Single | Chifuyu Matsuno

vinte e quatro

෴Por visão de Chifuyu Matsuno෴

Percebi pelo desviar de olhar dela que se tornou tímida rapidamente. Isso fez meu coração bater forte. Eu não queria causar a impressão de que a via apenas com desejos, já basta tudo o que ela deve ter passado no último relacionamento dela. Não queria estragar nada antes de começar, a cautela, o cuidado, a atenção e minha gentileza estariam em primeiro lugar sempre. 

— Eu separei alguns filmes, animes e séries que queria ver com você... — cocei a nuca meio nervoso. — Além do mais, eu só queria ter você só pra mim por algumas horas... — situei meu último pedido com clareza.

Quando a olhei de canto, o sorriso dela era maior do que antes e suas bochechas estavam levemente vermelhas. Aquilo podia facilmente virar meu ponto fraco.

— Tudo bem. Eu vou adorar.

— É o dia de buscar o seu irmão? — perguntei, levemente ansioso.

— Hoje é a vez da minha mãe.

Andamos lentamente, bem mais do que as últimas vezes que a acompanhei até em casa. Nossos ombros se encostavam algumas vezes e ela parecia não ligar para isso. Pelo contrário, permitindo, de uma forma subentendida e não verbal, com aquele tipo de linguagem que falávamos tão facilmente apenas por expressões,  que eu entrasse em seu pequeno espaço.

Na frente da porta da minha casa, girei a chave e entramos. [seu nome] observou as janelas de sua casa ainda fechadas.

— Quer deixar alguma coisa lá? — perguntei.

— Não. De qualquer maneira, eu não tenho a chave comigo. — ela deu de ombros.

Ao entrar, ela passou por mim. Fechei a porta e a tranquei. Estranhamente, toda aquela tensão e o frio na barriga surgiram.

— Tem uma lista em cima da mesinha. — apontei para ela enquanto tirava as botas. — Você quer alguma coisa?

— Eu espero você. Quer trocar de roupa? — ela sentou no sofá.

Ela também parecia estranhamente natural. Quer dizer, eu deveria esperar algo diferente? Será que [seu nome] tentava esbanjar naturalidade para não parecer nervosa?

— Tudo bem. Eu volto em um minuto.

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⸝⸝⸝Você⸝⸝⸝

E você sentia um aperto nervoso no peito, nada de descontrole ou aquele sentimento de fuga que surgira nas primeiras vezes. Na verdade, analisando bem você mesma, talvez fosse apenas aquela barreira de proteção que criou subconscientemente para situações como essas.

Sozinha com o rapaz que você gosta e ele também gosta de você. Você quer beijá-lo e ele também. E então? O que vem depois? Você sabia. Você tinha experiências e era bem vivida.

Mas, você sabia. Como dizia a si mesma, nada desses relacionamentos ideais e românticos são como os filmes. Quando estava com ele, aquele rapaz, era tudo tão sem sensação. Às vezes, em dias específicos vinha aquela sensação de prazer, mas era como um flash. Novamente você não gostava. Como uma grande montanha russa. Comentou diversas vezes sobre ceder. “Mas é assim. Logo você aprende”, “Logo você acostuma”, “Vai ver ele não é o cara certo, mas pelo menos você ganha experiência”.