vinte e um

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Pela visão de Chifuyu Matsuno

┻━┻

Eu não sei como parei nessa situação, mas essa garota consegue mexer comigo de uma forma...

Parece até que minha cabeça está virada do avesso. 

Olhando para esses olhos tão tímidos e nervosos, tento pensar em uma resposta para me livrar do frio no meu estômago. Tudo o que faço é respirar o mais fundo que eu posso enquanto olho para ela.

— Você ficou nervoso? — ela riu de mim, implicante.

Maldita.

— É claro que não. — desviei os olhos para não me entregar.

— Você vai dormir aqui?

— Quer tanto dormir comigo?

— Não tem motivo para que durma em outro cômodo... e... além disso... — ela ficou vermelha. — Eu não quero dormir sozinha.

Não consigo decifrar se ela está sendo honesta ou me dando alguma indireta. Meu coração vai sair pela boca e a culpa será dela se eu cair duro no chão.

— Parece uma desculpa para dormir comigo. — eu não resisto a uma implicância.

— Você parece nervoso... — ela riu de novo.

Cocei a nuca.

— Certo. A cama é sua. — apontei.

Ela se sentou, provavelmente esperando meus outros comandos. Seus olhos estavam pesados, seus movimentos eram lentos e meio curvados, tenho quase certeza que ela lutava para não se jogar na cama. Já estava frio, mas liguei o ar-condicionado.

— Você quer uma muda de roupas? — eu fiquei mais nervoso ao perguntar.

— Oh, não. — ela levantou a cabeça e tinha um sorriso nervoso. — Obrigada.

Abri o armário e tirei os edredons, também desenrolei o futon extra que carrego comigo por causa de Takemichi e Kazutora.

Arrumei-os no chão, enquanto [seu nome] continuava a me encarar.

— Você vai dormir aí?

— É... Hum...

Antes que eu terminasse de formular minha resposta, [seu nome] tirou sua jaqueta e deitou na cama. Seus cabelos jogados tão desenhados entre o travesseiro, a blusa revelava suas curvas por ela estar deitada de lado e... aqueles lábios tão perfeitinhos. Ah, eu precisei desviar o olhar. Linda. Ela é tão linda.

Me ajoelhei para arrumar meu espaço, prestando atenção unicamente no futon. Sem olhar novamente para [seu nome], para não incomodá-la com o meu jeito atrevido, entreguei-a um dos cobertores.

— Obrigada por hoje, Chifuyu. — sua voz ficou mais sonolenta.

— Eu que agradeço... — sussurrei.

E realmente. Tento lembrar se fiquei horas conversando com outra pessoa e nada me vem a mente. Nem senti o horário passar enquanto conversávamos. Eu queria saber tudo sobre ela e era tão fácil falar de mim, não tive nenhum medo de ser julgado.  Me senti tão confortável em falar até sobre meus sentimentos por Baji-san, aqueles que eu não falei com ninguém.

Single | Chifuyu MatsunoOnde histórias criam vida. Descubra agora