O Diário de Tom Riddle

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John quase não saiu de baixo das cobertas de tão frio que estava. No entanto, a pilha de presentes na beira da sua cama o deixou animado demais para continuar dormindo. Esfregou as mãos e começou a desembrulha-los, começando pelo de Sherlock: Uma caixa de couro preto com letras prateadas escrito kit para Manutenção de Vassouras.

— Wow, Sherlock!

Na caixa tinha um grande frasco de liquido para polir cabos, uma tesoura prateada para aparar cerdas, uma bússola para prender na vassoura e um manual Faça a Manutenção da sua Vassoura. Realmente o amigo havia se redimido por ter dado no Natal passado um livro grosso e tedioso sobre os doze usos do sangue de dragão.

Os demais presentes eram um livro chamado Quadribol Através dos Séculos dado por Henry, uma caixa de sapos de chocolate dada por Sally, um suéter novo, vermelho e dourado, dado pelos pais... Até mesmo Mycroft lhe deu um presente: Um bisbilhoscópio. John se sentiu culpado por não ter mandado algo para ele. Faria isso no próximo Natal.

Foi uma pena não ter encontrado Sherlock o dia todo. No seu íntimo, John sabia que queria ter curtido o dia com o amigo. O Salão Principal estava tão bem trabalhado que nem parecia que estavam todos num clima de terror. Havia uma dúzia de árvores de Natal cobertas de cristais de gelo, uma neve encantada caía do teto e a mesa, como sempre, estava farta.

John reparou que Molly também ficou no castelo, e que também estava tão solitária quanto ele. Decidiu então passar um tempo com ela no jantar.

— A verdade é que fiquei com medo... — Ela dizia um pouco pálida enquanto Dumbledore puxava o coro de algumas canções natalinas. — Meus pais, sabe?

— É, os meus também. Se eu disser pra eles que tem um monstro atacando filhos de trouxas, eles não vão nem querer que eu volte.

Molly espremeu os lábios só de pensar na possibilidade:

— Eu também não queria ir... Espero que esses ataques parem.

A conversa foi cortada por Hagrid, que cantava mais alto que o pessoal do coral. John e Molly riram ao ver Snape e Minerva olhando feio para o guarda-caças, cujo rosto já estava vermelho de tanto vinho.

— E Sherlock? — Ela perguntou apreensiva — Não viu ele hoje?

— Não. Deve estar enfurnado na torre da Corvinal.

Um origami em forma de pássaro enfeitiçado passou voando pelo salão festivo e aterrissou nos cabelos de John. O rapaz tapeou a própria cabeça achando que era um bicho, mas seus dedos engataram na dobradura.

Havia algo escrito lá.

"Murta"

— Então? — Molly perguntou sem ler o bilhete — É mensagem de algum professor?

— Mais ou menos. Eu tenho que ir. Feliz Natal, Molly!

O garoto saiu correndo até o banheiro da Murta-Que-Geme sem nenhuma discrição. Por mais que não conhecesse aquela caligrafia, apenas Sherlock ia àquele lugar. Claro, e a própria Murta, mas se ela quisesse incomodar não seria enfeitiçando um pergaminho.

Mal entrou no banheiro quando ouviu um choro muito alto vindo da fantasma.

— Oi? Só está você aqui, Murta?

A resposta foi um jato de uma água que John nem queria saber de onde veio. Logo o garoto se viu completamente ensopado.

— ARG! — começou a cuspir o que achava que poderia ter engolido — Gasp! Gasp! MURTA!

Potterlock - A Câmara SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora