seis

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— Ti-tire as botas. — você quebrou o silêncio depois de ver como Chifuyu ficou triste ao mencionar uma pessoa importante para ele.

— O quê? — respondeu, confuso.

— As botas, tire. — você já desamarrava os cadarços das suas. — Huuum, como você disse mesmo? Se a gente não aproveitar a vida...

Ele deu uma risada. Tirou as botas com rapidez e você o puxou pelo braço para o mar. Os dois levantaram as bainhas de suas calças e entraram na água até atingir as canelas. Vocês deram as mãos para impedir que um e o outro caísse por causa das ondas fortes.

— Gelada. — você disse, ainda apertando suas mãos.

Chifuyu apenas riu, acompanhando o seu movimentar. Vocês começaram a chutar a água e isso fez seus rostos se molharem um pouco, começaram a girar de mãos dadas em sintonia. Você ria como uma criança, ele tinha razão. Jamais poderia perder essa essência, Chifuyu lembrou a você um detalhe que passou tão despercebido porque você sempre está tão focada em suas responsabilidades.

— Ei, criancinhas! Enquanto vocês estão de vagabundagem, adivinhem quem achou um papelzinho no meio das gaivotas? — Takemichi gritou quando viu vocês.

— Isso é a cara dele. — Chifuyu revirou os olhos.

Sem soltar a sua mão, ele gentilmente a puxou para fora do mar. Ao soltar depois de estarem em terra firme, você suspirou triste pela perca de contato. A mão dele é tão macia...

— O que diz?

— Vejamos. — Takemichi abriu o envelope. — Tem quinhentos ienes aqui.

Vocês olharam um para ao outro.

— Esse é o tesouro? — você perguntou tentando não soar sarcástica.

— É, maruja, uma aventura com pouco peso e drama, mas no fim... — Chifuyu fez uma voz dramática.

— Se estiverem pensando em batatas fritas, eu topo. — Takemichi o interrompeu.

— É uma boa ideia, mas é cedo. Sugiro uma salada de frutas para cada um. — você achava engraçado como Chifuyu realmente não condizia com toda aquele jeito trevoso dele.

— O que você acha, [seu nome]?

— O que vocês decidirem está bom para mim. — você sorriu.

Você sentiu uma bolada atrás da sua cabeça nesse mesmo instante. Tão rápido que quase perdeu o equilíbrio, virou na intenção de brigar com o responsável. Novamente, antes de ter qualquer oportunidade, Chifuyu já gritava.

— Ei, peça desculpas! — Chifuyu andava até o desconhecido.

— Ora, ora, se não é a putinha do Baji!

Você ouviu de longe, tentou intervir sem nem saber do que se tratava, mas Takemichi a puxou para trás.

— Deixe, ele era da escola do Chifuyu no ensino fundamental. Já tiveram problemas antes, isso vai terminar em um instante.

— Só pede desculpas e cai fora. — Chifuyu ordenou com a expressão nem um pouco incomodada.

Você via Chifuyu de costas, diferente daquele garoto gentil de segundos atrás, a voz e a postura dele eram completamente diferentes. Você lembrou dos rumores que ouviu sobre ele quando sua mãe ou Emma disseram a você.

— Quer apanhar a essa hora da manhã?

— Faço a mesma pergunta pra você, seu animal.

Antes que o adversário pudesse responder e que você pudesse refletir mais sobre aquilo, Chifuyu o chutou no estômago e em seguida socou sua cabeça com tanta força. Você se pegou trêmula com aquele ataque tão rápido e cheio de ódio e ressentimento.

Single | Chifuyu MatsunoOnde histórias criam vida. Descubra agora