Capítulo 19

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Gulf acordou mais uma vez agarrado ao travesseiro, com o cheiro do mais velho, cheiro esse que já estava quase imperceptível, mas ainda assim lhe acalmava. Se achava patético, por estar em tal situação, dependendo exclusivamente disso nesses últimos dias para dormir um pouco melhor.

Mas o orgulho que se foda, isso tem sido seu único remédio para a insônia que o atormentava

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Mas o orgulho que se foda, isso tem sido seu único remédio para a insônia que o atormentava. E preferia não pensar muito sobre isso e apenas aproveitar ao máximo.

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Durante a semana que se seguiu os dois garotos fizeram questão de ficarem bem distantes um do outro e mal trocavam olhares.

Mew estava mais estressado que nunca, mal prestou atenção às aulas e não conseguia se concentrar em nada. Sua cabeça parecia que ia explodir e Gulf não estava ajudando em nada com seu jeito provocativo de sempre.

Em sua mente só tinha o menor e o que ele disse não saía da sua cabeça. Começou a pensar que algumas das coisas que disse faziam sentido, eram verdades, mas outras ele não tinha certeza ou tinha e não queria admitir, por medo, orgulho ou ignorância.

Dessa vez não tinha como culpá-lo pelo que aconteceu. A culpa era dele, ele foi ao apartamento, ele o beijou, ele deu o primeiro passo. Claro que o menor tinha o provocado muitas vezes, mas foi ele que cedeu ao desejo e foi até lá e isso não dava para negar.

Agiu por impulso, sim, mas ele queria, queria muito aquilo. E não era como se não tivesse gostado também. Porque poha, ele amou, amou tudo, do começo ao fim. Cada toque e sons que o menor emitiu estava gravado em sua mente e pele. E há muito tempo não se sentia daquele jeito. Foi apenas sexo, mais com o menino tudo ficou mais intenso.

Mais... sempre tinha um mais. Tudo isso o assustava, todos esses sentimentos que ele não conseguia controlar. Ele jurou para si mesmo que nunca deixaria nada e nem ninguém controlar sua vida ou atrapalhar e ser mais importante que seus planos para o futuro, sua prioridade era isso, mas estava se permitindo entrar nesse caminho cheio de surpresas e não sabia qual passo dar a seguir.

Ele deveria se permitir viver esses sentimentos, essa aventura maluca com alguém tão diferente dele ou esquecer e seguir sua vida de sempre, seguir o que sempre planejou? Se perguntava isso o tempo todo. Tantas dúvidas pairavam sobre ele que achava que sua cabeça fosse entrar em colapso.

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Mais tarde...

-O que está rolando com você primo? Parece tenso.
-Cansado. Não tenho dormido bem.
-E o que houve?
-Nada demais.
-Achei até estranho quando ligou, me convidando para sair, nunca faz isso. Desde que sua mãe... Desculpe, eu não devia ter...
-Tudo bem Mix, não precisa se desculpar. Acho que já está na hora de superar, afinal.
-Sabe que sempre pode contar comigo. E como tem passado? Se me ligou é porque tem algo errado.
-Não exagere, não te ligo só por isso. E estou bem.
-Quem te conhece que te compre Sr. Suppasit. Tul me disse que voltou para a Faculdade.
-Sim. O sonho da minha mãe, era me ver formado e farei isso por ela e por mim também, claro.
-Fico feliz que tenha retomado sua vida ou pelo menos esteja tentando. E como anda as coisas com seu pai?
-Nesse assunto, prefiro não tocar.
-Certo, desculpe. Mas então, namorando?
-Não e nem penso nisso. Meu foco é outro.
-Qual é Mew. Devia se permitir pelo menos tentar encontrar alguém. Deixar alguém entrar nesse coraçãozinho difícil. Talvez assim deixe de ser tão rabugento.
-Não quero mais uma preocupação.
-E quem disse que precisa ser. Pode ser apenas casual também. Só não devia ficar tão sozinho ou deixar o que aconteceu no passado te prender, não o deixando viver o presente ou aproveitar mais a vida.
-Sabe que essa coisa de casual sempre acaba mal.
-Mas devia se permitir viver mais. Você era tão feliz, tão extrovertido, tão animado e cheio de vida. Desde que sua mãe morreu seu brilho se apagou.
-Sei lá, não sinto mais ânimo para essas coisas.
-Pois devia, ainda é tão novo. Não foque somente na faculdade. Eu sei que essa é uma forma que encontrou de acalentar um pouco a dor e se sentir menos mal pelo que aconteceu. Mas tem que se libertar um pouco mais, tenho certeza que seria isso que sua mãe iria querer. Poxa, você amava música e nunca mais te ouvi tocar ou cantar.
-Vamos mudar de assunto, vim aqui porque realmente senti saudades suas, não quero ficar falando dos lamentos da minha vida a noite toda. O que anda fazendo?
-Nada demais. Estudando muito também.
-Namorando?
-Não.
-Ainda esperando seu príncipe encantado?
-Besta. Não me zua beleza, cada um com suas crenças.
-Certo. Ainda o menininho da mamãe?
-Ha ha ha, engraçadinho.
-Vou pegar uma bebida, quer uma?
-Sim, por favor.

Eu Me RendoOnde histórias criam vida. Descubra agora