Our Pack - One Fate [COMPLETO]

Capítulo nove - O único nunca

   — Eu nunca vi isso antes. - Midnight murmurou, cruzando uma perna sobre a outra e olhando intensamente para o garoto de cabelo roxo. 

   — Eu enviei outro teste de gênero secundário, se voltar como beta novamente, nós examinaremos mais a respeito. - Ela falou, despenteando o cabelo do menino enquanto ele bufava. Izuku sentou pacientemente ao lado de Shinso, brincando alegremente em seu telefone.

Depois do que pareceram horas de silêncio confortável, Shinso virou a cabeça em direção ao ômega bocejante. 

   — Você tem dormido direito? - Ele perguntou a ele, e Izuku deu a ele um olhar questionador. 

   — Eu durmo tanto quanto posso. - O garoto de cabelo verde respondeu, e Shinso soltou um suspiro suave. 

   — Não era típico de mim... Dar um soco nele, quero dizer. -  Ele falou de novo, sua voz quase um sussurro. — Eu nem me lembro de ter pensado nisso. Não sei o que aconteceu... - Izuku murmurou, desligando o telefone e colocando-o ao lado dos dois na cama das Recovery Girls. 

   — Não se preocupe, ele estará de volta para buscá-lo. - O "beta" sussurrou, antes de se virar para ver quem acabou de entrar no escritório com eles. Izuku resmungou, oh, quantas vezes ele ouviu isso?

   — Ei. - Aizawa falou, sentando-se no assento anterior de Midnight e esfregando sua têmpora. — É sempre você no meio do drama, Midoriya? -Izuku deu de ombros, antes de desbloquear o telefone e continuar a se ocupar. Shinso se virou para Aizawa, um olhar esperançoso em suas feições.

   — Quais foram os resultados?

   — Bem, veja por  você mesmo. Acho que Midnight tem outro sob sua proteção agora. - Aizawa riu levemente, entregando a prancheta para o garoto de cabelo roxo. Izuku largou o telefone novamente, arrastando os pés para olhar por cima do ombro de Shinso.

   — Não. Não, isso não pode estar certo. - Shinso murmurou, virando a página e levando um minuto para examinar as palavras. — Isso não é possível.

    — É agora! - Uma voz aguda gritou, enquanto ela se pavoneava para o  sala com um sorriso selvagem.

   — Por que você está de volta, *Nemuri? - Aizawa retrucou, e só recebeu uma risada em resposta.

(N/T:*Nemuri é a Midnigth. Só pra não ficarem confusos.)

   — Então ... Shinso querido. - A mulher começou, empurrando Aizawa para fora de seu assento, fazendo-o resmungar enquanto ela se sentava em seu lugar. 

   — Você nasceu com uma deformidade que faz com que seu corpo evite reagir a cheiros. Parece que algo acionou seus instintos ômega, você pode não ter cios mensais mensais, isto é, se receber. Não deve haver grandes mudanças, além de  você pode achar seu nariz um pouco mais sensível.  - Ela explicou, bagunçando seu cabelo rapidamente antes de se endireitar. — Mas fique atento! - Ela continuou, sua voz um pouco mais baixa do que antes.  — Você é um ômega, então você pode gerar filhotes. Além disso, se você alguma vez-

   — Eu acho que entendo. - Shinso interrompeu, seu rosto ligeiramente vermelho quando ele se levantou de sua posição sentada. 

   — Sim! E você pode me perguntar se você ficar confuso! - Izuku gorjeou, dando a seu companheiro ômega um largo sorriso.

Shinso respondeu com um simples sorriso e aceno de cabeça, antes de deixar o escritório da Recovery Girls com Izuku correndo atrás dele. Os dois meninos se despediram e se dirigiram para seus dormitórios separados com a promessa de falar mais regularmente.  Izuku olhou ao redor da sala principal dos dormitórios, um pouco preocupado que não houvesse ninguém por perto no meio da tarde. 

Ele entrou na cozinha, servindo-se de um copo d'água e sentando-se na bancada. Ele pegou o copo, seus olhos perdendo o foco enquanto escorregava de suas palmas suadas, espatifando-se na mesa. Ele suspirou, lentamente se levantando de sua cadeira e observando enquanto o chão balançava embaixo dele. Ele parecia úmido e as paredes pareciam estar encolhendo sobre ele em questão de segundos. Ele arrastou os pés até o balcão, tentando pegar uma toalha antes de gaguejar para a frente. Ele se firmou, respirou fundo algumas vezes antes de pegar a toalha e voltar para o copo de água estilhaçado. Ele agarrou a toalha, os nós dos dedos ficando brancos quando a cadeira da mesa de carvalho mudou de posição diante dele.

Sua cabeça latejava e ele finalmente deixou seus joelhos dobrarem diante de si. Sua bochecha encontrou o chão frio de ladrilhos de madeira e ele inconscientemente tentou usar os braços para se colocar de pé. No entanto, seus braços pareciam geleia e cederam sob ele antes que tudo escurecesse.

x-x-x

   — ᏉᎾᏟÊ ᏉᎬm ᏢᎪᏒᎪ ᏞuᏆᎪᏒ ᏟᎾm Ꭺ ᎶᎬᏁᏆᎬ?

   — ÓbᏉᎥᎾ.