Forasteira..

Conselhos..

[ Pov Lady Dimitrescu ]

Pedi que Donna me acompanhasse até meu escritório para conversarmos, queria pedir que deixasse Karen um tempo em minha posse para sondar a garota sobre os gostos de minha pequena.

"- Alcina, como a garota está? Ela parece tão boa. Você não a machucou, não é mesmo?"- disse Donna enquanto me acompanhava.

"- Não diga bobagens Donna, tenho meus momentos de fúria, mas não a machucaria, sei da importância da cerimônia e Mãe Miranda me mataria se algo acontecesse a garota, ela está sob minha responsabilidade."- disse sem olha-la.

Entramos no escritório e convidei a se sentar. Ela se sentou levantando parte do seu véu. Ascendo um cigarro e me sento também.

"- Quero conversar com você sobre Karen."- Donna automaticamente mudou sua expressão.

"- O que quer com Karen? Ela está sob minha responsabilidade."- já adiantou.

"- Acalme-se, não quero a garota para mim se esse é o seu medo. Quero pedir que deixe que ela passe alguns poucos dias aqui no castelo. S/N anda muito triste e já a encontrei chorando por diversas vezes. Deve estar se sentindo só. Acho que a companhia da amiga lhe faria bem."- disse pensativa.

Donna me encarou com estranheza, como se não acreditasse no que estava ouvindo.

"- Minha irmã.. você se preocupa com ela..?"

Me levantei no mesmo instante e dei-lhe as costas. Não podia deixar que ela percebesse que o que disse era verdade.

"- Ora, não seja boba. Ela não passa de uma forasteira. Estou preocupada com o fato dela ficar com a cabeça desocupada e inventar de fugir. Com a amiga aqui ela teria outras coisas para fazer e pensar. Isso afastaria a idéia da fuga de sua mente."

"- Vi o colar em seu pescoço, o colar de.. Ágatha. Não quer me contar nada?"- falou procurando meus olhos.

Dei um trago em meu cigarro. E suspirei.
Queria contar o que estava acontecendo para Donna, tínhamos nossas diferenças, mas ela era meio que minha melhor amiga dentro daquela confusão toda que virou a minha vida após minha infecção. Mesmo tendo seus problemas, que são extremamente complicados e sérios, ela me ajudou a passar pelo luto de Ághata, assim como eu a ajudei a passar por vários momentos em que recaiu pela depressão.
Mas não sabia se poderia contar as coisas que descobri sobre S/N e sua peculiaridade com o mofo, mas aquilo estava me sufocando.
Já lidei com muitas coisas sozinha durante toda a minha vida, as vezes precisamos de ajuda para passar por certas situações.

"- Vou contar o que aconteceu."- falei me sentando novamente.

Após a explicação ela ficou me olhando com uma cara de surpresa e confusão.

"- Então quer dizer que S/N é a reencarnação de Ághata?"

"- Ao que tudo indica, sim."

"- Pelo que me falou de suas descobertas sobre sua compatibilidade, muito provável que Mãe Miranda não tenha interesse nela. Ela provavelmente mutaria o que a diferencia de Ághata. Mesmo você controlando a mutação."

"- E isso me alivia."- deixei escapar sem perceber, o que fez Donna sorrir. "- A muito não te vejo assim. É muito bom ver minha irmã recuperar sua felicidade em meio a tanto sofrimento e dor ao longo desses anos todos."- falou pegando em minha mão.

Sorri de volta.

"- Permitirei que Karen passe alguns dias aqui. Fará bem a ambas a companhia uma da outra. E você conseguirá descobrir do que S/N gosta. Mas só por alguns dias, Karen é uma ótima companhia, sabe que me sinto um pouco só naquele casarão."- deixou escapar um sorriso bobo.