O jogo termina

181 28 24
                                    


A alegria havia retornado a Hogwarts.

Os alunos petrificados voltaram ao normal. A gata de Filch e a Dama Cinzenta também. O elixir das mandrágoras foi um sucesso, a professora Sprout recebeu elogios de todo o corpo docente e o número de alunos interessados nos segredos da herbologia aumentou consideravelmente.

Ao contrário do que Molly esperava, os professores a receberam extremamente bem e ninguém a culpou pelo ocorrido com o diário. Ou quase ninguém. Snape descontou cinquenta pontos da Lufa Lufa por ela ter colocado a escola em risco, aumentando a repulsa dos segundanistas lufanos pelo professor de poções. Mas isso não foi nada perto do trabalho que os professores tiveram para convencerem o Sr. e a Sra. Hooper a deixarem a filha matriculada depois do que acontecera. Foram necessárias muitas súplicas da garota.

Ninguém sabia ao certo como foi o desfecho da história da Câmara Secreta e pouquíssimos acreditavam nos boatos de que Sherlock Holmes, o garoto do segundo ano, derrotou o monstro de lá. Os alunos só passaram a dar algum crédito à história quando Dumbledore celebrou uma festa de última hora no castelo e, em reconhecimento ao feito do jovem, concedeu 150 pontos para a Corvinal, fazendo-a ficar na frente na copa das casas.

E Sherlock, mais uma vez, finalizou seu ano estudantil em uma enfermaria. As lágrimas do pássaro de Dumbledore o salvaram do veneno do basilisco, mas seu braço direito ainda estava bem comprometido por ter executado o feitiço avançado de explosão sem ter habilidade suficiente. Madame Pomfrey, depois de lhe dar umas boas broncas, disse que melhoraria em alguns meses.

Mas quem estava irresignado com a imprudência de Sherlock era John. No entanto, nada podia falar a respeito, afinal Molly corria risco de não sobreviver se os garotos tivessem demorado um pouco mais.

– Mas você podia ter morrido. – John estava sentado na beira da cama.

– Eu sei. Eu estava lá, lembra? – O corvino ironizava na enfermaria, tentando comer a sopa de abóbora com cubos de carne usando a mão esquerda. Seu braço direito estava envolvido por uma espécie de tipoia embebida com uma pasta de cheiro forte.

– Enfeitiçar um diário desse jeito... Eu nem sabia que era possível.

– Eu também não. O plano de Riddle era usar o corpo dela para voltar à vida.

– Você quer que eu lhe ajude com isso?

Sherlock largou a colher na tigela e empurrou a sopa para ele. John a recolheu.

– Eu devia ter entrado logo na sala comunal. – Admitiu o loiro com pesar enquanto enchia uma colher – Mas tive a impressão de ver um vulto. Achei que era você, até esperei você tirar a capa... Mas meu bisbilhoscópio começou a apitar. Eu fiquei nervoso e quebrei ele. Segui o vulto. Era Molly. Não fui muito inteligente.

– Nhão. – Sherlock esperou mastigar a carne para continuar – Mas a ideia do vitral foi boa. – Abriu novamente a boca para receber outra colherada.

– Estávamos falando com Voldemort quando ele ainda era um estudante. Ele parecia tão... Comum.

– Ele nunca pareceu uma pessoa comum. – Falava entre uma colherada e outra – Monitor, articulado, queridinho do diretor, popular... Era promissor.

– Quando eu soube da existência dele, pensei num bruxo malvado que matava os outros por prazer... Mas Tom Riddle não parecia com nada disso. Ele me enganou muito bem. É assustador.

– Mamãe sempre me disse que a gente tem que estar preparado para enfrentar todo o tipo de monstro.

John riu pra si mesmo:

Potterlock - A Câmara SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora