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CAP. REESCRITO

Maya

'Quando Damon paga nossas alianças sou novamente colocada em seu automóvel, um belo BMW.

Desta vez ele dirige para um café que reconheço ser numa rua próxima ao endereço da Atria.

No momento em que adentramos o local e o olhar de um homem de barba recai sobre nós, a feição de Damon imediatamente se fecha e seus punhos se cerram ao lado do corpo.

"Olá Damon, quem é a bela dama que o acompanha?" - Pergunta, assim que nos aproximamos.

"Sou Maya Jones" - Me apresento.

"É um prazer, querida" - Ele sorri com certa malícia - "Bem, sobre o que seria esse encontro, Damon?"

"Não se faça de tolo, Guilherme! Sabe muito que isso se trata do projeto que me tirou. Quero que esteja ciente de que não deixarei que tome frente do hotel tão fácil assim" - Damon diz, com uma voz firme.

"Eu já o fiz, Damon. Estava até pensando em lhe propor que trabalhassemos juntos, como velhos amigos. Você poderia me dar alguns conselhos" - Sugere, tomando um gole do café na xícara sobre o balcão.

"Vou te dar um conselho: Não fique no meu caminho, Guilherme Rossi" - Ele usa certo tom de ameaça.

Tão rápido quanto chegamos, também saímos dali, sem nem um croissant em mãos. Em instantes passamos pela entrada da Atria, nos ocupando com muito trabalho pelo restante do dia.

Ao fim do expediente, enquanto eu e os outros integrantes da equipe organizamos nossas mesas para o dia seguinte, ouço meu nome soar do recém adotado escritório de Green.

"Vamos jantar" - Ele dispara, assim que apareço em seu campo de visão.

Damon tem o péssimo hábito de nunca perguntar a opinião dos outros, ele simplesmente faz um comunicado e espera que seja seguido.

Pouco depois chegamos a um restaurante lindo, ao lado do mar, de onde pode-se ver alguns barcos atracados.

Meu acompanhante não é a pessoa mais sociável do mundo, por isso me concentro na noite lá fora, nos sons dos pássaros ou pessoas aproveitando o ar fresco e molhado do ambiente.

"Você nunca para de trabalhar?" - Pergunto, ao constatar que ele não tirou o olhou da tela do celular desde que chegamos.

"Não"

"Que vida amarga" - Divago - "Você sequer olha, de verdade, para o lugar onde estamos" - Comento, revirando os olhos.

"Tem algum problema com o restaurante?" - Pergunta, desligando o telemóvel por um segundo, passando um olhar vago pelo recinto.

"Não há nada de errado! Estou me referindo ao fato de você não se deleitar com a vista linda daqui" - Explico.

"Venho aqui frequentemente, tudo está sempre igual" - Dá de ombros, retomando sua atenção ao iphone.

"É impossível! Algo tem que de estar diferente: a posição dos barcos sobre o mar, as nuvens e até mesmo as estrelas"

Meu comentário é ignorado completamente.

Acho que minha existência o irrita.

Em completo silêncio fazemos nossa refeição, usando da voz apenas para instruir os pratos que desejamos.

"Aceita?" - Ofereço um pedaço da sobremesa que pedi - "É uma torta de amendoim e chocolate. Está incrível" - Evidencio.

"Tenho alergia a amendoim" - Revela.

"Precisamos nos conhecer" - Comento - "Sabe, sua noiva deveria saber que você tem alergia a amendoim"

120 dias - EM PROCESSO DE REESCRITAOnde histórias criam vida. Descubra agora