vinte e três

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෴Pela visão de Chifuyu Matsuno

Atendi o celular, um pouco trêmulo.

— Oi, mãe.

— Ele atendeu. — ela sussurrou tentando ser discreta. — Oi, Chifuyu. Se eu não ligar, você não me liga. Esqueceu que tem mãe?

— Desculpe não ter ligado antes...

— Oi, tia! — Takemitchy falou alto no meu ombro.

— Ah, oi, meu bem. — ela disse no celular como se ele pudesse escutar. — Takemichi tá sempre com você. Ele tá morando aí?

— Jamais. — eu respondi.

— Pergunta se era ele! — escutei minha avó falando.

— A vovó está bem?

— Energética como sempre. Quer falar com ela?

Antes que eu pudesse responder, ouvi a vovó se aproximar.

— Yuzinho, era você no karaokê outro dia? Aquele Tambinque tava por lá também.

— Takemichi, vovó. — eu comecei a rir. — A senhora estava por lá? Por que não falou comigo?

— Falaram pra mim que você cantou com uma garota. Disseram que vocês estavam se olhando...

Fiquei em silêncio.

— Yuzinho, você tá namorando, é?

— Não, vó.

— Ele tá! — nem percebi que o Takemitchy escutava a conversa apoiado no meu ombro ainda.

— Eu não tô, não!

—  Primeiro desiste da faculdade, aí se revolta e decide mudar de casa. Essa fase de cabelo descolorido não passou, não? Tá se engraçando com as meninas ainda, Yuzinho? Naquele dia que você voltou todo amassado porque uma mãe bateu em você com a sombrinha, meu filho, quer ficar apanhando de mãe depois de adulto?

Botei a mão na testa ouvindo os ralhos da minha avó.

— Eu não estou namorando. Juro que quando eu estiver, vocês serão as primeiras a saber.

— Soube que você tá trabalhando em um pet shop. — era a minha mãe de novo no celular.

— Ah, é... — cocei a nuca de nervoso, elas ainda não sabiam. — O Kazutora e eu estamos trabalhando juntos lá.

— Isso não tem a ver com o Keisuke, não é?

Não soube responder aquela pergunta.

— Já fazem quase seis anos, Chifuyu. Eu sei que... vocês eram... huuum. — ela suspirou em derrota. Eu sei que para ela, era como pisar em ovos ao falar do Baji-san ou do papai comigo. — Ah. Por favor, apareça aqui qualquer dia. Sinto a sua falta. — ela mudou de assunto.

— Eu te amo, mãe.

— Eu também te amo. Se cuide, por favor. — ela desligou.

Sentei no sofá.

— Tá tudo bem? — Takemichi sentou do meu lado. — Você quer que eu vá embora?

— Não. — eu olhava para o teto. — Vou pedir yak... uma pizza. Liga o videogame. — levantei e subi para meu quarto.

Olhei para a casa ao lado, o quarto de [seu nome] estava com a luz acesa e as cortinas entreabertas. Não sei de onde surgiu minha a coragem, mas quando percebi, discava o número dela.

Tocou quatro vezes.

-— Chifuyu. — foi a primeira coisa que ela disse. Eu sorri.

— Espertinha. Tudo bem? O que você tá fazendo?

Single | Chifuyu MatsunoOnde histórias criam vida. Descubra agora