Capítulo 9

210 20 7
                                    

Enquanto esperavam Giulia retornar, Guido e Cicco ficaram em um completo silêncio. Não era segredo que Guido sentia outras coisas pelo loiro, mas ele não conseguia dizer isso à ele.

- Então... Aqui tá calor, né? - Cicco tentou puxar assunto.

- É... - Guido respirou fundo. - Tem... Tem uma coisa que eu preciso te dizer... - Ele falou corado. - É complicado, mas eu preciso...

- Diz, ué?

- Acho que... A Giulia shippa nós dois...

- E isso te incomoda, ou você acha que ela tá certa?

- "Certa"?... Acha que podemos ser um casal?

- Quer que sejamos um casal?

- Nossa, esse é o pedido de namoro mais sem graça que eu já vi! - Alberto apareceu na janela, pegando os dois de surpresa. - Mas isso não importa, né? Espero que sejam felizes juntos!

- AQUILO NÃO FOI UM PEDIDO DE NAMORO!!! - Guido se desperou.

- Calma, Guido! É só provocação dele. - Cicco riu.

- Ele tá tão corado, que parece um tomate! - Alberto falou rindo, o que deixou Guido com mais raiva. - Pera aí... Tão fazendo o que no esconderijo dos excluídos?! Eu deixei?!

- Nós falamos com a Giulia mais cedo, queremos muito ser amigos de vocês, porque vocês respeitam quem é diferente. - Cicco falou se aproximando de Alberto.

- É, nós não temos preconceito com os excluídos! - Sorriu. - São excluídos pelo quê? Gostar de meninos?

- Cicco olhou Guido meio envergonhado e cabisbaixo. - Gostamos de sanduíches. - Piscou.

- Não entendi. - O garoto de olhos verdes estava confuso.

- Deixa... A gente decidiu investigar a morte da mãe do Ercole, porque parece que ela e a amiga dos seus pais, têm o mesmo nome.

- Achamos que são a mesma pessoa. - Guido se levantou, e foi até eles. - A Giulia foi perguntar pras senhoras Mancini, se elas conheceram a mãe do Ercole.

- Legal... - Alberto colocou a mão no queixo, pensativo. - Posso investigar também?!

- Mas é claro! Somos os excluídos, não somos? - Cicco disse sorrindo.

- Claro que somos! Mas enfim, querem jantar aqui?

- Se não for incômodo... - Falou Guido.

- Claro que não! Venham, eu mostro onde é a cozinha.

Massimo estava bem mais animado, já que Alberto não iria para tão longe. O pescador arrumou o jantar na mesa com uma alegria contagiante, e um grande sorriso.

- Por que o Alberto demora tanto só pra procurar um gato?! - Bruno falou impaciente.

- Você tá mesmo com fome, não é, meu bem? - Antonella riu. - Calma, ele já vem.

- Machiavelli é um gato difícil, se camufla bem. - Massimo colocou os pratos na mesa. - Quer comer agora, senhor Scorfano?

- Óbvio, minha barriga tá grudando nas costas de tanta fome!

- Bruno! - Disse a moça, cruzando os braços.

- Que foi?! Eu sinto fome o tempo todo, você sabe! 

- Pois então, já pode se servir! - Massimo mostrou a Bruno a lasanha que preparou para o jantar.

- Uau... Acho que vou até repetir, está com uma cara ótima!

Luca 2Onde histórias criam vida. Descubra agora