Remains our family

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Zayn

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Zayn

Dirigir em silêncio era uma merda. Eu nunca tinha feito aquilo porque o banco ao meu lado estava sempre ocupado. Não olhei para ele por uma hora seguida. Nem sabia para onde estava indo, apenas mantinha o pé no acelerador e os olhos na estrada, a qual também não sabia qual era.

Tinha tomado a decisão certa.

Aos poucos, senti meus olhos se fecharem sozinhos por mais de alguns segundos. Os abri abruptamente, mas estavam tão pesados que se fechariam outra vez em algum tempo.

Parei no primeiro motel que vi, estacionei o carro, peguei minha carteira e minhas malas. Quem me atendeu foi um homem tão sonolento quanto eu. Nem pediu pela minha identidade, apenas pegou o dinheiro que ofereci e me deu a chave do quarto. Fui até ele com a pior das impressões. Quando abri a porta, me deparei com um cômodo não muito pequeno, mas parecia velho, não sabia nem dizer se os móveis eram marrons ou verdes. Havia um banheiro minúsculo com um vaso sanitário, uma pia e um chuveiro. Na sala, uma televisão velha e um frigobar com garrafas d'água e barras de proteína.

Tirei minha roupa e me deitei. Fechei os olhos, murmurando:

— Boa noite, Ha...

Não havia ninguém ali. Harry estava em Malibu e estava bem. Conseguia imaginá-lo dormindo com seu pijama de cetim de uma marca que eu não sabia nem falar o nome. Mas me esforçaria ao máximo para falar o nome da grife dele, fosse qual fosse. Na verdade, mal via a hora de meu amor começar a lançar as tantas coleções que desenhava.

Meu sono tinha ido embora. Dormir no sofá não foi estranho porque sabia que Harry estava no final do corredor. Eu não dormia sozinho desde que começamos a namorar. Consequentemente, ele também não.

Aquela não foi a noite em que dormi sozinho, de qualquer maneira, isso porque não fechei os olhos outra vez. O sol nasceu tão rápido como as minhas lembranças. Mesmo assim, fiquei ali por horas, não fazendo absolutamente nada.

Oito horas da manhã. Harry estava tomando banho para ir ao trabalho.

Tinha que escolher um rumo e decidi que seria Las Vegas. Não era nada mais do que me enfiar em um hotel pior do que aquele motel, me viciar em jogos de azar e falir. Meu destino seria mais do que merecido.

Lembrei de quando era milionário e logo lembrei que ainda tinha mãe e pai. Eles sempre estavam presentes em eventos de gala com jogos de cassinos. Como conseguia chamá-los assim? Como será que estavam? Será que me procuraram por preocupação ou por um roubo de mais ou menos cem mil dólares? Será que contribuíram para que eu me fodesse no caso do Payne?

— Você é inocente. Por que está pensando tanto, meu caro revoltado sem rumo? Tem algo para me contar?

Olhei para os lados, mas estava sozinho. Era a voz daquela porra de desaparecido. Senti raiva, queria tanto socar a cara dele por ter despertado a ideia de fugir...

Remains You - Zarry StylikOnde histórias criam vida. Descubra agora