Seven;

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- O motorista. - parei e olhei para Michael que também estava me olhando. - Ele não parava de olhar pra suas pernas.

Ergui minhas sobrancelhas franzindo a testa e me viro para trás observando que o motorista me observava pela janela do carro mas logo desvia meu olhar quando percebe que eu estava fitada nele.

- Existe gente assim em todo lugar, Michael - falei desconfortável.

- Assim como? - Ele toma conta do carrinho que estava em minhas mãos.

- Pessoas com segundas intenções. - falei - intenções ruins.

O mesmo se cala e sua expressão estava séria.

- Vem.

O chamei fazendo um gesto com a mão para ele vir já que eu estava na sua frente e ele com o carrinho do supermercado.

Fomos para a sessão de limpeza e peguei os materiais que estava anotado na pequena lista que havia feito mais cedo.

Fiquei alguns minutos tentando escolher os produtos, por que é tão difícil decidir?

-  Não sabia que demora tanto pra escolher algo - Michael inclina sua cabeça e se abaixa um pouco para falar comigo já que eu estava vendo os produtos na prateleira de baixo.

- Quer insinuar o que com isso Langdon? - Olhei para o loiro e ele rir.

- Nada, nada. - negou com a cabeça.

- Vou levar esse daqui. -

Quando finalmente peguei todos os produtos necessários, nos direcionamos para a parte de alimentos.

(...)

Estava em frente ao açougue do local e sinto a mão de Michael tocar meu nome

- Você viu se aqui tem banheiro? - o olhei por cima do ombro

- Eu vi quando entramos-

- Já volto, não demoro. - Falo rapidamente e voltei minha atenção ao açougueiro que me entregava kilos de carne.

Depois de pegar tudo que precisava fui até o caixa e uma mulher aparentemente mais velha e de cabelos negros foi passando as compras.

Olhei para fora e vejo que a rua não estava tão movimentada no momento. O clima da cidade estava melhor agora, antes as chuvas estavam fortes e eu até peguei um maldito resfriado por causa disso mas no momento o tempo está nublado mas continua fazendo um pouco de frio.

Fui interrompida de meus pensamentos quando ouvi a voz feminina da moça do caixa me chamar.

Tirei o dinheiro da bolsa entreguando para mesma e aguardei ela me dar o meu troco.

Observava ela tirar o meu troco até levar um susto pelo barulho alto das sirenes de bombeiros. Me inclinei para frente para ver o que estava acontecendo mas via apenas a fumaça por causa que o caixa era no final do supermercado.

E... céus, o Michael!

- Só um instante. - faço um gesto com a mão dizendo para ela esperar e dou passos rápidos até a saída

Os bombeiros estavam jogando água com a mangueira no carro que estava estacionado perto do local que eu estava, mas... Era o taxi que nós havíamos pegado para vir aqui?

- Agora ele não terá mais segundas intenções. - Escutei a voz baixa de Michael em meu ouvido me dando leves arrepios.

- A gente tem que sair daqui agora. - Peguei em sua mão e o puxei para dentro do supermercado nos levando até o caixa para pegar as compras. - Pode ficar com o troco.

Michael deveria ser o único que estava perto daquele carro no momento, havia algumas pessoas no outro lado da rua e elas poderiam entregar ele de alguma forma mesmo eu não sabendo como ele fez aquilo.

- Vamos sair devagar. - disse baixo com duas sacolas em minhas mãos e as outras estavam com Michael.

Saímos devagar do supermercado e só consegui ver a fumaça cinza se espalhando pelo ar e a água sendo jogada no carro, não avistei o motorista, ele deve estar totalmente queimado dentro do veículo.

- Por que  você fez isso, Michael? - Minha voz era baixa mas em um tom audível, dava pra perceber a indignação em minhas palavras.

O loiro se manteu calado por alguns segundos antes de responder, queria saber como ele consegue matar pessoas sem sentir ao menos um pouco de remorso?

- Ele não vai mais te incomodar ou incomodar alguma mulher a deixando desconfortável. - Ouvi ele dizer sem manter contato visual.

Soltei um suspiro pesado e olhei para trás, já estávamos em uma certa distância do local onde o carro foi incinerado.

- Vamos conversar melhor quando chegarmos em casa. - falei

Ficamos o caminho todo em silêncio e também fiquei pensando no que ele fez o caminho todo, mas... ele deve ter uma boa explicação pra isso.

Por que eu ficava a todo custo querendo negar o que Michael é? Por que continuo achando que ele deve ter motivos e por isso eu irei perdoá-lo? Porra Michael, não me deixe confusa, eu sei que no fundo é um bom garoto, mas por quê...

.

Chegamos em frente a casa e peguei minhas chaves do bolso e coloquei na entrada da fechadura, girei e ouvi o estralo dela se destrancando e adentro no local, faço sinal para Michael entrar e fecho a porta colocando a chave e assim a trancando.

Coloquei as sacolas em cima do sofá já que o primeiro cômodo era a sala.

- Michael... - Ele parou e se colocou na minha frente tirando a passagem

- Ele não me deu outra escolha, eu não posso deixar que pessoas ao menos pensem em fazer coisas ruins com você. - Sua respiração estava desregulada e meu rosto estava próximo do seu.

Fiquei sem reação e meio desacreditada porque ele fez isso para... me proteger?

- Mas você não pode- o loiro me interrompe

- Não fique brava comigo por querer você segura.

Ele segurou minhas duas mãos e a apertou. Meu coração palpitava feito louco.



Who is saved? - Michael Langdon Onde histórias criam vida. Descubra agora