Gilderoy Lockhart

215 32 26
                                    

A primeira reação de John quando viu a casa de Henry foi:

— Uau!

Não era apenas uma mansão. Era um condado inteiro. Quilômetros e quilômetros de terra verde, uma estufa do tamanho da casa de John e uma mansão que poderia abrigar um quarteirão. Provavelmente os banheiros eram do tamanho de kitnets.

— Você chegaram! – Henry comemorou assim que viu ele e Sally atravessarem o portão.

— Henry... Que... Mundo é esse? – John estava bestificado.

— Condado de Baskersville. Pertencia à família da minha mãe. Knight é o sobrenome do meu pai. A propriedade é minha, mas meus tios estão tomando conta dela até eu completar a maioridade. – Esta última frase não foi dita com gosto pelo herdeiro.

— Seus tios são tão ruins assim? – Sally perguntou, pois John ainda estava maravilhado demais com o tamanho do lugar.

— Eles são bem severos. Mas não liguem pra eles, vamos entrar.

Se o exterior parecia digno de um filme medieval da Disney, o interior parecia inspirado em vários desenhos fantásticos. Talvez John estivesse mais boquiaberto que Sally porque era a primeira vez que entrava numa casa de bruxos. As estátuas da sala de estar mudavam as poses de forma exibicionista, e olhavam para os visitantes como se quisessem arrancar elogios deles, as velas de relevo espiral flutuavam a dois palmos do teto, e todos os membros da árvore genealógica da família Baskerville, esculpida numa grande tapeçaria, os encaravam. Uns cordiais, outros indiferentes e outros rabugentos.

— Henry – Um homem sisudo e de cabelos grisalhos apareceu no corredor – Os quartos do senhor Watson e da senhorita Donovan já estão prontos. Acomode logo suas visitas e vamos almoçar.

O tal homem vestia uma longa túnica vinho aveludada e um chapéu coco preto. Refinado demais para ser apenas um empregado.

— Tá, tio. - Respondeu o garoto.

— É um prazer conhecer os amigos do meu sobrinho. – A frase foi dita mecanicamente – Mas Donovan e Watson, peço que isso não seja um hábito. Não é só porque a mansão é grande que gostamos de receber visitas.

— T-tio! – Henry ficou vermelho.

— Não se atrasem para a refeição.

O tio de Henry se afastou dos garotos atônitos que deixou para trás.

— Sujeito simpático. – John ironizou.

— Desculpem. Meu tio está assim desde que eu contei pra ele sobre o caso da pedra filosofal.

O jovem Watson levou um susto:

— Epa! "Caso da Pedra Filosofal"? Você leu minhas anotações?

— Bom, sim. Você deixou o caderno aberto em cima da sua cama e eu... Dei uma espiada. Até contei a história pro dono do Pasquim. Ele é amigo da minha tia e ficou muito interessado.

Sally riu debochada:

— O Pasquim? Só pode ser piada. A revista é ridícula e fala de coisas que não existem. Bom, se bem que é um ótimo lugar para a aberração aparecer.

— A revista só é diferente! — Henry retrucou — John, tem que publicar essa história!

No mesmo momento, uma criaturinha dobrou o corredor para ir ao encontro deles. Um elfo parecido com Dobby, mas com grandes olhos lilases e com um porte mais maduro.

— Amo, os quartos de seus amigos já estão preparados. Eu devia ter avisado antes do seu tio.

— Não se preocupe, Timpy. E obrigado.

Potterlock - A Câmara SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora