Capítulo 4

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No dia seguinte...

Gulf acordo um pouco tonto e sem se lembrar de muito do que aconteceu no dia anterior.

-Droga, onde eu estou?
-Gulf, que bom que acordou.
-Mild?
-Como se sente?
-Um pouco tonto e uma dor de cabeça insuportável. Estou no seu apartamento? Como vim parar aqui?
-Você se lembra de alguma coisa que aconteceu ontem?
-Não muito. Lembro de chegar na Boate, tomar uns drinks, falar com o Victor e depois não lembro de mais nada. O que aconteceu? Bebi demais? Não dei vexame né? Pelo amor de Deus, era só o que faltava.
-Quem dera fosse só isso Gulf. Aconteceu algo ontem e nem sei como irá reagir quando souber.
-Como assim Mild? Fala logo.
-Você foi drogado na festa.
-Drogado?
-Sim. E pior, tentaram se aproveitar de você.
-O que? Como assim? Quem?
-O idiota do Victor.
-Desgraçado. Ele não...
-Não. Graças a Deus chegamos a tempo de impedir. Mais foi por pouco.
-Chegaram?
-Isso. Eu e o Mew.
-Mew? Ai Deus, como assim ele Mild? Que humilhação.
-Se não fosse por ele, você nem estaria aqui agora, só com uma dor de cabeça e um pouco tonto. Teria sido um pesadelo ainda maior.
-E como o Mew acabou me ajudando nisso, exatamente?
-Ele ouviu uma conversa, entre o Victor e um amigo dele, falando sobre você e me ligou. Quando eu disse onde você estava, ligamos os pontos e fomos até lá.
-Aposto que ele disse que eu mesmo provoquei isso, que a culpa é minha. A cara dele dizer isso.
-Isso não vem ao caso. O que importa é que, ele ajudou você. E foi graças a ele que conseguirmos te salvar. Tinha que ver como ele foi um herói e de quebra deu uma surra no Victor.
-Obrigado Mild. Você é um amigo incrível. Obrigado mesmo.

Os dois garotos se abraçam.

-Só fiz o que sei que faria por mim.
-Obrigado.
-E toma mais cuidado daqui pra frente Gulf. Ok?
-Claro. Eu sabia que o Victor era um idiota, mais nunca imaginei que fosse capaz de algo tão baixo.
-Pois é. Eu sei que é muito inteligente e esperto, mais cuidado com as pessoas que se aproximam de você. Nem sempre será com intenções boas. Eu me preocupo com você, não quero que nada de ruim te aconteça.
-Eu te amo, sabia.
-Eu também amo você.
-E o que eu digo pro idiota do Mew?
-Apenas o agradeça.
-Aahhhhh. Que merda, vai ser humilhante. Ele nunca vai me deixar esquecer isso.

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Gulf se sentia horrível por deixar esse tipo de coisa acontecer. O que lhe aconteceu no passado ainda era uma lembrança presente e dolorosa, um sentimento persistente que parecia nunca querer desaparecer, mais ele havia jurado pra si mesmo que nunca deixaria ninguém lhe fazer mal como seu pai fez ou se sentir vulnerável como se sentia antes.

Durante todos esses anos sempre evitou ao máximo que as pessoas se aproveitassem dele dessa forma. E se ver nessa situação o fez relembrar os momentos humilhantes pelos quais passou, aquelas lembranças que ele preferia jogar nas profundezas, estavam o atormentando mais uma vez por culpa de um idiota que não conseguiu aceitar um não como resposta.

Como ele pôde abaixar a guarda e deixar isso acontecer era o que se perguntava.

Ao sair do apartamento do amigo, seguiu direto para o seu. Estava se segurando desde que Mild lhe contará o que aconteceu para não desmoronar em sua frente.

E assim que fechou a porta atrás de si, desabou. Depois de chorar por um tempo, seguiu para o banheiro, tirou toda sua roupa entrou de baixo do chuveiro e começou a se esfregar como se quisesse tirar qualquer vestígio do que aconteceu noite passada e junto com água as lágrimas caíam.

Ele se sentia sujo e aquela sensação sufocante de fraqueza, de vulnerabilidade, de querer sumir e desistir de tudo passava por sua mente nesse instante. Seu corpo trêmulo e a respiração alterada era sinal claro do maldito ataque de pânico que sofrerá por anos, resultado de um passado sombrio. 

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