vinte e nove

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Você andava lentamente para fora do prédio. Não sentia vontade de chorar, raiva ou esperança que Chifuyu fosse atrás de você para pedir desculpas. Na sua cabeça, ele precisava de um tempo sozinho e mais do que nunca, você respeitava isso. Apesar de doer um pouco, porque doía em você vê-lo triste, era tudo o que podia fazer por ele.

Pensou que deveria parar em alguma lanchonete e perguntar se alguma de suas amigas estava livre para se juntar a você.

Quando sentou em uma das mesas de uma lanchonete não tão perto da casa de Chifuyu, você mandou mensagem para Hinata, Yuzuha e Emma.

— Oi... ah, [seu nome]?

Ao levantar seu olhar, viu que era aquela garota do estágio, a que você chamou para briga meses atrás.

— Yuwa, ah. — você ficou constrangida ao lembrar da briga de vocês, ela também parecia bem sem graça.

— Como você está? — ela sorriu, meiga. — Posso sentar?

— Claro... — você olhou melhor para ela e viu o seu uniforme. — Você trabalha aqui?

— Ah, sim! — ela abriu um sorriso bonito. — Saí do estágio quando fui transferida, mas está tudo bem. Eu queria falar com você desde aquela época, mas não nos encontramos mais.

— Se for sobre antes, não precisa... Acho que fui muito impulsiva... Eu estava tentando... Acho que ainda estou tentando tomar minhas próprias decisões. — você pensou algo. — Tentando ser eu mesma.

Yuwa olhou com surpresa.

— Realmente sentia você bem presa no estágio. Sempre agindo como se algo te segurasse.

— É... — você coçou a nuca.

Vocês ficaram em um silêncio constrangedor.

— Eu queria chamar a atenção do meu avô naquela época. — a garota quebrou o silêncio. — Pensei que se eu arranjasse problemas no trabalho, ele me ouviria. Nunca quis trabalhar em nada referente a matemática. Você foi uma tremenda vítima nisso tudo, mereci aquela briga.

— Você tem tanto jeito em matemática, Yuwa. Não esperava por isso. — você ficou surpresa.

— Eu gosto de pintar. Quero trabalhar com alguma coisa da área, mas ele sempre diz que nada mais vale do que o dinheiro e o futuro... — ela suspirou. — Eu sei, eu sei. Ele quer o melhor pra mim.

— Não, eu... entendo o que você quer dizer. Quer dizer, não totalmente, mas posso imaginar o que você está sentindo. — você deu um sorriso acolhedor.

— É engraçado que quando eu era adolescente, achava que quando ficasse mais velha, poderia tomar todas as minhas decisões sem inseguranças e seria incrivelmente madura. Como se em um piscar de olhos eu soubesse para onde ir e quem ser.

Você sorriu, entendia o que ela queria dizer de todo o seu coração. Ainda mais depois da conversa que teve com Chifuyu. Não nas mesmas circunstâncias, mas você entendia bem esse sentimento.

— Mas só percebi que me tornei uma espécie de criança grande. Eu só queria aproveitar a minha vida da melhor forma possível para não me arrepender depois.

— O importante é não deixar essa criança interior se apagar dentro de você. — foi tudo o que você disse.

Yuwa parecia até mais brilhante.

— Obrigada por me ouvir. — ela ainda sorria.

— Obrigada por você por me contar.

— Você vai pedir alguma coisa?

Single | Chifuyu MatsunoOnde histórias criam vida. Descubra agora