CAPÍTULO CINQUENTA E QUATRO

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A foto

Eu estava certa de que em algum momento alguma coisa iria acontecer para tirar a tranquilidade da nossa caminhada.

Tobirama e eu não tínhamos trocado muitas palavras desde que saímos da vila, apenas informações básicas da rota. Não sabia ao certo a sensação exata que sentia por esse silêncio que pairava sobre nós, não chegava a ser uma estranheza, mas para mim, soava como uma faísca fraca que se recusava a apagar. Isso me constrangia um pouco, não ter controle absoluto sobre o que sentir em relação a ele, mas acho que a essa altura do campeonato eu já deveria ter me acostumado.

Chutei uma pequena pedra enquanto observava a estrada na qual eu apenas seguia Tobirama adentrar.

- Vamos passar a noite em um hotel nas redondezas – repetiu indicando que estávamos perto.

Apenas concordei e ele me observou de canto dos olhos por um instante antes de voltar a atenção ao caminho.

Eu estava cansada e nos últimos dias meu humor tinha decaído um pouco. Acredito que seja forte influência da ligação, embora Misushi ignore todas as vezes que eu o chamo, sinto tristeza e raiva logo em seguida. Sei que de alguma forma nossos sentimentos estão ligados, mas não faço ideia do porque ele vem sentindo isso. Eu sei que todo esse rancor não é só meu, mas espero que ele tenha um bom motivo para me ignorar dessa forma, no momento em que estou frágil e podendo partir ao meio a qualquer movimento muito brusco.

- Hatake? – o olho enquanto o albino me encara, levanto as sobrancelhas sentindo o coração bater forte ao perceber seu olhar no meu.

- Sim? – Tobirama franziu as sobrancelhas.

- Perguntei como está se sentindo.

Ajeitei a postura desviando o olhar e respirei fundo.

- Eu aguento – sorri de canto tentando passar confiança.

Eu estava usando meu chakra para me curar diariamente, estava treinando e fazendo tudo ao meu alcance para que tudo corresse bem nessa viagem, mas aparentemente não consegui o mais importante que era me preparar para estar na presença dele.

Quando entramos no lugar Tobirama rapidamente pegou as chaves por ter feito a reserva anteriormente, então apenas subimos para quartos separados sem dar muita atenção aos olhares atentos ao Senju enquanto cortávamos o salão em direção às escadas. Após um banho quente me sentei na mesa lendo o pequeno cartão onde alguns serviços eram estampados de forma chamativa. Depois de vestir uma calça simples preta e uma regata saí do quarto em direção ao alívio momentâneo que me aguardava.

Dei um tapinha no balcão chamando atenção do barman enquanto sentava na banqueta alta. Passei os olhos sobre os vários vidros cheios de alegria líquida. O homem sorriu aproximando-se de mim.

- O que a senhorita gostaria essa noite? – não reagi a pergunta amigável e de duplo sentido.

- Duas doses daquilo ali – apontei para a garrafa solitária na última prateleira.

O homem castanho sorriu olhando para a direção então me encarou.

- Everclear? – questionou não certo de sua visão, assenti sem muita vontade de conversar – Já bebeu alguma vez? – neguei.

I Kill You  +18Onde histórias criam vida. Descubra agora