dezesseis

1.7K 276 208
                                    

Aviso: Diferente dos outros capítulos, esse tem uma pegada um pouco mais dramática e que discute assuntos mais sérios (que serão desenvolvidos). A partir desse, vou começar a desenvolver os arcos dos protagonistas, aqueles que deixei em aberto no decorrer da história. Talvez contenha gatilhos referentes à ansiedade.

┻━┻

Você acordou com a cabeça latejando. Seu corpo estava tão pesado que você ficou parada por alguns minutos na cama. Abriu os olhos,  a porta da varanda estava aberta e as janelas voavam com o vento gélido da madrugada. Você precisou de alguns minutos para lembrar de tudo que aconteceu naquela noite. 

Levantou-se, zonza, mas caiu no chão. Sentiu um enjôo tão grande que precisou correr para o banheiro, botou tudo para fora. Lavou o rosto e boca, encarou seu rosto vermelho no espelho.

Você escutou batidas na porta.

— Mãe, desculpa, eu nem sei que horas são...

— Você não tem vergonha na cara mesmo, não é, garota?

Precisou de alguns segundos para lembrar que era seu padrasto parado na sua frente. Tudo ainda era muito confuso. Ainda meio bêbada, apesar de ter colocado todo o álcool que ingeriu, se sentia cambalear para frente.

— O que...

— Por que tá toda suja e descabelada?

Você olhou para sua roupa, molhada por causa da água da pia.

— Voltou a se esfregar com aquele monte de gente como fazia antes?

Você balançou a cabeça, tentando se situar. Todas aquelas lembranças voltaram na sua cabeça na pior hora possível.

— Ei...

— Vai voltar a chegar em casa morta de bêbada como antes? Fazendo sua mãe chorar de preocupação? Lembra disso?

— A mamãe... a mamãe já pediu pra ninguém falar disso em casa... Eu errei...

— Parece que só assim você cai na real. E hoje eu soube que trouxe um garoto que mal conheceu pra jantar com a sua mãe. Foi a mesma coisa com aquele outro garoto. Aí veio aquelas garotas. E veio...

Você olhou para ele, seu coração batia forte e seu corpo tremia.

— Pare. De. Falar.

— Por que? Tem vergonha de lembrar disso? Não parece. Olha pra você. — seu padrasto cruzou os braços — Você nunca vai dar orgulho pra sua mãe desse jeito.

Toda aquela raiva retornou.

— O que você tá fazendo aqui mesmo, hein? Não tinha sido expulso? Enche a porra do saco desde sempre, mas não é capaz de sustentar seu filho sozinho! — você cuspiu as palavras sem pensar, sua voz estava rouca.

— Vai alterar a voz? Antes você morria de medo! Se tremia todinha!

— Acontece que eu já tô cheia de você encostado na gente! A mamãe vive infeliz! Eu vivo infeliz! — você saiu do banheiro e andou até a sala.

— Não vai fugir, não! — Hanko foi para frente da porta. — Vai jogar seu draminha de filha sem pai pra cima de mim?

— O que tá acontecendo aqui? — sua mãe desceu as escadas.

— Sabe aonde a sua querida filha estava?

— Sim, eu sei. — sua mãe respondeu.

— Nem a mamãe te aguenta mais. E, olha que eu tentei. Eu juro que tentei te suportar por causa dela. — você falou.

Single | Chifuyu MatsunoOnde histórias criam vida. Descubra agora