Malu
Só pode ser brincadeira.
Abri a janela da sala pela quinta vez na última hora e parece que o número de pessoas só aumentaram, já tentei pedir pra irem embora e eles não vão eu até ameacei chamar a polícia mas parece que essas fãs malucas não tem mesmo o que fazer.
- Quando você falou que as fãs malucas dele iam querer me matar eu não achei que elas vinham mesmo - Meu primo apareceu atrás de mim- precisamos fazer alguma coisa liga pra polícia logo.
- Eu vou ligar pra mãe do Rafael ela vai resolver isso rapidinho- minha mãe chega estressada.- preciso sair daqui a pouco e se essas doidas não saírem dai eu jogo o Miguel pra elas, e vocês saiam dai dessa janela.
Antes de qualquer dentro de casa poder fazer alguma coisa escutamos uma voz do lado de fora, falando com um sotaque britânico com as pessoas.
-Quem é esse agora? - Me aproximei de Miguel que havia voltado pra janela.
- Eu acho que empresário do Rafael, eu vi eles juntos umas vezes.
- Bom seja o que for elas estão indo embora e eu vou indo, tchau crianças- disse minha mãe pegando a chave de casa e indo embora.
Eu e meu primo continuamos a assistir tudo pela janela como duas velhas curiosas, vimos minha mãe ignorar Rafael fechando a porta do carro na cara dele e o homem mais velho ir em direção nossa porta, praticamente nos jogamos no chão pensando que eles acreditariam que não teria ninguém em casa.
- Eu vi vocês dois, por favor abram- ele disse com calma.
Miguel levantou um pouco estressado e foi até a porta.
- Muito obrigado por ter feito elas irem embora mas não queremos nada de vocês dois, passar bem.- gritou de dentro de casa.
- Eu preciso falar com a senhorita Albuquerque, não quero nada com você também.
-Que cara chato - Miguel sussurrou.
-A gente nem sabe o que ele quer- digo no mesmo tom de voz.
-Coisa boa não deve ser né? Vindo desses dois eu acho melhor fugir pela porta de trás.
- Eu vou abrir, só pra ver o que é.
-Você é uma anta isso sim, a gente tem que manter distancia desse merda e do agente de merda dele.
- Ainda podemos escutar vocês claramente, eu prometo não demorar senhorita, Rafael vai esperar no carro.
Me levanto passando por Miguel e abro a porta vendo o homem de meia idade, ele entra e vamos até a sala para conversarmos.
-Quero me desculpar por esse incomodo senhorita, elas podem passar um pouco do limite as vezes- Ele diz tentando ser simpático.
-Isso é invasão de privacidade não ¨passar um pouco dos limites¨-cruzo meus braços o observando de outro sofá- eu não quero estar ligada a ele em mais nada, não quero essas fãs na porta da minha casa.
-Não que elas estejam certas mas seu namorado socou o Rafael.
-Não que ele não merecesse e ele não é meu namorado, somos primos.
- A claro- ele fez uma longa pausa- então a senhorita não estaria namorando com ninguém?
-Você por acaso está dando em cima da minha prima?- Miguel se pronunciou.
-Não, não foi desse jeito que eu quis dizer - ele riu se ajeitando no sofá pegando uma coisa em sua bolsa- fiz esse contrato alguns dias atrás mas não sabia se poderia usa-lo ou não... mas devidas circunstâncias e já que estou aqui mesmo... eu tenho uma proposta- disse me entregando umas folhas.
-O que é isso ?- passei o os olhos pelas páginas até ler uma parte da penúltima folha ¨contrato de namoro¨- Não, não mesmo.- digo me levantando e devolvendo as folhas porém ele recusa, mesmo assim jogo em cima dele - Por favor vá embora.
-Eu sei que acabou de se formar em Moda, se você quiser posso te colocar trabalhando em uma marca famosa ou te recomendar para alguns contatos meus, ninguém vai sair perdendo- ele tenta me convencer.
-Eu acho que prefiro conseguir isso com meu próprio esforço, gostaria que fosse embora por favor.
-Eu pesquisei sobre você Maria Luiza e sobre os negócios do seu pai que não estão muito bem- ele coloca o contrato na mesa de centro- Posso mudar a oferta por dinheiro e fazer com que a empresa de sua família volte a ser o que era antes- ele caminha até o lado de fora- Meu número está na primeira página caso mude de ideia.
Observo ele ir até seu carro e vejo Rafael sentado no banco da frente sério, não posso acreditar que depois disso tudo ele tem a cara de pau de fazer esse tipo de proposta para mim, será que eu nunca vou ter um pouco de paz?
Paro para pensar em algumas coisas que o homem me disse e então percebo que não sei sobre essa suposta falência de meu pai. Me viro e Miguel estava lendo o contrato sentado no sofá.
-Você sabia sobre a falência ?- tomo as folhas dele.
-Sim... eu sabia, mas eu não acho que você precise fazer isso, é sem cabimento ele vir até nossa casa pra te propor isso depois de tudo que ele te fez.
- Miguel, a quanto tempo a empresa está nessa?
-Ele merecia mais de um soco, deixa só ele aparecer aqui de...
-MIGUEL
-Tá... tem quase um ano, meu pai e o seu estão tentando fazer o possível e o impossível mas acho que vão precisar vender pra concorrência.
-E quando alguém pretendia me contar- me zango.
-Isso não é da sua conta, você nem é dessa área Luiza.
-É a minha família Miguel, nosso avó trabalhou muito por essa empresa, eu merecia saber- grito com raiva.
-Como se você pudesse ter feito alguma coisa, não te contamos pra não te preocupar.
Encaro as folhas do contrato agora em minhas mãos e fico em silencio por um tempo.
- Bom... parece que agora eu posso.
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*HIATUS * Inimigos Declarados 2 - Um Recomeço
Teen FictionA vida muita vezes nos leva a rumos diferentes dos que esperávamos e acabamos nos afastando de pessoas que amamos, Rafael e Maria Luiza não são mais os mesmos, os anos passaram e eles seguiram seus sonhos, sozinhos. Mas todos sabemos que quando esta...