Sherlock voltou à cabana de Hagrid para apanhar a capa da invisibilidade, mas ainda não estava com vontade de voltar. Canino tremia debaixo de um cobertor no seu cesto, sem ligar para o comedouro bem abastecido, e John estava simplesmente jogado em uma poltrona, olhando as ripas da cabana, tentando se acostumar com a revelação do corvino de olhar penetrante que, agora, estava de pé à sua frente.
— Você é cheio de surpresas. – O grifinório falou finalmente – Herdeiro de Slyterin?
— É o que dizem.
— Outras pessoas da sua família são ofidioglotas?
— Não conheço meus parentes, mas meu pai e Mycroft não são.
Sherlock sentou-se numa cadeira. John olhou para ele.
— Isso não quer dizer que foi você... Mas é mesmo muita coincidência. — Admitiu o Watson.
— Eu sei. Moriarty disse que queria começar um jogo comigo, lembra? Dobby é elfo pessoal do Moriarty e sabia que a Câmara Secreta foi aberta, então, obviamente, Moriarty sabia de algo. Com todos dizendo que eu estava por trás dos ataques, comecei a pensar se alguém estava me manipulando magicamente.
— Isso pode ser feito?
— Isso vive sendo feito por bruxos das trevas. Eles apagam sua memória ou implantam uma falsa. Até eu ouvir do próprio Moriarty que seria muito óbvio se o culpado fosse eu, essa hipótese não tinha saído da minha cabeça.
John se manteve reflexivo enquanto escutava. Por isso o corvino parecia tão contente depois de suas investigações na Sonserina.
— A lembrança de Tom Riddle chamou minha atenção – Sherlock prosseguiu – Aquilo tudo não fazia sentido. Slyterin era ofidioglota, o monstro tinha que ser uma cobra, e o monstro de Hagrid não era. Mas se o monstro da Câmara Secreta estava realmente atacando os alunos, ele tinha que ser controlado por um ofidioglota. Elimine todas as alternativas impossíveis e fique com a que restou, por mais improvável que seja. Eu precisava ir para a Floresta Proibida eliminar a hipótese da acromântula, só não imaginava que Hagrid nos meteria numa fria dessas – deu de ombros – De qualquer forma, agora só restou uma alternativa. Há um ofidioglota além de mim na escola.
Os dois ficaram em silêncio. Sherlock realmente era um forte candidato a abrir a Câmara Secreta, em todos os pontos de vistas. Se John não o conhecesse, provavelmente teria se deixado levar pelos comentários.
Mas ele o conhecia.
— Você é mesmo um idiota. — Confessou o loiro antes de fitá-lo, e quando viu o corvino franzir o cenho, acrescentou — Sério que achava que Moriarty estava lhe manipulando?
— Você não pode fingir que não faz sentido.
— Não estou fingindo. Moriarty pode ser astuto, mas não tem metade da sua inteligência. O único bruxo do segundo ano que teria alguma chance de aprender feitiços complicados é você. E se nem você conseguiu aprender a distorcer memórias, claro que Moriarty não consegue!
— Quem lhe garante que não sei manipular memórias?
— Se você soubesse já teria se exibido disso.
Sherlock soltou um riso fraco sem querer:
— Seu poder de observação realmente está melhorando.
— Eu observo você. — John baixou o olhar desanimado — O problema é que eu não lhe entendo. Se você se abrisse comigo seria mais fácil.
Sherlock se sentiu estranhamente leve, como se muita coisa tivesse saído de dentro de si. No fundo sabia que fora vencido pelas emoções e era por isso que odiava quando elas prevaleciam sobre o seu intelecto. Se estivesse usando sua mente, saberia que poderia confiar no amigo desde o começo.
![](https://img.wattpad.com/cover/273103192-288-k324958.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Potterlock - A Câmara Secreta
FanfictionÉ o segundo ano de John Watson em Hogwarts, e agora ele percebeu que Sherlock entrou num novo jogo. O mistério da Câmara Secreta ronda a escola e os bruxos nascidos trouxas não estão seguros. Segunda história da saga Potterlock