[Pov Mãe Miranda]
"- INFERNOOO! "- gritei virando a mesa a minha frente, quebrando vários aparatos do laboratório.
Levei uma das mãos massageando as têmporas que latejavam.
"Estive tão perto. Se a dose fosse menor... Talvez se não tivesse sido tão imprudente ela teria aguentado.. Ela era o receptáculo perfeito.. " - mais um grito furioso e mais aparelhos no chão.
Fui acordada de meu ataque de fúria com alguém batendo a porta.
"- Mãe Miranda, posso entrar?"- era Heisenberg.
"- Entre."- disse sem me virar.
"- Caramba, o que houve aqui?"- disse desviando dos pedaços de vidro e outros materiais que estavam espalhados pelo chão.
"- Diga logo o que deseja, não vê que estou ocupada??" - peguei alguns papéis que estavam em um armário grande e comecei a folhea-los.
"- Bem... Achei que gostaria de saber pessoalmente. Um dos meus lycans sentiu o cheiro de algo diferente à 400 km do vilarejo, ele não conseguiu distinguir, pois haviam muitas pessoas na casa, duas mulheres e dois homens. Ele voltou agitado. nunca vi um lycan agindo assim. Quis vir dar a notícia pessoalmente."- disse se jogando numa das cadeiras.
"- Vou investigar do que, entender o porquê do comportamento do lycan."- dei de ombros.
"- Certo. Bom, então já vou indo, tenho muita coisa pra fazer na fábrica. Até outra hora Mãe Miranda, se souber de algo mais, lhe avisarei."- saiu fechando a porta atrás de si.
" Preciso encontrar aqueles papéis, mas não me recordo onde guardei. Faz tanto tempo desde que.... Enfim, preciso acha-los!"
Pensei em quando vasculha a cada canto do laboratório atrás dos papéis.
Depois de horas procurando em vão, já no meu escritório, me sentei e vi algo, uma caixa embaixo da mesa. Quando a abro vejo papéis dentro, leio alguns e encontro o que procurava. Os registros do receptáculo perfeito.
" - FINALMENTE!!"
Não que fosse adiantar algo, mas resolvo ler.
" Nome da cobaia: Ághata
Compatibilidade com o cadou: Excelente
Funções cerebrais: Normais
A cobaia apresentou febre durante as 36 horas inicias, porém respondendo bem ao cadou. Sem nenhuma mutação externa e aparentemente, interna também. Continuo acompanhando.
Seis dias após a infecção com o fungo a cobaia veio a óbito devido a ferimentos externos. Houveram danos aos órgãos, pulmão e coração. A pesar da alta taxa de regeneração, o corpo da cobaia não resistiu.
Causa da morte: Insuficiência respiratória. "
" Não era pra isso ter acontecido. Era pra minha Eva estar comigo hoje!"
" - MALDITO FORASTEIRO!" - e os itens que estavam em cima da mesa vão ao chão, fazendo um barulho alto. Alcina havia o matado logo em seguida, mas a cobaia perfeita já estava morta e não havia nada a ser feito.
Me sentei no chão do escritório e comecei a chorar. Aquilo ainda doía, e sobre iria doer.[Pov leitor]
Finalmente, sexta feira.
Estava organizando o restante das coisas para irmos até onde a criatura foi vista pela última vez.
"- Como se sente estando tão perto de descobrir uma criatura nova?" - perguntou Bernardo animado. "- Imagina nossos nomes em livros de biologia e artigos, recebendo prêmios pela descoberta??? Vai ser incrível!!
"- Me sinto cansada na verdade, não tenho dormido bem nos últimos dois dias, mas estou animada e ansiosa!!" - sorri para ele.
Recolhemos tudo que era necessário para a expedição e íamos para o carro, mas algo me dizia que deverias ficar atentos, que não seria uma simples expedição. Então chamei Loveanu em um canto.
"- Loveanu, não querendo parecer neurótica, mas alguém vai armado não é? Não sabemos com o que estaremos lidando."- disse apreensiva.
"- Fique tranquila, os guias locais vão armados. E estou levando uma pistola com tranquilizantes. Não vai acontecer nada de mais. Não se preocupe. Agora me ajude a levar as barracas para o porta malas."- respondeu tranquilamente.
Seguimos rumo ao ponto de partida da expedição. O sentimento de medo começou a tomar conta quando, após encontrar os guias adentramos a floresta.
Andamos cerca de 7 km e paramos para montar o acampamento.
"- Passaremos a noite aqui. Está escurecendo e não conseguiremos ver um palmo a frente dos olhos."- disse um dos guias tirando a mochila das costas.
Montamos o acampamento e acendemos a fogueira.
Todos conversavam animados em volta da fogueira, contando sobre si e rindo de histórias aleatórias.Já eu preferi ficar na barraca, não sei o porquê, mas aquele sentimento de que algo muito ruim vai acontecer insiste. Me sento na entrada da barraca e olho o céu, é impressionante como a lua consegue ser linda aqui. Estava agasalhada até o pescoço e com uma touca grossa e mesmo assim sentia os arrepios causados pela brisa fria que batia em meus cabelos, mas estava muito entretida com a visão do céu. Estava perdida em meus pensamentos quando algo me rouba a atenção.
Um barulho vindo do meio da mata me faz virar imediatamente. Me deito para alcançar a lanterna que está no fundo da barraca para tentar enxergar o que estava em meio a vegetação, quando retorno dou de cara com Bernardo."- Você costumava gostar de nós na faculdade."
Dou um salto com o susto.
"- AAAH QUE SUSTO GAROTO! QUASE ME MATA DO CORAÇÃO!!!" - dou um tapinha de leve em seu braço e ele se senta ao meu lado.
"- Porque não se senta junto conosco em volta da fogueira? Somos tão chatos assim?"- riu.
"- Estou apreciando a vista da floresta. A lua fica linda quando reflete as folhas das árvores." - olhei para o céu.
"- Você também fica linda sob a lua, aliás, fica linda de qualquer forma."- se aproximou parecendo tentar um beijo, me esquivei.
"- Bernardo, já conversamos sobre isso. Somos apenas amigos!"- ele baixou a cabeça triste.
"- Me desculpe S/N, não consigo evitar, sempre fui apaixonado por você, desde a faculdade. Foi por impulso. Não vai se repetir." - senti a tristeza em sua voz.
"- Bê, não fica assim. Não quero mesmo te machucar. Você é um cara tão bacana, sempre foi tão legal comigo, apenas nasceu em mim o sentimento de amizade. Me desculpa não conseguir corresponder." - coloquei a mão em seu ombro em um ato de carinho.
O barulho se repete, mas dessa vez mais alto, seguido por um algo semelhante a um grunhido.
"- O-o que foi isso?"- gaguejei. Um calafrio me correu o corpo, aquela sensação do sonho voltou, mal conseguia me mexer, minhas mãos suavam, meu coração batia forte e minha alma parecia querer a todo custo abandonar o corpo.
"- Vá até a fogueira e chame um dos guias, mas DEVAGAR!! Não queremos que nos ataque!!"- ele disse apontando para a fogueira.
Acenei positivamente com a cabeça, me levantei lentamente e assim o fiz. Cheguei até eles tremendo.
"- Te-tem algo perto das barracas!!! O Bernardo ficou!! Uma arma. Precisamos de uma arma!!!!!!" - estava apavorada.
Voltamos as pressas até Bernardo, mas o que encontramos foi apenas sangue e uma barraca despedaçada..
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Forasteira..
Roman d'amourVotem e add a fic nas suas listas se puderem 😬❤️🙏 Obrigadinha! 😘 Uma bióloga viaja para estudar a fauna de um vilarejo europeu após saber boatos de criaturas estranhas que viviam na região, quando se perdeu e acabou entrando nos domínios do cast...