Capítulo 7

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Giulia tinha se cansado de nadar no mar, então ela saiu da praia e foi até sua casa. O casal resolveu ficar e aproveitar o tempo sozinho para conversar.

- Sabe no que eu tava pensando?

- No que, Alberto?

- Seria incrível se eu me mudasse pra Gênova com você e a Giulia, até porque, meus pais se cansaram de Portorosso, e nós estamos juntos!

- Seria incrível mesmo, fala pros seus pais que quer morar lá!

- Eu quero muito, mas tenho medo de uma coisa.

- O que? Das pessoas não te aceitarem?

- Não, eu tô com medo de deixar o Massimo sozinho... Eu sou a única companhia que ele tem o ano todo, não quero abandonar ele! E a solução pra quem não me aceitar, é um socão no nariz.

- Luca riu do que o menino disse por último. - É, você tem razão... Deixar o Massimo aqui sem ninguém é triste, fora que ele quer adotar você por um motivo, né? Ele tem um carinho especial por você.

- Eu sei que tem... O que eu faço, Luca? Tô perdido!

- Também não sei... Acho que você poderia arrumar um par romântico pra ele, né? Dizem que o amor cura tudo... - Luca deitou no colo de Alberto.

- É, o amor é incrível... - Alberto acariciou os cabelos do namorado por alguns minutos, até serem surpreendidos por uma visita inesperada.

- Luca Paguro, quem diria, hein?

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- Luca Paguro, quem diria, hein?

- O quê?! - Luca se levantou assustado. - Bianca Branzino...

- Eu mesma! E o seu... "amigo", quem é?

- Bom... Eu me chamo Alberto Scorfano, é um prazer te conhecer, eu acho...

- E achou errado, meu bem! - Bianca se aproximou deles. - Eu sou a Bianca Branzino, hexacampeã do Campeonato Marítimo do Atlântico, e tenho apenas 13 anos!

- Uau... Eu não entendi nada, mas tudo bem. - Alberto falou confuso.

- Ela venceu 6 vezes o Campeonato Marítimo do Atlântico, é tipo a Copa Portorosso, sabe?

- Aaaaah, tá!

- Continuando... Eu já imaginava que o Luca Paguro não gostava de "certas coisas", digamos assim. Eu estou surpresa que tenha um namorado, Luca! É tão feio que eu jurava que ia morrer solteiro! - Riu.

- O meu namorado não é feio! - Alberto apontou o dedo para ela.

- Tira esse dedo nojento da minha cara, animal!

- O que você quer aqui, Bianca?! - Luca falou.

- Eu?! Nada, só tava passeando aqui na praia, e reconheci sua cara feia de peixe. Mas mudando de assunto, o que é isso de "Copa Portorosso"?

- É um campeonato onde você nada, come macarrão, e pedala pra ganhar dinheiro.

- Interessante... É, achei uma nova competição pra te vencer, Lumaca!

- Já disse pra parar de me chamar assim!

- E se eu não parar? Vai fazer o que?! Contar pra burra da sua mãe?!

- Se você não parar, eu vou... vou... vou...

- Ah, tadinho dele! Não consegue fazer nada sem os papaizinhos!

- Vaza daqui, Bianca! E deixa o Luca em paz, sua metida!

- Há, agora ele tem um guarda-costas! Luca, Luca... Nunca vai aprender a se defender, né? - Riu. - Mas não importa, eu tenho coisas mais importantes pra fazer! Tchauzinho, Lumaca e... o outro aí.

Bianca despertava inúmeras inseguranças em Luca. Ela tinha uma personalidade muito parecida com a de Ercole, mas era bem pior. Todos no mar sabiam que a garota era capaz de tudo para conseguir o que queria.

- Que garota chata... Ignora ela, Luca! Você sabe sim se defender sozinho!

- Não, não sei, Alberto. É literalmente por isso que ela me chama de "lumaca". Isso significa "caracol", em italiano, e assim como os caracóis, eu fujo de tudo o que me assusta, e me escondo dos meus problemas na minha "concha"... Eu sou um covarde, todo mundo sabe disso...

- Ei, isso não é verdade! - Alberto segurou o queixo de Luca. - Não deixa ela fazer a sua cabeça, olha só tudo o que você fez aqui! Antes todo mundo odiava a gente, e agora, podemos ir aonde quisermos! Isso não teria acontecido sem você!

- E eu não teria feito isso sem você! - Os dois se abraçaram, de uma maneira que o queixo de Alberto ficasse em cima da cabeça de Luca. - É melhor a gente ir falar com os seus pais sobre a mudança, né?

- Sim, vamos! - Deu um beijinho na testa do menino mais baixo.

Bruno e Antonella estavam juntos na ilha arrumando suas coisas, já que até a mudança para Gênova, a torre seria o lar da família Scorfano.

- O Alberto ficou mesmo sozinho aqui por todo esse tempo?... - Antonella falou observando as marcas na parede. - Ah, Bruno... Por que fez isso com ele?

- Se eu não fizesse, você já teria sido morta! Eu queria que fôssemos uma família outra vez, porque eu sentia que você tava viva! - Segurou as mãos dela. - Eu não conseguiria viver em paz enquanto não visse seu sorriso outra vez...

Os dois estavam a poucos centímetros de distância, e se beijariam se tivessem mais alguns segundos sozinhos.

- Mãe, pai! - Alberto saiu da água, se sacudindo para se secar.

- Oi, meu bem! - Antonella desceu da torre para encontrar o filho.

- "Ele sempre aparece na hora errada..." - Bruno pensou.

- Mãe, eu preciso te dizer uma coisa, e é urgente!

- Pois, não?

- Não quero morar em Tóquio porque... Eu e o "agroboy" estamos juntos.

- "Agroboy"? Você já me traiu em 30 minutos de namoro?! - Luca estava zangado.

- Não! - O garoto de olhos verdes riu. - Meu pai te chama de "agroboy", acho que é porque você usa xadrez e morava em uma fazenda.

- Ufa, já tava achando que eu era corno!

- Até que não seria tão ruim você ter levado chifre, né? Seria um belo peixe espada!

- Mãe, não inventa!

- Eu só acho que pensar positivo seja o melhor a se fazer!

- Eu também acho, pena que não sou bom em fazer isso. - Bruno desceu da torre. - Mas enfim, eu tento.

- Bruno, aconteceu uma coisa incrível com eles!

- Ah, é? Digam pra mim, então.

- Eu e o agroboy estamos juntos, então eu não quero morar em Tóquio.

- Fico feliz por vocês, e mais feliz ainda por não querer mais morar em Tóquio. Nós achamos que Gênova é bem melhor pra nós, então vão estudar juntos.

- Sério?! Valeu, pai! - Ele tentou abraçar Bruno, mas seu pai se afastou.

- Eu não gosto de abraços, então se possível, não toca em mim.

- E-eu... não sabia, desculpa...

Antonella sabia muito bem que Bruno estava mentindo, mas ela preferia conversar com ele a sós. Seu comportamento em relação ao filho era bem estranho, as vezes parecia que Alberto era um peso que ele carregava.

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