O Herdeiro de Slyterin

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Sherlock não fazia ideia do que era Tom Riddle - que mais parecia fruto de uma alucinação - nem mesmo sabia o que ele poderia fazer. A única coisa que suspeitava era de que não era confiável. Para piorar, sua própria confusão era algo perceptível. O que estava à sua frente estava fora de tudo o que ele conhecia.

– Estou desafiando a sua inteligência? – Dizia Tom com um sorriso satírico – Logo você, que ela admirava tanto?

O olhar do corvino focou o diário, agora abandonado ao lado de Molly.

– É, você está na pista certa. – Tom cruzava os braços como se estivesse ansioso por um espetáculo.

– O que é você? Um fantasma?

– Mais que isso. Uma lembrança bem guardada.

Uma ruga de dúvida se formou entre as sobrancelhas de Sherlock. Via-se diante das peças flutuantes de um quebra cabeças, dificultando o encaixe. Certo de que, por mais que pensasse, não conseguiria as respostas tão cedo, optou por continuar perguntando:

– O que realmente aconteceu com Molly?

– Ela escreveu no meu diário, Sherlock Holmes. Me mostrou seu coração, suas mágoas, suas inseguranças, suas preocupações... Ela contou todos os segredos para o amigo invisível entre as páginas, inclusive como não conseguia chegar do coração do bruxo mais inteligente que ela já viu.

Tom riu novamente. Uma risada que fez o coração de Sherlock vacilar.

– Molly abriu sua alma para mim. – Continuou Riddle – Então eu pude me alimentar dos medos dela e dos segredos mais íntimos. Tive o bastante para colocar a minha própria alma no corpo dela.

– Em outras palavras, você a possuiu.

Riddle assentiu com certa malícia:

– Foi engraçado vê-la escrever seus medos no meu diário. "Tom, acho que estou perdendo a memória. Tem penas nas minhas roupas e não sei como apareceram lá". Ou "Tom, não me lembro do que fiz na noite das bruxas, mas a gata do zelador foi atacada e minhas mãos estão sujas de tinta". "Tom, acho que estou ficando maluca! Será que eu sou a pessoa que está atacando todo mundo?"

Sherlock sentiu pesar. Pobre Molly. Se ele próprio desconfiava de si mesmo só por causa de sua ligação com Slyterin, o que dirá a garota e toda a sua memória duvidosa?

– Mas pelo visto ela não é tão burra quanto eu achava que fosse. – Riddle debochava – Desconfiou do diário e tentou se livrar dele, mas seu amigo o pegou. Sabia que a primeira coisa que ele escreveu nas minhas páginas foi o seu nome? Olha, eu fiquei bem curioso em saber quem você era. Uma pena que não ficamos mais tempo juntos. Quando Molly viu meu diário cair da pasta do seu amigo, deu um jeito de pegá-lo de volta e manter seu segredo.

Tom Riddle segurou as mãos atrás das costas e andou de um lado para o outro, como se eles estivessem em um encontro casual. E Sherlock não conseguia ter nenhuma ideia do que fazer. Não tinha como atingir um espírito... Ou uma lembrança... Ou seja lá o que Tom Riddle era agora.

– Agora ela é minha. – O semblante de Tom foi ficando mais rígido – E finalmente, depois que eu drenar toda a vida dela, poderei voltar para terminar o que comecei.

– Do que está falando?

– Você está perdido, não é? Eu vejo a forma como seus olhos se movem procurando respostas. Tem certeza de que está pronto pra elas?

Tom abriu os braços e palavras brilhantes saíram do diário, pairando no ar.

TOM SERVOLEO RIDDLE

Potterlock - A Câmara SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora