CAPÍTULO QUATORZE

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Se levante

Esfreguei os olhos bocejando de forma preguiçosa, assisti Haru sair do banheiro com a toalha na cabeça já vestida com o uniforme, me esparramei na cama querendo permanecer mais tempo nela.

- Ohayo - sorriu tímida se sentando ao lado da cama e eu me virei apertando o travesseiro, não me sentia pesada, nem leve, apenas uma neutralidade agradável.

- Ohayo - suspirei repassando a noite passada na cabeça - como você está? - sabia da possível resposta mascarada dela, mas arrisquei para ler seu comportamento, saber o que deveria fazer por ela, por que sabia que ela se privaria de ceder.

- Bem - diz simplista enquanto escovava os cabelos, observei seus olhos se fecharem com força me evitando, levantei as sobrancelhas fechando os olhos respirando profundamente – como foi ontem? - me recostei na cabeceira da cama pensando.

- Estranho – suspirei e ela me fitou com um sorriso pretencioso, como se me entendesse, na verdade ela sabia o porquê de minha dificuldade -, mas foi bom.

Eu só sabia que era bom.

- Por que estranho? - arqueou as sobrancelhas de forma divertida, desviei o olhar para a janela.

- Hashirama e Mito são... - franzi o cenho – eles... - torci o nariz - são bons – dei de ombros.

- Só isso? - voltei meu olhar a ela que se divertia.

- Não. Ela é querida e... boa e ele é... - desisti de achar algum adjetivo que se encaixasse na persona dele - é como se fosse um espelho quebrado e cada pedaço fosse uma característica boa, eles são assim.

- Não acha estranho comparar eles com um espelho quebrado? - riu fechando os olhos, sorri.

- Exatamente, estranho - concluí e ela riu deixando a escova de lado, observei seu cabelo castanho sedoso cair pela metade das costas, sempre me perguntei de onde ela tira disposição para cuidar tão bem de si mesma esteticamente –, pelo menos deu para entender.

- E o Tobirama? - sorriu se apoiando nas mãos atrás das costas, franzi o cenho lembrando das coisas que senti e que ouvi na noite passada.

- Ele é insuportável - virei o rosto e ela riu, suspirei tentando achar as palavras mais agradáveis – Haruze... Você não quer ir consultar? - afitei receosa - Não quer ficar afastada por um tempo até estar bem? - ela uniu as sobrancelhas e se levantou ofendida - só não quero que se force a continuar de pé quando precisa descansar um pouco.

- Não precisa – colocou as mãos na cintura me encarando, permaneci em silêncio esperando que se explicasse – eu sou médica, se precisasse ir ao médico... teria ido. Além disso, o Esquadrão Assassino precisa de um ninja médico e eu... Eu preciso treinar – sorriu amarelo e baixou a cabeça relaxando os ombros – a minha forma de se recuperar é assim – desviei o olhar para a janela.

- Não vou permitir que você se esgote - ela levantou a cabeça sorrindo e balançou as mãos.

- Não me confunda com você! - a fitei com tédio.

- Você gostaria de conversar com Hashirama sobre o que aconteceu? - perguntei e o sorriso dela se desmanchou, apertei os lábios - entendi.

- Na-não... - juntou as mãos apreensivamente e ficou calada por algum tempo - eu não entendi bem o que você quis dizer - colocou uma mecha de cabelo timidamente atrás da orelha - por que ele quer conversar comigo? - tinha o cenho franzido de forma confusa, olhei para o teto respirando profundamente.

- Acho que ele quer saber como você está e também... Ele está com algo em mente e eu sei que você ia ajudar – expliquei e ela pareceu pensar inerte em silêncio, assim como eu que esperava sua resposta ou a ausência dela.

I Kill You  +18Onde histórias criam vida. Descubra agora