Forasteira..

Trégua..???

Olá genteeee, turu bom?

Tô sumidassa né, mas tô voltando devagarinho..
Vou tentar postar pelo menos de três em três dias ..
Detalhe, dei uma mudada na forma da escrita! Espero que gostem! 😬

No mais, boa leitura meu amores!

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[ POV Lady Dimitescu ]

Nos dirigimos até seu escritório.
O medo me aflingia golpes impiedosos no estômago.
Sabia como a reversão era dolorosa no estágio em que S/N se encontrava; antecedia por pouco o estágio final da mutação, mas ainda não o era. Porém, não menos doloroso.

Miranda abriu a porta a sua frente e gesticulou para que eu entrasse.

"- Minha querida, precisamos conversar sobre o acontecido na cerimônia. Em especial, sua intervenção."- Sibilou enquanto se sentava na grande cadeira atrás de sua mesa, posicionando as mãos em frente ao corpo.

Estava tão absorta com o processo de reversão de S/N, que não me ocorrera que ainda havia esse detalhe a ser abordado. "- Mãe Miranda."- Comecei me sentando em uma cadeira já preparada para mim anteriormente. "- Creio que dadas as circunstâncias em que se desenrolaram os acontecimentos durante a luta, S/N não seria, nem de longe, capaz de vencer Urias." - A olhei profundamente nos olhos que os cemicerrou levemente e ergueu o queixo, tal qual um impostor pego no pulo. Fez-se silêncio por alguns segundos antes que ela começasse a falar.

"- O que está insinuando, querida?"- Seu tom era ameaçadoramente calmo.

Tremi, mas prossegui em tom firme.

"- Mãe Miranda, Urias continha os tentáculos de seu cadou expostos. Uma clara evidência da potencialização de seus poderes. Podemos deduzir que não se tratava de uma luta exatamente, justa."- Estava consciente dos perigos que envolviam minha fala, mas precisava saber onde Miranda queria chegar agindo daquela maneira; em contrapartida, não poderia soar ofensiva, já que a vida do amor da minha vida estava em suas mãos.

"- Apenas quis me certificar de que a luta iria satisfazer os aldeões. Preciso deles felizes, obedientes e devotos, assim como você sempre foi, filha."- Um micro sorriso brotou no canto de seus lábios. "- Já que não fui a única a explorar de meios alternativos, não é mesmo? A diferença, é que no caso da criança, as coisas saíram do seu controle."- A pesar de inexpressivas, era clara a ironia em cada uma de suas palavras.

O remorso me cortou fundo.
Naquele momento me ocorreu que eu havia sido a causadora de todo aquele sofrimento a minha pequena; ela não teria acesso a droga caso eu não a trouxesse comigo junto as roupas.
Sabia das consequências do que diria a seguir, mas por ela, apenas por ela, eu as suportaria sem exitar.

Suspirei.

"- A seringa não era destinada a ela."

Seu olhar mudou do mesmo instante. Miranda franziu o cenho e se levantou lentamente sem cortar o contato visual.
Fechei os olhos e suspirei pesado, já me preparando para qualquer que fosse sua reação; que previsivelmente, não seria das melhores, mas a pergunta que se seguiu me pegou desprevenida.

"- Porquê?"- Andou até se postar atrás de mim. Não podia vê-la, mas sentia que me encarava. "- Minha mais perfeita criação até hoje."- Podia ouvir o salto batendo contra o chão enquanto ela caminhava lentamente atrás de mim. "- A filha que mais tenho apreço; Se arriscando dessa maneira por uma simples forasteira.."- Parou pousando as duas mãos sobre meus ombros. "- Me diga, porquê?"- Sua voz soou pesada o que me fez tremer por dentro.

Naquele instante, foi como se passasse um filme de tudo o que vivi com S/N desde a sua chegada.
Cada sorriso, cada olhar, cada beijo.
Seu cheiro quando enterro o nariz em seu pescoço ao chegar na sala de ópera, enquanto ela toca para suas meninas, que dançavam e  cantavam. Felizes. Coisa que a muito não via genuinamente acontecer.
A forma como o "eu te amo" sai de sua boca; de forma tão doce e gentil que fazia cada célula do meu corpo vibrar de felicidade.
Os olhos, agora dourados, que sempre brilham ao me ver chegar, como se eu fosse a melhor criatura que poderia existir na face da Terrar.
Como desenha cada traço do meu rosto enquanto sorri deitada em meu peito.
O diálogo que nossas almas tem sempre que nos tocamos..