Maya
' Fui acordada na manhã seguinte pelo toque do meu celular abaixo do travesseiro.
⎯ Alô - Falei sem nem olhar o nome aceso na tela -
⎯ Olá, Maya - Reconheço a voz de Malia do outro lado da linha - Liguei para saber como você está
⎯ Hm, bem. Eu acho
⎯ Sua voz está estranha. Tem certeza que está bem?
⎯ Eu meio que passei a noite chorando, deve ser por isso
⎯ Chorando?
⎯ Elizabeth faleceu
⎯ Oh, meu Deus! Sinto muito. Como você está se sentindo com isso?
⎯ Não sei. Tudo está muito confuso - Engulo em seco - Além do mais, ainda não estou exatamente de acordo com os motivos de Damon ter terminado o que quer que estivesse acontecendo entre nós
⎯ Se serve de consolo, Damon está horrível. Passa mais horas do que o normal no escritório, a barba está por fazer, tem olheiras enormes no rosto e vem usando o mesmo terno há dias
⎯ Podemos não falar sobre ele?
⎯ Claro, desculpe
Passo a hora seguinte inteira, na ligação com Malia.
Resolvi algumas coisas e deixei algumas assinaturas com o advogado de Elizabeth e então, pela noite embarquei num avião com Pandora e Susie, de volta a Boston.
Pousamos quando o novo dia já havia chegado. Assim que passei pela porta de madeira do meu quarto decidi que seria a pessoa mais inútil do momento, e foi exatamente o que fiz.
Na próxima manhã me levantei direto ao banheiro onde tomei uma ducha fria e me arrumei.
Deixei um post-it colado na porta da geladeira avisando a Pandora que iria trabalhar, e então dirigi até a Atria onde fui logo recebida por alguns abraços.
⎯ E então, estão trabalhando no que agora? - Perguntei a Amanda enquanto pousava minha bolsa sobre a mesa na área comum -
⎯ Vou te enviar o arquivo por email - Avisou já se retirando -
Depois de analisar atentamente o material recém enviado pela eficiente secretária, reuni toda a minha força de vontade em não chorar e andei até a sala de Damon.
Aquela merda cheirava a uísque.
Sua camisa estava para fora da calça preta, o paletó jogado acima da mesa, um fio do cabelo sempre intacto, estava agora sobre sua testa e olheiras faziam-se presente em sua face assim como um copo do líquido âmbar na mão.
⎯ Com licença - Disse ainda dos limites da porta -
⎯ Maya! Você está bem?
⎯ Então agora você se preocupa?
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120 dias - EM PROCESSO DE REESCRITA
RomanceROMANCE | LINGUAGEM ADULTA | CONTEÚDO SEXUAL | VIOLÊNCIA A vida de Maya sempre girou em torno de impulsos e em sua pele carregava as marcas deles. A maioria doía muito, e insesavelmente. A maior? A droga do amor. Quando já ensopada da chuva que caia...