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CAP. REESCRITO

Maya

'Se houver alguma remota possibilidade do céu cair, acontecerá hoje.

Enormes gotas de chuva pingam sobre a minha cabeça, grudando os fios do meu cabelo no rosto e a roupa que uso em meu corpo, ocasionando constantes calafrios.

Talvez eu morra de hipotermia.

"A srta. precisa de ajuda?" - A voz vem de um carro em baixa velocidade logo ao meu lado.

Aperto os olhos, tentando visualizar dentro do veículo mesmo com a tempestade embaçando minha visão, finalmente distinguindo um homem com barba e olhos penetrantes.

Me amaldiçoou assim que a ideia de aceitar a oferta passa pela minha cabeça.

"Sim, eu preciso de ajuda" - Minha voz sai vacilante.

Ouço o barulho da porta sendo destravada. Entro no carro em silêncio e trêmula. O homem começa a dirigir imediatamente, pisando o pé no acelerador mesmo com a tempestade lá fora.

"Vou te levar para a minha casa, tudo bem? Lá você poderá se secar e tomar algo quente" - Diz - "Depois te deixo onde você quiser"

Assinto com um aceno de cabeça, incapaz de responder verbalmente, sentindo minha garganta de repente fechada.

"Posso perguntar o seu nome?" - Ele tira os olhos da avenida por um segundo, prendendo-o a mim.

"Maya. Maya Jones" - Respondo, a voz num tom quase inaudível.

"Sou Damon Green" - Ele também se apresenta.

Preciso de alguns segundos para reconhecer seu nome. Damon é um arquiteto de renome, sendo o sonho de quase todos do meio trabalhar em seu escritório.

Sua família é uma das mais ricas e respeitadas de toda Boston.

[...]

O céu ainda ameaça a despencar quando chegamos a propriedade de Damon. Assim que o carro é estacionado acompanho o homem corpulento em uma breve corrida pelo jardim do local, até onde presumo que seja sua casa de fato.

Ao chegarmos em sua residência Damon, sem muitas palavras, adentra o local e volta pouco depois com uma toalha e um moletom, instruindo-me acerca da localização do banheiro.

Me banho o mais rápido que consigo, não querendo abusar da boa vontade do desconhecido. Quando já vestida, esfregando uma toalha em meu cabelo molhado, paro na porta do banheiro, analisando a casa.

O local é principalmente em tons de cinza e alguns móveis em madeira. Encontro ali apenas um quarto, sala e uma mesa de jantar - Lembro-me de, enquanto corríamos para cá, ter visto de relance uma outra construção semelhante a essa exteriormente, mas bem maior, por isso suponho que Damon more nos fundos do terreno enquanto, provavelmente seus pais, mantém-se na residência principal.

Balanço minha cabeça afastando os pensamentos da privacidade de Green. Deixo a toalha usada cuidadosamente estirada num suporte do banheiro e ando até as portas de vidro que dão para fora. Pela vidraça pontilhada de chuva vejo outros dois cômodos: uma cozinha pequena mas bem equipada, com três banquetas a frente, e logo ao lado algo como um escritório, percebo pela mesa no centro.

Abro a porta de correr, a brisa fria me causando arrepios.

Damon está na cozinha, recostado no balcão enquanto toma uma xícara de café. Ao me aproximar ele oferece um pouco do mesmo que degusta, o que aceito de bom grado.

120 dias - EM PROCESSO DE REESCRITAOnde histórias criam vida. Descubra agora