Capítulo quatro - Uivo

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As bocas se abriram e os olhos se arregalaram. Midnight deixou cair os braços frouxamente enquanto observava o garoto de cabelo encaracolado estender a mão para colocar os dedos ágeis em sua mandíbula. Ele soltou um grunhido alto e se lançou para frente, um raio verde correndo ao redor de seu corpo. 

   — Oh não, você não precisa. - Aizawa retrucou, pegando Izuku em suas fitas antes que ele pudesse matar o loiro. Monoma enxugou o sangue do nariz gotejante com as costas da mão e saiu do dormitório bufando. 

   — Eu vou falar com ele mais tarde. - Midnight disse a Aizawa, e recebeu um aceno sutil em troca. 

O corpo de Izuku caiu mole enquanto Midnight verificava o resto da classe por quaisquer outros ferimentos. Depois de concluir que todos estavam bem, ela caminhou lentamente até Izuku. Seu rosto tinha uma sombra escura e ele estava ofegante, mas seu corpo ainda estava mole.

   — Izuku? - Ela sussurrou, parando antes de chegar perto dele. Aizawa praticamente podia ver o vapor saindo de suas orelhas, Izuku definitivamente fez um número no garoto, com certeza.

De repente, os fitas de Aizawa cairam no chão enquanto ele cobria as orelhas. Os olhos de Midnight voltaram para Izuku para ver o ômega soltando um uivo alto e mortal. A última forma de implorar por seu companheiro. 

Aizawa apertou as orelhas, seguido por Ashido, Iida, Kirishima, Jiro e Todoroki. Todos os alfas na sala desabaram no chão, tentando bloquear desesperadamente o uivo ensurdecedor. Midnight correu para frente, batendo a mão sobre a boca do ômega como uma tentativa de calá-lo. Ele ficou em silêncio, mas tentou desesperadamente mover os dedos de Midnights quando eles tocaram sua mandíbula quebrada. 

   — Oh, desculpe! - Ela gritou, e o ômega choramingou, caindo de joelhos. 

   — Esse maldito garoto tem o uivo mais alto que eu já ouvi... - Aizawa murmurou, esfregando sua têmpora enquanto se levantava. 

   — Precisamos encontrar Bakugo. - Midnight sussurrou, seguido por um longo suspiro de Aizawa. 

   — Se aquele garoto não quiser ser encontrado, você sabe que não o encontraremos. - Ele respondeu, pegando o agora inconsciente ômega em seus braços.

    — Mas temos que conseguir. - Ela murmurou. 

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Dois dias depois e Izuku deixaram o escritório do Recovery Girls. Ele foi detido por duas semanas junto com a prisão domiciliar, mas não podia dizer que não estava curioso para ver como Monoma foi punido. Izuku gentilmente esfregou sua mandíbula machucada e soltou um suspiro, descendo o caminho que levava aos dormitórios. Não havia nada mais que ele queria fazer além de aconchegar-se em seu ninho e nunca mais deixá-lo. 

   — Ei. - Uma voz baixa o quebrou de seu transe, e ele virou seu corpo para enfrentar a fonte do som. 

   — Shinso? - Izuku murmurou, levantando seus olhos para encontrar os pequenos e roxos. 

   — Você está bem? Eu ouvi sobre o que aconteceu. - Ele perguntou baixinho, esfregando a nuca enquanto suas bochechas ficavam levemente rosadas.

   — Sim, estou bem. Não se preocupe comigo. - O ômega respondeu, dando-lhe um pequeno sorriso. 

   — Bom, você é sempre bem-vindo no meu dormitório. Até mais. - Foi tudo o que ele disse antes de desaparecer atrás da escola, e o garoto de cabelo verde entrou em seu dormitório com o ânimo um pouco maior.

Izuku parou do lado de fora do dormitório de Katsuki, ele soltou um sinal silencioso e descansou sua testa contra a porta fria de madeira. Ele não tinha uma chave e não teve coragem de arrombar a fechadura. 

(N/T: Você quer brincar na neve....?)

O ômega nem percebeu a lágrima que escorregou por sua bochecha enquanto ele estava sonhando acordado, e ele rapidamente a enxugou. 

   — Não chore. Ele não gosta quando você chora.  -  Izuku murmurou, entrando em seu dormitório e fechando a porta atrás de si. Ele mergulhou em seu ninho e se aninhou no conforto dos cobertores. Os suéteres que ele usava precisavam ser lavados, mas ele não queria limpar o único cheiro que restava de seu companheiro. 

O menor puxou seus joelhos para cima e se encolheu o máximo que pôde, e eventualmente caiu em um sono agitado. 

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   — Ꭼu ᏢᏒᎬᏟᎥsᎾ sᎪbᎬᏒ ᏟᎾmᎾ ᎠᎥᎪbᎾs ᏟhᎬᎶᎪᏒ Ꭼm ᏟᎪsᎪ, mᎬu ᏉᎬᏞhᎾ!

   — Ꭼu sᎬᎥ, ᎪᏢᎬᏁᎪs ᎬsᏢᎬᏒᎬ um ᏢᎾuᏟᎾ mᎪᎥs.

   — Ꭼu ᏁãᎾ ᏢᎾssᎾ! Ꭼu ᎬsᏆᎾu fᎾᎠᎬᏁᎠᎾ ᏟᎾm ᎬᏞᎬ!

    — Ꭼ ᎬᏞᎬ ᏢᏒᎬᏟᎥsᎪ ᎠᎬ ᏉᎾᏟê, ᎪᎶᎾᏒᎪ, ᏆᎬᏁᏆᎬ ᎠᎬ ᏁᎾᏉᎾ.

   — Ꭼu ᎾᎠᎬᎥᎾ ᎬssᎪ mᎬᏒᎠᎪ!

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