Janine

169 28 27
                                    

— Hagrid! — John ergueu os braços exaltado, andando de um lado pro outro no dormitório — Agora tudo faz sentido!

— Não, não faz. — Sherlock estava inquieto, folheando o diário, tentando achar algo além das muitas páginas em branco.

— Claro que faz! Sherlock, ele tentou criar um dragão ano passado e... E o Fofo? Você se esqueceu do Fofo? O Hagrid adora monstros! Se ele tivesse conseguido um modo de abrir a Câmara Secreta ele acharia triste um monstro ficar preso tanto tempo!

— O problema é justamente esse. Como ele conseguiu abrir a Câmara Secreta?

— Bem... Sabemos que ele não pode usar magia, não? Ele foi expulso.

— Sim, aquele guarda-chuva...

— E os ataques pararam depois que Hagrid foi expulso! Por isso Riddle ganhou um prêmio!

Sherlock ficou calado.

— Admita, Sherlock, uma coisa leva a outra.

— Sim, leva, mas isso não quer dizer que Hagrid seja o culpado. Afinal como ele teria aberto a Câmara?

— Bem...

— Além disso tem uma coisa que está me preocupando mais.

— O que é?

Sherlock fechou o diário e o mostrou a John:

— Por que alguém jogou isso no sanitário?

— Para não incriminar o Hagrid?

— É o guarda caças, John. Não é muito popular. E os professores não fariam algo tão amador quanto jogar na privada. Isso é coisa de um aluno. Um tão inexperiente quanto nós — Jogou o diário para o amigo — E foi jogado no banheiro da Murta. Ninguém além de nós frequenta aquele lugar.

— Você acha que alguém viu a poção polissuco?

—Se viu, não ligou. Eu enfeiticei o caldeirão pra cuspir o conteúdo na cara de quem mexesse nele além de mim e a poção nunca foi derramada. A pessoa que se livrou disso estava muito nervosa.

— Ta, mas e o monstro que estava com Hagrid? Ele não pode ser ignorado. Será que ele pode petrificar pessoas?

De repente, o corvino abriu os olhos e a boca, pasmo:

— Claro, o monstro...

— O que você acha que é?

Sherlock olhou para John como se tivesse acabado de vê-lo ali. Em seguida se aproximou rapidamente e o segurou pelos ombros:

— John, Slyterin era ofidioglota! Se ele fosse guardar um monstro, guardaria um tipo que ele pudesse controlar, não acha?

— Então você acha que Hagrid guardava uma cobra? Mas aquela coisa tinha patas!

— Exatamente! Não é uma cobra, o que significa que aquele não é o monstro da Câmara Secreta! O que era aquilo então? Temos duas possibilidades. Se o mascote escondido por Hagrid realmente matou alguém, então a Câmara nunca foi aberta. Ou, se a Câmara Secreta foi de fato aberta, o culpado não é o Hagrid!

John abriu a boca sem saber o que dizer.

— Não escreva mais coisas nesse diário, pode ser? – Sherlock o soltou e começou a juntar apressadamente as suas coisas – Boa noite, John!

~O~

Quando o novo período letivo começou, os professores quiseram compensar o pânico dos alunos com muitos deveres de casa. Os de Snape chegavam a deixar qualquer um sem tempo para uma vida social decente, o que era uma maravilha para Sherlock. John, por sua vez, sentia-se psicologicamente torturado, pois Harry voltara de casa com as notícias de que os pais estavam alarmados com a amizade dele com o tal Holmes e tirariam o filho da escola se fosse pra poupar sua vida.

Potterlock - A Câmara SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora