chapter four ⚾

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Mal consigo descrever a raiva súbita que me atinge no momento em que a voz de Nate rompe pelos meus ouvidos e seu olhar, cheio de prepotência, foca exclusivamente em mim

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Mal consigo descrever a raiva súbita que me atinge no momento em que a voz de Nate rompe pelos meus ouvidos e seu olhar, cheio de prepotência, foca exclusivamente em mim. Um sorriso se forma em seus lábios e eu percebo que não existe absolutamente nada que eu não despreze nele. Seus braços parecem ainda mais realçados nesse moletom apertado. Tento concentrar meus olhos na parte superior do seu pescoço, mas eles parecem automaticamente atraídos para o seu corpo completamente desenhado.

─ Não deveria beber, Livi. – Ele diz analisando a taça de martini que vai de encontro a minha boca. ─ Depois do que presenciei no meu quarto, tenho plena convicção de que a mistura entre você e o álcool é altamente inflamável.

─ Você não tinha ninguém mais interessante para irritar, Miller? – Pergunto e ele morde o lábio inferior. ─ Ou então, não pensou em ficar perto de pessoas que acham você interessante?

─ Você não me acha interessante, Livi? Estou ofendido.

─ É Olívia. Não deve ser tão difícil assim de pronunciar.

Seus olhos parecem percorrer lentamente os traços mais discretos do meu rosto, como se estivesse desenhando cada detalhe. Me sinto desnorteada quando seus olhos pausam sobre a minha boca.

─ Gostei do batom. Tem cor de cereja. – Sua voz rouca fica ainda mais atraente quando ele diminui a distância entre nós e se aproxima lentamente de mim.

Juro que adoraria saber o que acontece com a minha mente quando esses olhos irritantemente brilhantes percorrem meu corpo ou quando este corpo, revestido de prepotência, está perigosamente próximo do meu. Por Deus, por um momento todos os meus neurônios parecem não funcionar.

Seu corpo encosta no meu e seu braço passa suavemente pelo meu ombro. Todos os movimentos parecem ter sido estudados minuciosamente. Seus olhos não se desprendem dos meus e estamos tão próximos que nossas respirações chegam a se confundir.

─ Meu drink. – Ele diz sorrindo e puxa o drink que o garçom acidentalmente deixou nas minhas costas. ─ Costuma ficar tão vermelha quando as pessoas se aproximam de você, Livi? – Sinto meu rosto corar e tenho vontade de acertar a minha bebida naquele rosto irritantemente perfeito.

─ Só quando estou perto de pessoas irritantes como você, Nate. Digamos que a raiva toma conta da minha pele e da minha alma.

─ Sabe que a raiva só vai fazer mal a você, não sabe, cherry? – Meus olhos reviram e ele solta uma risada quando percebe que conseguiu me irritar.

Não acredito que fiz isso. Por algum motivo estranho, esse idiota parece sentir prazer em me irritar e parece que ele conseguiu atingir seu objetivo mais uma vez. Por que diabos eu ainda estou aqui? Levanto sem encará-lo, mas sei que seus olhos não se desprenderam de mim.

As mesas redondas no meio do bar estão lotadas e é quase impossível transitar entre elas. Os fins de semana no The Lust são sempre assim. O bar parece reunir todos os jovens de New York. As luzes vermelhas fluorescentes trazem a luxúria que o bar se esforça para nos proporcionar. No canto inferior do local algumas mesas de sinuca ficam espalhadas, assim como mesas para jogar cartas e alguns aparelhos de karaokê. Nunca achei que frequentaria lugares como esse, mas o The Lust é realmente viciante e por algum motivo, me sinto bem aqui.

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⏰ Última atualização: Jul 08, 2021 ⏰

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