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- Você não vai me deixar, não é?

- Claro que não, Michael. - peguei a sua outra mão e o levantei. - Vou pegar algo pra você comer.

O levei até a cozinha e disse pra ele sentar na cadeira. Peguei uma jarra de suco e pães no armário, coloquei na mesa junto com um copo e um prato.

- Fique aqui, comigo.

Ouvi sua voz quebrar o silêncio e me sentei ao seu lado. Ele começou a comer e peguei outro copo para colocar suco.

- Posso te fazer uma pergunta?

- Pode sim. - acenti com a cabeça.

- Você acha... que eu sou um monstro? - Ele pergunta fechando o punho.

- Eu já falei que você não é, Michael. Não fique se remoendo por causa disso, você é uma pessoa boa.

- Se eu fosse uma boa pessoa, minha avó não teria se cansado de mim... e você também vai. - Sua voz ficou baixa.

Queria saber o que a Constance falou pra ele ficar desse jeito. Aliás, o Michael está apenas com a roupa do corpo, tenho que ir lá buscar e talvez ela possa me contar o que aconteceu entre eles. Tenho que ir quando ele dormir, assim não deixaria sua cabeça cheia de preocupações.

- Michael... só porquê sua avó se cansou não significa que você não é uma boa pessoa e está tudo bem. É melhor que você siga em frente, eu não vou sair do seu lado, querendo ou não.

Pude ver um sorriso em seu rosto e aquilo me deixou mais aliviada.

- Aqui tem um quarto onde você pode ficar, não se preocupe, está seguro aqui.

(...)

O tempo passou voando e quando vi já estava de noite, acomodei Michael no quarto e ele parece ter gostado. Agora ele está deitado e eu estou sentada na cama ao seu lado.

- Obrigado. - Ele se senta e eu dou um sorriso.

- Tá tudo bem agora. - Depositei um beijo em sua testa.

- Você pode fazer isso de novo?

Senti meu rosto esquentar levemente.

- Ah, claro. - acenti com a cabeça e o dei outro beijo na testa.

Minhas duas mãos estavam em sua bochecha, o olho e digo:

- Bom, agora vá dormir e tente não fazer nada de errado, tá bom?

Ele se deita e eu o cubro com a coberta, realmente espero que eu esteja cuidando dele de forma adequada e que ele não tente sair de casa e matar alguém. Me levanto e saio do quarto soltando um suspiro e encostando minha testa na porta do quarto de Michael.

-  Por favor, não tente fazer besteira... - acabei falando pra mim mesma em relação a ele.

Fico na sala assistindo TV e esperar alguns minutos para ir para casa de Constance.

.

Saio de casa e tranco a porta, dou passos rápidos, não vou correndo por motivos óbvios, já pensou as pessoas veem uma mulher com um casaco preto correndo pelas ruas em plena noite, mais fácil eu ser assaltada do que a assaltante. A casa da Sra. langdon não ficava tão perto da minha mas dava pra ir andando.

Chego em sua casa e dei 3 batidas na porta até a mulher loira aparecer.

- Desculpe, ____ mas você não precisa mais vir aqui cuidar do Michael.

- Bom, eu sei disso. Vim pegar as coisas dele.

- Hm? Como disse?! - Ela pergunta meio confusa.

- O Michael está comigo agora, sra. Langdon. - a olhei de cima a baixo

- Que moleque insolente, já se jogou nos braços da primeira mulher que apareceu. - Constance nega com a cabeça colocando o seu cigarro entre seus lábios.

- Não, sra. Langdon. Eu que me ofereci a dar um lugar pra ele, então não diga que ele se jogou "nós braços da primeira mulher que apareceu".  - Talvez eu esteja um pouco irritada.

- Entre e seja rápida. - a mesma da espaço para eu entrar.

Enquanto entrava na casa e ia em direção do "quarto" dele, ela continuava falando e me seguindo.

- Não vai demorar muito tempo pra ele te matar seja lá como for, foi um erro ter levado pra sua casa.

- Não foi um erro, eu sei que ele não faria isso comigo. - tentei parecer segura com as palavras e escuto ela rir.

- Você não conhece o Michael, não mais que eu-

- Como pode? Sabe que ele tem problemas e o coloca pra fora de casa, a senhora ao menos tentou compreender ele? Ou ao menos tentou ver o lado bom dele?.

Parei de colocar as roupas na mala que havia no quarto e a olhei dizendo aquelas palavras.

- Se você, garotinha, acha que pode mudar ele, vá em frente e faça o que quiser. Só não quero ver o rosto de vocês dois nessa casa nunca mais. - Constance dizia com nojo.

- Como você quiser. - Fecho a mala e me levanto saindo do quarto sem olhar para aquela mulher.

Saio da casa sem dizer mais nada, ela estava errada sobre o Michael. Eu sei que estava...

Vou andando rapidamente até chegar em casa, quem diria que só uma caminhada já me deixaria morta de cansada.

Destranco a porta e coloco as chaves no meu casaco, coloco a mala pra dentro e vou indo no quarto de Michael e vejo que a porta do quarto está aberta.

- Porra. - Murmurei pra mim mesma.

Deixo a mala na parede do quarto do lado de fora e entro, por que ele não estava na cama? Dou dois passos de costa e me viro até tomar um susto e me dar de cara com seu peitoral.

- Que susto, Michael. Não faz isso. - Coloquei a mão em meu peito.

- Onde estava? - seu rosto estava neutro e confesso que fiquei com um pouco de medo.

- Eu fui pegar as suas roupas... na casa da Constance. Desculpa, eu achei melhor não falar pra você e-

Senti suas mãos apertarem meus dois braços.

-  Você viu a vovó? ela falou sobre mim? - disse me colocando contra a parede.

- Não, não... na verdade, ela não quer mais me ver também. - dou um sorriso soprado.

- Por que não? o que você fez? - Ele apertou mais com suas mãos.

- Michael me solta. - Falei e ele finge não ouvir. - Eu disse pra ela que você não me machucaria, não me diga que eu contei uma mentira...

Vejo ele engolir seco e manter contato visual comigo.

- Eu te defendi. Eu falei pra ela que você tem um lado bom. Você é so um menino, Michael.

Ele me solta e se nega a derramar as lágrimas que estavam em seus olhos.

Who is saved? - Michael Langdon Onde histórias criam vida. Descubra agora