Single | Chifuyu Matsuno

quarenta e um

— Eu não sei se quero conversar agora. Muita coisa aconteceu. — você estava com as mãos no bolso. — Imagino que o tinha tenha sido cheio, não é?

Chifuyu não respondeu, ele estava parado, encostado em sua moto. 

— Boa noite. — você se despediu.

— Espere. — Chifuyu andou até você. — Não está certo. Precisamos conversar, tudo bem? — ele estava olhando em seus olhos.

Agora, de perto, você percebeu como as olheiras dele pareciam maiores.

— Você está cans...

— Nunca me senti tão cheio de energia como agora. — ele gesticulou com os braços abertos. — Apenas, apenas... Converse comigo. — Chifuyu estava implorando.

Chifuyu abriu a porta de casa, ligou a luz e você entrou. Ele estava com uma jaqueta preta que nem se deu o trabalho de tirar, ele só tirou os sapatos e se encostou na parede perto da janela. Os cabelos pretos estavam pela testa, bagunçados.

— O que quer conversar? — você estava preocupada com ele.

— Você está chateada comigo por algo, eu só quero entender. — ele murmurou.

— Não estou chateada.

— Por favor, apenas me diga. — aquela voz em murmúrios implorava.

Você engoliu seco.

— Só estou decepcionada... — você sussurrou. — Nem sei se é decepção de verdade. Estávamos indo bem. E eu sei que é difícil começar uma relação, é difícil pra mim também. Mas como não vou me sentir deixada de lado? — você engoliu seco, suas lágrimas queriam sair. — Estou tentando ser honesta com o que eu sinto. Tentando me abrir de novo. — e era muito difícil você ser tão sincera, tão vulnerável abertamente.

— Eu não deixei você de lado. Eu tenho pensado em você o tempo todo.

— Pensado... — você repetiu. — Então por que não me incluiu nessas coisas que fez durante esse tempo? Quer dizer, até a Yuzuha sabia onde você estava.

— Ela descobriu por acaso...

— E ainda assim pediu que ela não contasse. — você sentiu suas lágrimas escorrendo pelas suas bochechas. — Eu nem sabia que você tinha saído do Petshop. Eu não soube nada da sua vida nessas semanas, mas seus amigos sabiam, de uma forma ou outra, sabiam. E por que eu estava de fora? Você se assustou por dizer que amava?

— Não, nunca. Não foi nada disso.

— Era só o que eu poderia pensar. E eu não quero ter que martelar o tempo todo o que você quer.

— Tinha uma razão.

— Eu não gosto disso. Eu... Eu já me senti tão insegura com todos que estive e... Eu realmente estou tentando ser honesta. — você engoliu seco, buscando palavras. — Eu me sinto muito insegura. Eu não posso controlar isso, eu não gosto de me sentir assim.

Chifuyu suspirou, passou as mãos pelos cabelos, sua expressão era dolorosa.

— Se antes de sermos essa... De transformar essa relação... — você se embaralhou. — Essa ponte que não sabemos se atravessamos ou não, era melhor quando nada tinha acontecido.

— Não fale... Não fale isso. Não é verdade. Eu só queria te acompanhar...

— Chifuyu, eu não estou exigindo responsabilidade de você. — você o interrompeu. — Mas você age como se estivesse carregando esse peso que precisa ser alguém importante...