pov Lady Dimitrescu]

Assim que saí do quarto o arrependimento apareceu.

" Não devia ter pegado tão pesado com ela, precisava da confiança dela para conseguir mais informações! DROGA! Por que sou tão impulsiva!?!?"

Me dirijo até meu escritório. Quando entro o telefone toca, era Heisenberg.

"- Alcina. Mãe Miranda me disse que está com a forasteira em seu castelo. Por que não me avisou?"- falou irritado.

"- Até onde sei, devo explicações do que faço apenas a Mãe Miranda."- falei pegando um lenço para terminar de limpar o sangue entre os meus dedos.

"- Aaaargh.. Enfim, como ela está? Mãe Miranda disse que ela está ferida."

"- Graças a você e sua incompetência. Mandar Lycans intercepá-la quase a matou. Ela está viva. Está se recuperando."- arqueei uma das sobrancelhas.

"- Grrr, graças A MIM ela está em nossa posse. Até então você nem sabia da existência da criança."- se vangloriou.

"- Que seja."

"- Bem.. cuide bem dela, Mãe Miranda acha que ela pode ser bem promissora para Eva. Quando ela estiver estável novamente, leve-a imediatamente."- desligou.

" Agora todo mundo acha que pode me dar ordens..."- bufei.

De repente, caiu a ficha.

" Ela vai começar um processo de infecção com a menina."

Meu coração gelou. Senti o desespero bater.

E se der errado? E se o fungo a matar?
Não posso deixar isso acontecer. Não agora.
Não antes de eu conseguir extrair tudo o que eu preciso dela.

"- Preciso examinar seu sangue."

Fui até o laboratório e peguei os materiais. Seringa, luvas e fui novamente até o quarto dela.
Entrei e ela se contraiu na cama ao ver a seringa.

"- O que vai fazer? Quase não tenho mais sangue e voc.. digo.. a senhora vai retirar mais?"- perguntou com os olhos arregalados.

"- Não permiti que falasse, fique quieta e estenda o braço. Ou quer repetir a dose de mais cedo?"- a olhei séria.

Ela baixou a cabeça e estendeu o braço e recolhi uma ampola e saí sem dizer mais nada.

" Preciso estudar o sangue dela. O cheiro é diferente e o sabor.... Que sabor... CONCENTRE-SE ALCINA! Ela tem algo diferente e preciso descobrir antes de Mãe Miranda. Preciso antecipar o que vai acontecer."- pensei indo para o laboratório.

Espalhei um pouco do sangue em uma chapa de vidro, o contaminei com uma amostra do fungo e o observei pelo microscópio.

O que vi me deixou assustada.

Suas células abraçavam o mofo. A aceitação era altíssima. Senti um frio na espinha.

" A única pessoa que teve esse nível de aceitação ao fungo era a ...... Ágatha...
Impossível! Não é ela! "- não queria acreditar, mas a ciência estava ali para provar.

Nenhum outro ser teve uma taxa de aceitação do fungo tão alta. Mãe Miranda a chamava de receptáculo perfeito.

A minha pequena, a minha pequena jóia. Se não a perdesse da forma que perdi, iria perder para Mãe Miranda.
Ágatha era, juntamente com as minhas filhas, a coisa mais preciosa que eu tinha.

Ela veio até mim bem jovem, com seus 15 anos. Viveu em meu castelo até seus 23 quando Mãe Miranda descobriu sobre sua compatibilidade com o fungo e resolveu usá-la para trazer Eva de volta.
Ela me trazia a minha humanidade de volta. A leveza. Com ela, eu me esquecia o que eu havia me tornado.
Foi uma das únicas pessoas a qual realmente amei..

Uma lágrima escorreu.

Não costumo acreditar em reencarnações nem coisas do tipo, mas aquelas coincidências já estavam desproporcionais e precisava fazer algo para aquela dor não se repetir..

[ Pov leitor ]

Após as servas saírem do quarto eu novamente caí no choro.

" Nunca mais verei a realidade que costumava conhecer. Meus amigos estão mortos e eu estou presa aqui."

Baixei a cabeça e levei as mãos ao rosto. Chorava copiosamente. Sentia que meu fim seria trágico e eu não teria ninguém comigo quando ele chegasse.

Me deitei na cama a minha frente pensando em tudo que estava acontecendo.

No momento em que olhei nos olhos dela vi um fio de esperança para minha situação, não entendia o porquê, mas ao mesmo tempo que ela era meu tormento, sentia que ela seria minha única salvação.

" Se ela, sendo o que é, existe, o que mais não existiria naquela realidade 'paralela' " - engoli seco.

Algum tempo depois ela retornou ao quarto.
Me apavorei quando vi a seringa em suas mãos. Já estava fraca e quase esgotada, perdi muito sangue nesses dois dias e ela ainda assim, queria colher mais???
Mas não relutei, já estava cansada o suficiente..
Após colher o sangue ela saiu me deixando ainda mais aflita.

" O que ela quer com o meu sangue?? Degustar? Nãao.. se fosse para consumo ela me sangraria como um animal em um abatedouro.."- pensei.

Para qualquer que fosse a finalidade daquela coleta, boa coisa não seria...

Forasteira..Onde histórias criam vida. Descubra agora