Corações, Remendos e Henry

CAPÍTULO 8

Um salve para o meu ex
Que machão você é, não é mesmo?
Você partiu o meu coração
E isso me tornou em quem eu sou
Essa vai para o meu ex, ei, olhe para minha agora
Bem, eu estou aqui no topo
Eu juro que você nunca, nunca vai me derrubar

(Shout out to my ex - Little Mix)

COLLEN MOORE

Eu sentia como se tivesse tomado litros de café, meu coração estava tão acelerado que eu o sentia bater na cabeça. Minhas mãos tremiam e minha respiração estava alta demais.

Darlan, meu irmão e melhor amigo, estava um tanto descrente quanto ao meu plano improvisado, disse que eu me apaixonaria rapidamente por Henry assim que ele se mostrasse um babaca. Pois, de acordo com ele, esse era meu tipo: babacas.

Como meu extremo oposto e, consideravelmente mais inteligente que eu, ele provavelmente estaria certo se essa fosse uma situação comum, mas não era. Henry babaca? Só quando ele fingia e apesar de fingir muito bem, no fundo eu sabia que ele não era capaz de ser minimamente parecido com Brian.

Pela milionésima vez me olhei no espelho, eu estava muito simples, sem cor. Usando uma regata preta com detalhes em renda da mesma cor ao redor do decote em V, um shorts de cós alto também preto com um cinto de couro branco e um de meus kimonos boho favoritos em preto e branco.

- Aham, já sei o que falta! - corri até o meu armário e peguei uma caixa branca que continha o meu xodó. Minha bota vermelha de verniz com salto quadrado de uns sete centímetros e cano baixo. - Perfeito.

Depois de pronta, fui ao quarto da frente onde meu irmão estava desleixadamente jogado na cama assistindo seu seriado favorito: A Família Dinossauros.

- Como eu estou? - perguntei dando uma voltinha.

Ele me olhou de cima a baixo e depois voltou seu olhar para a televisão.

- Igual a todos os outros dias.

- Ah, esqueci que não devo perguntar a opinião de homens sobre como eu sou maravilhosa.

- É verdade. Bela bota, ocasião especial?

- Uma festa - ele me olhou com a sobrancelha levantada, interessado.

- Já sei, você quer carona.

- Isso.

- Ok, eu queria mesmo dar uma volta hoje, vá abrindo o portão da garagem que eu vou pedir a chave do carro ao papai.

Desci às escadas e dei um beijo em mamãe que dormia tranquilamente no sofá antes de sair para abrir o portão. Passei meus dedos por baixo do metal e o puxei para cima.

- Ah, você está ai! Vem cá Ruffos, me dá um abraço seu fofinho - cumprimentei nosso amado cachorro cocker, assim como a Dama do filme A Dama e o Vagabundo da Disney.

O preguiçoso apenas me deu uma lambida no rosto e voltou a dormir na sua caminha no canto da garagem.

- Pronta? - Darlan apareceu rodando a chave entre os dedos.

Afirmei e o mesmo entrou no carro e o tirou para fora, fechei o portão novamente e me sentei no banco do passageiro.

- Papai me deu a chave com uma condição...

- Que você me traga para casa até às onze?

- Bom, então são duas condições... Ele me mandou ficar com você nessa festa, já que da última vez você não voltou para casa exatamente no mesmo dia...