E todas as minhas paredes são altas e pintadas de azul
Mas eu vou derrubá-las, vou derrubá-las
E abrir a porta para você
E tudo que eu sinto são borboletas no estômago
Da mais bela espécie, compensando o tempo perdido
Voando, me fazendo sentir que
Eu só quero te conhecer melhor, conhecê-lo melhor
Conhecê-lo melhor agora(Everithing has changed - Taylor Swift feat Ed Sheeran)
Parece que a incrível Collen não era capaz de tudo afinal. No seu segundo copo de Vodka com Coca-Cola - quem inventou uma coisa horrível dessas?- ela já estava mais feliz que o normal -o que eu achava impossível- e para piorar, ela mal estava aguentando ficar de pé sozinha.
— Não seja brega Henryzinho — falou arrastado e apertou o meu nariz — Vamos dançar!
— Collen, acho melhor irmos embora...
— Só uma dança, por favorzinho... — além da mania irritante que ela adquiriu de falar tudo no diminutivo quando bebeu, ela conseguiu ser mais insistente do que o normal.
Collen me arrastou para a pista e começou a se mexer no ritmo da música, provavelmente tentando dançar - o que ela com certeza não conseguiu fazer com graciosidade - e dois segundos depois tropeçou nos próprios pés. Segurei ela pela cintura, impedindo-a de cair, e a mesma encostou a cabeça no meu peito com os olhos fechados.
— É impressão minha ou o nosso mundinho está girando? — sussurrou.
Fiquei parado no centro da pista de dança improvisada na sala de estar da casa -enquanto várias pessoas dançavam ao redor-, com Collen quase cochilando contra mim. Talvez eu devesse levá-la para casa, mas eu nem sabia onde ela morava.
Uma das vantagens de hospitais, as pessoas sempre tem uma pulseira com identificação, isso seria bem útil agora...
— Henryzinho, olha lá o patife do Brian — olhei para baixo, para Collen, e depois segui seu olhar até encontrá-lo com os olhos em nós — Me beija.
— O quê? — respondi assustado.
— Me beija! — insistiu.
— Você está bêbada Collen! — ela me encarou com firmeza no olhar.
— Você é meu namoradinho, isso faz parte do acordo! — sussurrou — E é melhor você fazer isso antes que ele venha conversar com a gente.
Realmente, o garoto estava se aproximando, olhei para Collen ainda com dúvida, mas por fim acabei fazendo o que ela pediu sem pensar muito (e essa foi a melhor coisa que eu fiz, parar de pensar).
Afastei uma mecha do seu cabelo loiro colocando-o atrás da sua orelha, coloquei a mão livre no seu pescoço - a outra permanecia na sua cintura, pois eu ainda estava a segurando contra mim - e a beijei. Collen se impulsionou na minha direção, ficando na ponta dos pés, e envolveu os dois braços ao redor do meu pescoço. Como tudo nela era intenso, seu beijo não foi diferente.
Agora, sentindo o gosto da bebida pela boca dela, eu não estava a considerando tão ruim quanto imaginava...
Collen tinha um beijo instigante, e isso não era bom para a sanidade de qualquer pessoa que viesse a beijá-la, muito menos para a minha, já que eu estava decidido a não me envolver com ela e nem com ninguém, mas não posso negar que eu estava me aproveitando daquela mentira.
Me afastei lentamente dela antes que estragos maiores fossem feitos, afinal, um beijo é só um beijo, a menos que existam sentimentos, e se eles existirem... você está seriamente encrencado.
— Por que você parou? — ela perguntou olhando fixamente nos meus olhos, ainda na ponta dos pés.
— Ele já foi embora — respondi, mas eu nem sequer sabia se era verdade ou não.
— Henry... — Collen começou a falar, mas logo virou seu rosto para o lado e... vomitou nos meus pés.
Ótimo, parece que eu fiz a garota ficar enjoada.
Segurei o cabelo dela e desviei o olhar enquanto as outras pessoas a xingavam por vomitar onde elas estavam dançando.
— Definitivamente é hora de ir embora. — afirmei a puxando para fora da casa.
Na praia, deixei Collen sentada sobre a areia e fui até o mar lavar os pés rapidamente, depois, como não sabia para onde levá-la, decidi que seria melhor que ela ficasse comigo na casa de Ethan até que estivesse sóbria o suficiente para ir para casa.
Foi um pouco difícil a princípio, já que ela estava adormecida na areia quando eu voltei, então teria que carregá-la no colo. Passei um braço ao redor das suas costas e o outro embaixo das suas pernas e a puxei para cima. Collen deitou a cabeça na curva do meu pescoço e me rodeou com seus braços, seria uma longa caminhada.
Quando cheguei em casa, Katherine e Rick já haviam voltado e estavam assistindo um filme na sala de televisão.
— Ei Kathe — a chamei — você poderia me ajudar rapidinho? Preciso trocar as roupas dela, mas não quero invadir a sua privacidade...
— Claro — respondeu prontamente — Amor, eu já volto — falou para Rick e me seguiu escada à cima.
— Ei cara, — Rick gritou quando eu estava nos últimos degraus — eu te disse que você ia arrumar uma surfista.
— Haha, você é um adivinho — respondi com ironia, Rick gargalhou e se voltou para a TV.
No quarto, deitei Collen sobre a cama delicadamente, depois deixei com que Katherine fizesse o resto, entreguei uma das minhas maiores camisetas para que ela vestisse a bela adormecida bêbada e saí, dando a privacidade devida.
Alguns minutos depois Katherine saiu e levou com ela a calça de Collen - que estava com vômito - para lavar, e prometeu que estaria seca na manhã seguinte, já que na lavanderia tinha uma secadora, eu agradeci e depois entrei para o quarto.
A loira dormia tranquilamente sobre a cama abraçada num travesseiro, estendi uma coberta sobre ela e peguei o travesseiro que sobrava junto com uns lençóis e cobertores que haviam no armário, arrumei todos no chão e depois me deitei, a única coisa que me restava fazer era dormir.
E eu estava muito cansado, foi fácil pegar no sono, o difícil mesmo aconteceu depois, enquanto eu sonhava com um certo beijo...
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Corações, Remendos e Henry
Ficção AdolescenteEM PAUSA Henry estava de coração partido, algo que pensou que nunca aconteceria. Sua faculdade de medicina começaria logo após o verão e estava tudo planejado, ele estudaria, se formaria e nunca mais amaria alguém como ele amou Katherine Evans. Mas...