Aceito

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Diogo de Normandes Garcia, esse é o nome do diabo que virou meu mundo de cabeça para baixo. Tudo começou quando consegui um emprego de garçonete em uma boate. Faz pouco tempo de comecei e já fui escalada para atender uma das salas Vips. Tem uma semana que estou na sala Vip e sempre que entrava lá não conseguia ver nada, as luzes todas apagadas e a mesma voz, grave e potente me fazia sempre o mesmo pedido:

- Um whisky duplo puro e uma bolsa de gelo.

Nunca intendi o porque da bolsa de gelo, mas meu trabalho é atender a todos sem questionar. Minha curiosidade só aumentava pois aquela voz mexia comigo de uma forma inexplicável. Sempre que sua voz soava era como se meu corpo se acendesse e começasse a entrar em combustão. Lhe entregava seu pedido e sempre que chegava a porta ela falava um número. Começamos com o número 15 e a cada dia ia diminuindo um, não sei do que se trata e nem fiz questão de perguntar pois ele nunca diz nada além de seu pedido e o número.

Chego pra mais um turno e já sou solicitada para a sala Vip. Entro na sala e não tem nada de novo.

- Boa noite, qual seu pedido senhor?

- Whisky duplo puro e uma bolsa de gelo.

Busco seu pedido, lhe sirvo e quando chego na porta escuto o número da noite.

- 09.

E assim se seguiu meus dias e ontem foi o numero um e espero que hoje descubra o por que dos números.

Chego na boate e depois de colocar meu uniforme fui pra sala vip. Quando entrei tomei um susto. Tudo estava claro e tinha um homem de costas sentado em uma mesa. Nunca tinha visto como realmente era a sala mas não se parecia nada com as outras salas, essa se parecia mais com um escritório. Volto a mim quando escuto uma voz me chamando.

- Quero o mesmo de sempre por favor.

Saio da sala e busco seu pedido e quando volto vejo que esta sentado no sofá com a cabeça baixa, mas consigo ver alguns detalhes. Terno sob medida, cabelos longos e mão másculas.

- Aqui está senhor.

- Sente-se.

- Não posso senhor. Tenho que trabalhar.

- Mandei se sentar e espero não ter que repetir.

Vou para o outro sofá e me sento,

- Tenho algumas perguntas para te fazer e espero que responda todas com muita sinceridade.

Fico um pouco desconfortável, mas não posso me dar o luxo de perder esse emprego.

- Quantos anos?

- 24.

- Tem filhos?

- Porque tantas perguntas?

- Responda.

Não queria envolver meu pequeno nisso, mas o medo de ele descobrir que estou mentindo me apavora.

- Sim.

- Casada?

- Não. Agora posso ir?

- Não. Quero lhe fazer uma proposta.

- Estou te ouvindo.

- Quero que passe um ano comigo.

Como assim, esse homem é doido? Me levanto e vou direto pra porta, mas quando tento abrir não consigo.

- Por favor, me deixa sair.

- Estou perdendo a paciência. Se sente e me escute.

- Por favor.

Escondido é mais gostosoOnde histórias criam vida. Descubra agora