Antes que Antonella terminasse de contar a história, Alberto já havia se desfeito em lágrimas. O menino lembrou de todos os dias que passou só, e lembrou da sensação horrível de dormir sem ninguém. O que seu pai tinha feito com ele o fez acreditar que não era digno de receber amor de ninguém.
- Olha, eu acho melhor deixar eles sozinhos... - Massimo falou olhando Alberto completamente destruído por dentro.
- Nós já voltamos, Alberto. - Luca disse tocando o ombro do amigo.
- É, daqui a pouco estamos de volta! - Giulia sorriu para tentar animá-lo.
- Valeu, gente... - Alberto disse entre alguns soluços.
Assim que os três ficaram sozinhos, Bruno abaixou-se e olhou no fundo dos olhos do filho.
- Eu sei que o que eu fiz foi errado, mas não foi culpa minha! Eu fiquei desesperado pra encontrar sua mãe, e pretendia trazer ela de volta pra nós!
- Mas você nunca voltou, achei que tivesse morrido...
- Um pescador me sequestrou enquanto em procurava comida pra nós. Ele disse que eu era "exótica", mas no sentido de "aberração". Eu fui levada pra um zoológico aquático, pra servir de atração pros humanos. Foram os piores anos da minha vida...
- Eu procurei a sua mãe em todos os lugares possíveis, procurei até minhas barbatanas se cançarem de tanto nadar.
- Mas seu pai nunca desistiu, e depois de muitas buscas, ele finalmente me achou, mas eu estava em outro continente.
- Eu acabei sendo pego pelo mesmo pescador, e acabei no zoológico junto com ela. Aqueles humanos ridículos abusaram por anos da sua mãe, ela estava tão fraca e ferida, que demoramos muito escapar e pra voltar...
- Mas que fique claro que nunca desistimos de você! Em todos os momentos da nossa viagem, eu só pensava em você, meu amor! Pensava nos seus olhinhos brilhantes e no seu sorriso! - Falou tocando o rosto de Alberto.
- Estamos muito orgulhosos do que você fez por aqui! Conseguiu mudar o pensamento preconceituoso deles em relação ao diferente, isso foi incrível!
- Obrigado, mas eu não teria conseguido sem o meu amigo Luca... Ele me ensinou a nunca desistir dos meus sonhos.
- Ele parece um amorzinho!
- E ele é, mãe! Ele é gentil, meio tímido, engraçado, fofo... E tem o sorriso mais lindo que eu já vi...
- Tá apaixonado pelo agroboy, que fofo!
- E-eu?! Não, óbvio que não! Mas... O que é um "agroboy"?
- O que o seu pai quis dizer, é que o Luca usa roupas comuns em fazendas no interior. Por isso, ele se parece com um verdadeiro agroboy.
- Aaaah! Bom, o Luca morava em uma fazenda, ele até era pastor de peixes!
- Ótimo, não quero você namorando um vagabundo!
- Pai!
- É zueira! Namora quem você quiser, tô nem aí. - Bruno era meio desleixado em relação à Alberto, o menino percebeu que isso não mudou com o tempo em que esteve sem vê-lo.
Enquanto a família Scorfano conversava, Luca, Giulia e Massimo estavam esperando do lado de fora da casa. Massimo estava triste, pois acreditava que Alberto nunca aceitaria ser adotado por ele, agora que tinha seu pai de volta. Giulia percebeu a tristeza no olhar do pai.
- E aí eu disse pro Giuseppe parar de comer as flores da...
- Só um pouco, Luca. Tá tudo bem, papà?
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Luca 2
FanfictionA Disney e empresas que ela compra amam criar personagens órfãos, e quase nunca explicam onde estão, ou o que aconteceu com seus pais, por isso eu me vejo na obrigação de criar uma história para eles. "Luca" é um dos meus filmes favoritos no momento...