Who is saved? - Michael Langdon

Five;

Eu te defendi. Eu falei pra ela que você tem um lado bom. Você é so um menino, Michael.

Ele me solta e se nega a derramar as lágrimas que estavam em seus olhos.

- Peguei suas coisas lá... pensei que ficaria melhor se não soubesse que eu iria lá.

- Eu... eu não entendo. - Sua respiração fica pesada.

- Não entende o que, Michael? - O olhei confusa.

- Não entendo porque você faz isso... me deixa entrar na sua casa e trouxe as minhas roupas, eu nao entendo.

Michael não teve uma infância comum, disso eu sei... não teve amigos ou companhias para brincar, não teve motivos para sorrir, não recebeu amor, carinho e atenção, não sentiu o calor de um abraço verdadeiro, não se sentiu humano. Era um garoto perdido no mundo, confuso e carente que cresceu repentinamente sem saber o que acontecia ao seu redor. Percebo que ele não sabe que o quê eu faço é uma forma de demonstrar a minha preocupação com ele, vejo em seus olhos que está confuso e assustado... Ele cresceu tão rápido e não teve nenhum tipo amor por sua "família", então tá na hora de eu fazer isso por ele.

- Um dia você vai entender o porquê disso-

- Não pode me contar agora? - pergunta nervoso querendo saber a resposta

- Daqui um tempo você vai compreender que o que eu vou fazer por você é pro seu bem.

Me aproximei segurando seu rosto com as duas mãos e sinto a dele por cima da minha.

- Não precisa se preocupar com nada, vai ficar tudo bem.

Sua expressão ficou mais suave e assim me acalmei.

- Por que estava acordado quando cheguei?

- Não consegui dormir e fui te procurar mas você não estava em lugar nenhum e  fiquei... não sei como explicar

- Assustado? - disse com a expectativa que fosse isso.

- Eu acho que sim. - Ele se senta na cama.

- Eu tô aqui agora. - me sentei ao seu lado. - Então pode dormir tranquilo, e qualquer coisa é só me chamar que estou no quarto a frente.

Ele se deitou e trocamos olhares, parecia que queria falar algo mas estava com receio.

- Na verdade, vou ficar aqui até você dormir, pra não ficar assustado de novo.

Me sentia uma mãe naquele momento, mas não me importava em ser, eu só queria acalmá-lo.

- O que acha de sair amanhã e fazermos compras? - me virei para olhá-lo

- Tudo bem - um sorriso surge em sua face.

- Fico feliz quando sorrir, deveria fazer isso mais vezes.

A cama era de casal então acabei deitando ao seu lado e fiquei olhando para o teto.

- ____? - Ele chama meu nome

- Sim? - inclinei minha cabeça para olha-lo

- Eu gosto de você.