Eight;

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- Não fique brava comigo por querer você segura.

Ele segurou minhas duas mãos e a apertou. Meu coração palpitava feito louco

- Por que acha que isso me deixaria segura? - tentei soltar minhas mãos do mesmo mas não obtive resultado.

- Eu faria qualquer coisa pra... você sabe. - Ele da de ombros. - Você está cuidando de mim, eu queria fazer o mesmo.

- Michael...

- Eu não sei o que as pessoas fazem pra demonstrar esse sentimento e também não sei o que é isso que tem dentro de mim. Você poderia me ensinar? - um sorriso se abriu em sua face.

Senti minhas bochechas ficarem rubras e olhei aqueles olhos azuis belos e o sorriso encantador que ele deu.

- Claro, claro... - dou um riso soprado levemente.

- Por que suas bochechas está tão vermelha? - soltou suas mãos das minhas e a colocou as duas no meu rosto.

O toque dele era suave em comparação de suas mãos que era um tanto grandes.

- Me ajuda a arrumar as compras? -  mudei de assunto pra tentar sair daquela situação embaraçosa que estava me deixando toda atrapalhada.

O mesmo acenou com a cabeça e pegou as sacolas e eu também fiz o mesmo até levarmos para a cozinha e as colocar na mesa.

- Sabe, eu nunca tive amigos - ouço sua voz se despertar do silêncio e parei de tirar os alimentos da sacola direcionando meu olhar pra ele. - Adelaide também não gostava muito de mim.

- "Também"? - Repeti confusa

- Vovó parece não gostar mais de mim agora.

Voltei a tirar os alimentos da sacola e continuava a escutar ele.

- Eu tinha medo de quando ela saia de casa e me deixava sozinho, nunca havia falado isso pra ela, ou pra alguém. Na verdade, você é a primeira pessoa em que eu confiei, fico grato por isso.

Acabei dando um sorriso bobo sem perceber.

- Você era tão pequenino, e tão travesso. Lembro que me cortou com um faca e quando Constance chegou, você ficou quietinho. - rio negando com a cabeça.

- Eu gostava quando você ia me ver - Escutei sua voz animada.

- Gostava é? - o olhei sorrindo com os olhos.

- Bem, ainda gosto.

Ele parou por um instante de colocar as coisas no armário e ficou parado olhando para a mesa com suas mãos encima dela.

- O que foi? ficou tão pensativo do nada.

Me virei para colocar o produto de limpeza no pequeno armário debaixo da pia e quando me levanto acabo levando um susto por ele estar atrás de mim. Fitei em seus olhos e como o seu corpo estava tão próximo do meu.

Ele colocou suas mãos em meus ombros e depositou um beijo em minha testa, ele nunca havia feito isso.

- Você fez isso uma vez em mim, acho que posso fazer também.

- Pode. - falei entusiasmada - quer dizer, pode. - acalmei minha voz.

- Eu não sei se poderia beijar você em outro lugar. - engoli seco e coloquei minha mão direita sobre meu peito.

Coloquei minhas duas mãos em seu rosto e por impulso acabei encontrando nossos lábios juntos em um selinho demorado.

- Eu vou pegar uma coisa no quarto e já volto.

Falei sem olhá-lo com vergonha do que havia feito. Vou para o meu quarto e me encosto na porta já dentro do cômodo soltando um suspiro pesado.

Por que eu fiz aquilo?

Se eu já estou assim sendo que foi só um selinho, imagine se eu realmente tivesse beijado ele.

Coloquei minha mão na testa e em seguida passei em meus cabelos o levando para trás. Meus olhos passaram rapidamente pelo quarto e parou em cima de minha escrivaninha, tinha um desenho em cima.

Dou passos lentos até a mesma e peguei a folha de papel riscada.

Era a folha que Michael me entregou quando havíamos nos conhecido.

Parei por um instante e analisei, era um pentagrama. Porra. Era um pentagrama... invertido?

Who is saved? - Michael Langdon Onde histórias criam vida. Descubra agora