Capítulo cinco - Verdadeiro?

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Uma risadinha suave escapou da boca do garoto de cabelo verde enquanto seu namorado o arrastava pelo campo de margaridas. Os insultos ocasionais lançados em seu caminho eram a maneira especial do Alfa de se certificar de que ele estava bem, e ele o amava por isso. 

O companheiro loiro se jogou no chão aberto da floresta, deixando o sol rastejar por entre as árvores e destacar seu belo rosto. 

   — Você vai ficar aí parado como um idiota, ou vai dar o fora daqui? - Ele brincou e beijou suavemente a testa do menor enquanto eles se sentavam. O ômega se enrolou ao lado de seu companheiro, aquecendo-se à luz do sol e ao cheiro de caramelo. 

   — Por que estamos aqui? - O garoto de cabelo encaracolado perguntou, trazendo sua mão para se entrelaçar com seus companheiros. 

   — Não me pergunte, eu só te segui.

   — Não, eu te segui...

   — Ah, merda.

Os dois caíram na gargalhada, segurando os estômagos enquanto se deitavam lado a lado na floresta do desconhecido. O Alfa trouxe suas mãos fechadas para a luz do sol e tirou um cordão fino e vermelho de seu bolso.  Ele delicadamente o enrolou em um laço, envolvendo-o em torno de seu dedo mindinho antes de fazer o mesmo em torno de seu companheiro. 

   — O que é isso? - O ômega perguntou, passando os dedos pelo fino pedaço de linha. 

   — Companheiros ficam juntos, certo? É assim que quando você vagueia, porra, eu posso te encontrar. - O alfa respondeu, virando o rosto para esconder suas bochechas vermelhas empoeiradas de seu companheiro. 

   — Awwww, seu molenga! - O garoto de cabelo verde gritou, mergulhando em seu companheiro para agarrá-lo em um abraço de urso. 

   — EU NÃO SOU MOLENGA! 

   — SIM VOCÊ É!

   — NÃO, EU NÃO SOU!

   — SIM É!

   — EU VOU CORTAR O MALDITO FIO!

   — Eu amo você.

O par ficou em silêncio depois disso, envolto na proteção dos braços um do outro. 

Uma forte rajada de vento soprou as folhas em sua direção e as árvores sacudiram em sincronia. 

   — Ei, vai chover, Kacchan?

Silêncio. 

   — Kacchan? - Izuku perguntou, virando sua cabeça para descobrir que seu companheiro não estava onde deveria. 

    — Huh? Onde você foi? - indagou, seus olhos percorrendo todos os esconderijos possíveis. 

    — Isso não é engraçado, Kacchan! - Izuku gritou, sua cabeça balançando freneticamente de um lugar para outro. 

Ele olhou para a corda em torno de seu dedo, estava estendida. Foi como se alguém o tivesse prendido a um novelo de lã e o desenrolado, deixando um rastro para trás. Izuku caminhou lentamente na direção da corda, olhando cautelosamente atrás de cada árvore e pedra ao passar por elas. 

Depois de um tempo, suas pernas começaram a ficar cansadas e ele foi perdendo mais as esperanças quanto mais folhas se esmagavam sob seus pés. Ele se arrastou para a abertura da floresta, quase onde ela foi dividida em duas. No final do caminho estava uma figura, com cabelo espetado inconfundível, mas sem traços faciais visíveis. 

A silhueta olhou em sua direção antes de se afastar lentamente, deixando um pequeno rastro de fumaça ao sair. Izuku queria persegui-lo, ele o fez, mas seus pés simplesmente não se moviam. 

   — KATSUKIIIII!

"Eu sempre estarei aqui."

   — ONDE VOCÊ ESTÁ?

"Obviamente, eu sou o mais forte!"

   — NÃO ME DEIXE, KACCHAN!

"Se eu falhar, não vou vol-"

   — VOLTE!

"Uau, você com certeza se arrumou bem."

   — EU TE AMO!

"Você parece ainda mais atraente do que o normal."

   — Por favor...

   — Por favor, volte para mim...

x-x-x-x

   — Então você teve um sonho com ele? - Midnight perguntou, girando em sua cadeira de escritório enquanto  sacudia uma caneta entre os dedos.

   — Sim? Não, era muito real para ser um sonho, mas não era real. - Ele respondeu rapidamente e Midnight balançou a cabeça lentamente.

   — Você provavelmente estava relembrando velhas memórias. É uma parte normal da tristeza, não se preocupe muito com isso. - Midnight falou, jogando a caneta sobre a mesa e sentando-se ao lado de Izuku no sofá claro.

Ela colocou a mão gentilmente em seu ombro, antes de dar-lhe um  sorriso reconfortante.

   — Nós encontraremos ele. Você apenas tem que ser paciente.

   — Sim, eu acho que é estranho dizer que sinto falta da gritaria. - O ômega respondeu, e a mulher ao seu lado acenou com a cabeça. Os dois trocaram sorrisos gentis e Midnight agressivamente bagunçou seu cabelo.

   — Sim, eu meio que sinto falta de seus insultos aleatórios também. - Midnight murmurou, dando um tapinha em seu ombro antes de voltar para sua mesa.

   — Café? - Ela ofereceu, mas Izuku educadamente recusou.

   — Esses suéteres devem ser lavados. - Midnight observada, e Izuku possessivamente encolheu seu corpo ainda mais no tecido. 

   — Posso conseguir uma chave do dormitório de Bakugo com Aizawa. Mas sem promessas. - Midnight explicou e Izuku imediatamente ficou de pé. 

   — Obrigado! - Ele gritou antes de correr para ajudá-la a terminar a limpeza.

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   — ᎬᏞᎬ ᏁãᎾ ᎬsᏆá bᎬm, Ꭼ ᏁᎬm ᏉᎾᏟê!

Our Pack - One Fate [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora